Por: Alexandre Carvalho Borges
Talvez o fenômeno UFO seja, intrinsecamente, noturno", assim dizia em 1972 o astrônomo Joseph Allen Hynek em seu clássico e importante livro The UFO Experience: A Scientific Study. Será que existe alguma relação entre o fenômeno UFO e a noite? Muitas questões podem ser formuladas e algumas respostas prováveis e possíveis podem ser sugeridas. A noite encerra o misterioso? Para começarmos, basta indagarmos a ufólogos ou simpatizantes do tema sobre qual período do dia os UFOs são mais avistados. Intuitivamente muitos responderão que a noite é onde as cortinas se abrem, onde abundam as visões que intrigam um observador. Não é à toa que ufólogos seguem esta intuição, este saber, pois uma das bases da pesquisa ufológica, a vigília, é maciçamente realizada no período do caso do Sol, varando a madrugada em alto de morros ou planos que tenham uma visão esparsa do horizonte, longe das luzes dos centros urbanos.
Hynek criou um sistema de classificação para tentar tabular uma quantidade imensa de relatos e uma variedade colossal de aparições acumuladas ao longo do tempo. Tal sistema tinha justamente como uma das características classificar o período do dia em que o fenômeno se manifestava, separando por Discos Diurnos (DD) e Luzes Noturnas (LN). Sua classificação completa ainda incorporava o grupo Radar-Visual (RV) e a tríade CE I, CE II e CE III (os Close Encounter's de Primeiro a Terceiro grau). As categorias DD, LN e RV estão praticamente hoje fora de uso devido a sua imprecisão, também por alguns casos não se encaixarem nelas e ainda devido à possibilidade de outros relatos se misturarem em mais de uma categoria simultaneamente.
Apenas as categorias CE's sobreviveram com o tempo, tendo uso até hoje, apesar de já terem sido adicionadas outros Graus de Encontros Próximos. Hynek descreve que a maioria dos relatos a que foi chamado explicar, a partir de 1948, e posteriormente como consultor do Projeto Blue Book da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), eram justamente as Luzes Noturnas.
Então, existirá um caráter acentuado dos UFOs em sua manifestação noturna do que a diurna? Serão os UFOs notívagos por essência, mas também capacitados a manifestar-se no período diurno por preferência? Se assim for, talvez algo inerente em sua fenomenologia indicaria para a manifestação acentuada em ambiente noturno, mas não necessariamente uma ligação inseparável, podendo ter a liberdade de ocorrer em qualquer período, o que é, aliás, o que vem sendo registrado pelos humanos ao longo das décadas: o avistamento de corpos aéreos em qualquer 24 horas de um dia. Uma possibilidade antagônica disto seria de que não haveria conexão alguma entre os UFOs e a noite, esta seria somente uma relação aparente, uma variável responsável indeterminada ou mesmo conhecida mas não bem esclarecida que esteja causando a interpretação de dados de modo errôneo. E Hynek, na condição de astrônomo, tinha por tarefa verificar se essa marcante presença noturna não poderia ser respondida como acontecimentos ordinários ou fenômenos naturais.
Depois da filtragem de dados, as Luzes Noturnas ainda permaneciam em quantidade considerável; suas características como trajetória inusitada e comportamento cinético não poderiam ser determinados como algo conhecido. Hynek mesmo confessa que "as visões são mais freqüentes à noite do que de dia; mesmo quando limitamo-nos unicamente aos casos desconcertantes e bem investigados – verdadeiros UFOs – ainda encontramos uma maior quantidade de casos noturnos". Apesar disto, o próprio arquivo pessoal do astrônomo não continha uma diferença marcante em ocorrências entre as Luzes Noturnas e os Discos Diurnos, o que ele explicava como um procedimento de cautela ao considerar válida as entradas no seu catálogo para a manifestação noturna. A outra importante categoria criada pelo minucioso astrônomo, a Radar-Visual, também estava atrelada em aparições com ambiente desprovido de luz solar, fazendo-o declarar em 1972 que "praticamente todos os casos de Radar-Visual ocorrem à noite".
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Talvez o fenômeno UFO seja, intrinsecamente, noturno", assim dizia em 1972 o astrônomo Joseph Allen Hynek em seu clássico e importante livro The UFO Experience: A Scientific Study. Será que existe alguma relação entre o fenômeno UFO e a noite? Muitas questões podem ser formuladas e algumas respostas prováveis e possíveis podem ser sugeridas. A noite encerra o misterioso? Para começarmos, basta indagarmos a ufólogos ou simpatizantes do tema sobre qual período do dia os UFOs são mais avistados. Intuitivamente muitos responderão que a noite é onde as cortinas se abrem, onde abundam as visões que intrigam um observador. Não é à toa que ufólogos seguem esta intuição, este saber, pois uma das bases da pesquisa ufológica, a vigília, é maciçamente realizada no período do caso do Sol, varando a madrugada em alto de morros ou planos que tenham uma visão esparsa do horizonte, longe das luzes dos centros urbanos.
Hynek criou um sistema de classificação para tentar tabular uma quantidade imensa de relatos e uma variedade colossal de aparições acumuladas ao longo do tempo. Tal sistema tinha justamente como uma das características classificar o período do dia em que o fenômeno se manifestava, separando por Discos Diurnos (DD) e Luzes Noturnas (LN). Sua classificação completa ainda incorporava o grupo Radar-Visual (RV) e a tríade CE I, CE II e CE III (os Close Encounter's de Primeiro a Terceiro grau). As categorias DD, LN e RV estão praticamente hoje fora de uso devido a sua imprecisão, também por alguns casos não se encaixarem nelas e ainda devido à possibilidade de outros relatos se misturarem em mais de uma categoria simultaneamente.
Apenas as categorias CE's sobreviveram com o tempo, tendo uso até hoje, apesar de já terem sido adicionadas outros Graus de Encontros Próximos. Hynek descreve que a maioria dos relatos a que foi chamado explicar, a partir de 1948, e posteriormente como consultor do Projeto Blue Book da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), eram justamente as Luzes Noturnas.
Então, existirá um caráter acentuado dos UFOs em sua manifestação noturna do que a diurna? Serão os UFOs notívagos por essência, mas também capacitados a manifestar-se no período diurno por preferência? Se assim for, talvez algo inerente em sua fenomenologia indicaria para a manifestação acentuada em ambiente noturno, mas não necessariamente uma ligação inseparável, podendo ter a liberdade de ocorrer em qualquer período, o que é, aliás, o que vem sendo registrado pelos humanos ao longo das décadas: o avistamento de corpos aéreos em qualquer 24 horas de um dia. Uma possibilidade antagônica disto seria de que não haveria conexão alguma entre os UFOs e a noite, esta seria somente uma relação aparente, uma variável responsável indeterminada ou mesmo conhecida mas não bem esclarecida que esteja causando a interpretação de dados de modo errôneo. E Hynek, na condição de astrônomo, tinha por tarefa verificar se essa marcante presença noturna não poderia ser respondida como acontecimentos ordinários ou fenômenos naturais.
Depois da filtragem de dados, as Luzes Noturnas ainda permaneciam em quantidade considerável; suas características como trajetória inusitada e comportamento cinético não poderiam ser determinados como algo conhecido. Hynek mesmo confessa que "as visões são mais freqüentes à noite do que de dia; mesmo quando limitamo-nos unicamente aos casos desconcertantes e bem investigados – verdadeiros UFOs – ainda encontramos uma maior quantidade de casos noturnos". Apesar disto, o próprio arquivo pessoal do astrônomo não continha uma diferença marcante em ocorrências entre as Luzes Noturnas e os Discos Diurnos, o que ele explicava como um procedimento de cautela ao considerar válida as entradas no seu catálogo para a manifestação noturna. A outra importante categoria criada pelo minucioso astrônomo, a Radar-Visual, também estava atrelada em aparições com ambiente desprovido de luz solar, fazendo-o declarar em 1972 que "praticamente todos os casos de Radar-Visual ocorrem à noite".
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