sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Entrevista com John Rimmer editor da revista Magonia.

John Rimmer


Por Milton Frank e Cristiano Ramos.

M.C - Porque você se envolveu com ufologia? Você já viu algum OVNI? Nesse caso, como foi sua experiência?
JM-
Interessei-me primeiro por ufologia durante minha adolescência pela rota tradicional através da leitura de livros como Keyhoe, Adamski, etc. Mais tarde meu interesse foi renovado a partir do momento que conheci outras pessoas interessadas pelo tópico em minha cidade natal que é Liverpool. Vi uma estranha “luz no céu" o qual não tive a capacidade de explicar, mas nenhum valor foi trabalhado neste caso.

M.C - As abduções são sempre debatidas de várias maneiras. Você acredita em abduções? Em sua opinião este fato esconde muito mais do que nós realmente sabemos através de todos esses anos de pesquisas e entrevistas?
JM -Acredito na experiência de abdução e escrevi um livro a respeito disso (A evidência para uma abdução extraterrestre, Editora Thorsons, em 1984). Penso que a experiência é real, mas o que está por trás disso é muito mais complicado do que uma simples explicação como "os extraterrestres fizeram isso". Trata-se de um fenômeno psíquico social e tem muito pouco a ver com disco voadores.

M.C - A forma que as pessoas fazem a pesquisa ufológica no campo muda de pesquisador para pesquisador. Você acredita que nós precisaremos criar alguns padrões para a pesquisa ufológica no futuro? O que você pensa a respeito disso?
JM -
Acho que isto é algo que teremos de aprender a conviver, e julgar os pesquisadores e cada ufólogo baseados em seus trabalhos publicados e a qualidade de suas pesquisas e investigações. Como nós não temos a certeza do que o fenômeno OVNI consiste, não é conveniente estabelecermos qualquer padrão para a ufologia. É muito um caso de compra por sua própria conta e risco.

M.C - A forma que as pessoas fazem a pesquisa ufológica no campo muda de pesquisador para pesquisador. Você acredita que nós precisaremos criar alguns padrões para a pesquisa ufológica no futuro? O que você pensa a respeito disso?
JM -
Acho que isto é algo que teremos de aprender a conviver, e julgar os pesquisadores e cada ufólogo baseados em seus trabalhos publicados e a qualidade de suas pesquisas e investigações. Como nós não temos a certeza do que o fenômeno OVNI consiste, não é conveniente estabelecermos qualquer padrão para a ufologia. É muito um caso de compra por sua própria conta e risco.

M.C - O que você tem pesquisado ultimamente? O que você tem lido? O que você tem escrito? Você continua envolvido com a revista Magonia?
JM - Meu principal envolvimento com a ufologia agora é na edição e publicação da Revista Magonia como uma saída para as considerações especuladoras relacionados com os tópicos dos ÓVNIS. É bem provável que feche a revista durante o ano de 2008, e que comece a trabalhar numa nova revista dedicada a uma gama diferente de assuntos.

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Entrevista com John Rimmer editor da revista Magonia

M.C - Qual a sua opinião a respeito da abertura dos documentos relacionados a casos ufológicos pela França? Você acha que isto irá nos ajudar, a saber, mais coisas a respeito do fenômeno UFO? Você acredita que outros países farão o mesmo? Porque?
JM-
Por sua natureza, os documentos militares e de serviço de seguranças são bastante limitados em novas informações que eles possam nos dar. Mas em alguns casos, como o relatório de Cordign no Reino Unido, eles podem prover muitas informações que podem sugestionar direções para novas pesquisas. Não estou seguro se muitos outros países têm bastantes documentos de valor para serem liberados, embora fosse interessante ver as informações do governo belga a respeito dos "triângulos voadores", e qualquer um deve se preocupar se existe algo escondido nos arquivos do governo brasileiro a respeito do Caso Trindade.

M.C - Em sua opinião, qual foi o caso ufológico mais impressionante do Reino Unido? Porque você pensa assim?
JM
- O Caso West Freugh é o que está mais próximo e que a Força Aérea Real (RAF - Royal Air Force) sugestionou que uma sólida espaçonave com capacidades notáveis estava voando ao redor do espaço aéreo do Reino Unido. O Caso Lakenheath é interessante, mas o Caso Rendlesham é um caldeirão.

M.C - Quais são os pontos mais importantes que um ufólogo tem que aprender para fazer um bom trabalho?
JM-
Não acreditar em tudo o que lhe falam.

M.C - Depois de todos estes anos pesquisando o fenômeno UFO o que você aprendeu?
JM-
Muito do negócio de impressão, de publicação de jornais, de taxas postais internacionais e um pouco sobre a psicologia humana!

M.C - Qual o futuro da ufologia no Reino Unido em sua opinião?
JM - Tentar dar um sentido nas informações que temos, ao invés de ficar correndo atrás de toda luz que aparece no céu. Pesquisa histórica e investigações adicionais nos Arquivos Nacionais são as linhas mais produtivas de investigação.

M.C - Você poderia deixar uma mensagem para o Centro de Ufologia brasileiro? Nós temos 38.500 membros aqui no Brasil.
JM- Tudo o que precisamos saber para resolver o mistério de OVNI já foi descoberto. Você precisa re-examinar a evidência, ponha isto em algum tipo de contexto, e acima de tudo tente entender as pessoas envolvidas no assunto, tanto como pessoas que viveram experiências e como investigadores. Basicamente, o fenômeno OVNI foi criado pelas pessoas que investigam isto.

http://www.cubbrasil.net/index.php?option=com_content&task=view&id=644&Itemid=35

Ovnis - Por que tantos acreditam?

O Grupo de Estudo Ufológico da Baixada Santista, que faz vigílias em busca de discos voadores:
"Não faz sentido estarmos sozinhos"


Veja Edição 1656/2000
Novas pesquisas, fenômenos misteriosos e ficção científica alimentam a fé generalizada na vida fora da Terra.
Sérgio Ruiz Luz

A descoberta de indícios de água em Marte, há duas semanas, serviu para renovar uma das mais enraizadas crenças da humanidade: a de que não estamos sozinhos no universo. Se somente o sistema solar, com seu minguado cinturão de planetas, é o lar de dois mundos capazes de suportar a vida, o que dizer de bilhões de estrelas que existem apenas na Via Láctea?

A crença na existência de outras civilizações inteligentes em galáxias distantes nunca esteve tão viva. Um levantamento recente feito pela revista Life mostra que mais da metade dos americanos acreditam nessa possibilidade. A convicção de que os ETs estão a nossa volta é mais controversa.

Um em cada três acredita que os alienígenas já visitaram nosso planeta. Nos Estados Unidos, há
100.000 pessoas envolvidas na investigação de objetos voadores não identificados, os óvnis (ou ufos, na sigla em inglês bastante usada no Brasil), que é o tema principal de 38
revistas especializadas.

O fenômeno é global. A China tornou-se um dos centros mundiais de estudos sobre visitantes extraterrestres, graças à brigada de
40.000 ufólogos. No Brasil, a comunidade é bem menor, mas bastante ativa. Cerca de 300
pessoas, espalhadas por organizações como o Grupo de Estudo Ufológico da Baixada Santista, dedicam-se ao estudo de óvnis.

Com base na cidade do Guarujá, a
90
quilômetros da capital paulista, esse grupo reúne dezoito pesquisadores, que realizam vigílias noturnas para tentar fazer flagrantes das aparições de óvnis. Nessas ocasiões, eles passam a madrugada vasculhando o céu com a ajuda de telescópios, lunetas, binóculos e filmadoras.

"Não é razoável supor que somos únicos no cosmo", diz o desenhista arquitetônico Wallacy Albino, 31 anos, um dos membros da trupe.

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Ovins - Por que tantos acreditam?

Aparição nos Estados Unidos:
coisas estranhas acontecem, mas em geral as provas são precárias e os casos, exagerados.


Vários motivos contribuem para que, nesta virada de milênio, a existência de vida extraterrestre tenha ganho espaço e credibilidade. Em parte, isso acontece por causa do avanço do conhecimento astronômico, dos novos telescópios e das fotografias das sondas espaciais da Nasa (as fotos do que parecem ser canais de águas em Marte foram produzidas por uma espaçonave, a Mars Global Surveyor).

Quatro anos atrás, os cientistas pensaram ter descoberto sinais de vida num meteorito marciano. Mais tarde, viu-se que não era bem assim, mas o fato já havia causado tremenda expansão de uma nova ciência, a astrobiologia. Mais de 400 astrobiologistas estão hoje vasculhando os piores lugares da Terra, tentando descobrir se a vida pode existir em lugares impróprios, como o fundo de vulcões. Chris McKay, um desses especialistas, encontrou um lago na Antártica com características muito parecidas com as encontradas pela sonda Galileo na superfície de Europa, uma misteriosa lua de Júpiter.

Os trabalhos de McKay na Antártica vão servir como um grande laboratório para as futuras explorações ao satélite. Tudo isso ajuda a criar o clima científico para uma crença que cresce sem depender de comprovação científica. O astrônomo americano Carl Sagan, um grande divulgador científico, dedicou sua vida à busca de sinais de vida inteligente no cosmo.

Até sua morte, em
1996,
ele foi um dos principais entusiastas e defensores dessa possibilidade. "E se as antigas idéias da ficção científica realmente acontecessem?", indaga ele no livro O Mundo Assombrado pelos Demônios. "Quem poderia deixar de se interessar?", prossegue ele. "Imerso nesse material, até o cínico mais crasso se perturba".

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Ovnis - Por que tantos acreditam?

O astrobiologista Chris McKay, da Nasa:
busca de exemplos de vida adaptados a condições extremas de temperatura.


Não é necessário ser cínico nem crédulo para acreditar em aparições de óvnis. Eles seriam mais facilmente descartados se fossem todos produzidos por lunáticos. Não é o caso. Coisas espantosas acontecem diante de pessoas respeitáveis e ponderadas.

Ozires Silva, presidente da Varig e ex-ministro, teve seu contato com o inexplicável em
1986
. Ele tinha decolado de Brasília num avião Xingu rumo à cidade de São José dos Campos, em São Paulo. No caminho, foi surpreendido por uma misteriosa aparição.

"Tinham formato alongado e uma coloração amarela e vermelha", conta Ozires. À medida que o avião foi se aproximando de São Paulo, as luzes desapareceram misteriosamente. "Até hoje não tenho certeza sobre o que vi", diz Ozires, que acredita na possibilidade de vida fora do planeta Terra.

"Não temos explicações prontas para todos os fenômenos do universo." Quase todas as investigações conduzidas sobre a aparição de óvnis resultaram em explicações convincentes, que descartaram o extraordinário. Mas há sempre episódios e hipóteses em quantidade suficiente para alimentar a imaginação.

Outra fonte da crença generalizada na existência de vida alienígena nada tem a ver com fatos reais. São as obras de ficção científica em livros e filmes. É curioso como, além de alimentar o interesse em torno do tema, elas determinaram o formato das naves e dos extraterrestres no imaginário popular.

Acreditar em histórias fantásticas ou seres de outros planetas oferece à humanidade a excitante sensação de que existem fatos presentes no mundo e no universo que vão além das coisas com que estamos familiarizados. "As pessoas levam a sério as histórias de ETs pela mesma razão que acreditam no monstro do Lago Ness e nas histórias de fantasmas", afirma o paleontólogo Peter Ward, um dos autores do livro Rare Earth – Why Complex Life Is Uncommon in the Universe (Terra Rara – Por que a Forma Complexa de Vida é Incomum no Universo).

A tese de Ward é de que a vida inteligente surgiu na Terra por uma conjunção rara de fatores, difíceis de ser repetidos em outro lugar das galáxias. Lançada nos Estados Unidos no início deste ano, a obra provocou polêmica justamente porque rema na direção contrária da crença generalizada.

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Ovnis. - Por que tantos acreditam?

Arquivo X
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Há décadas a ciência investe na investigação de vida fora do planeta Terra. As missões espaciais representam apenas o aspecto mais visível e glamurosos das buscas. Uma das áreas consideradas mais promissoras são as pesquisas que envolvem a tentativa de entrar em sintonia com sinais alienígenas emitidos no espaço (e, é bom que se diga, sem nenhum resultado até agora).

O mais famoso centro do tipo, o Seti Institute, da Califórnia, anunciou neste ano o início da construção de um super-radiotelescópio de
25 milhões de dólares para captar sons alienígenas. Mais de 1,5
milhão de pessoas se apresentaram como voluntárias para ajudar no trabalho de monetarização.

"Não faz sentido gastar milhões tentando sintonizar ruídos suspeitos se os ETs estão em nosso quintal", afirma o ufólogo Ademar Gevaerd, presidente do Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores. Uma das razões pelas quais os ufólogos não se deixam desanimar com a falta de comprovação de suas teorias está exatamente no fato de boa parte deles acreditar na existência de uma conspiração governamental para esconder a verdade da população. Essa idéia foi levada às telas pelo seriado Arquivo X, de espetacular sucesso.

Como tudo o mais neste planeta, a ufologia é também um negócio. Muitas localidades envolvidas em fenômenos extraordinários conseguiram transformar o assunto numa rendosa indústria turística. A cidade de Roswell, nos Estados Unidos, talvez a mais famosa do mundo dos óvnis, recebeu no ano passado mais de
180.000
visitantes e sua principal loja de suvenires faturou no mesmo período 1 milhão de dólares.

O exemplo começa a ser imitado em Varginha, no interior de Minas Gerais. Ali, quatro anos atrás, dois alienígenas com chifres e olhos vermelhos teriam sido capturados por soldados do Exército e do Corpo de Bombeiros da cidade.

A associação comercial do lugar acaba de registrar a marca "ET de Varginha" e pretende usá-la numa linha de produtos. O caso é um exemplo de como um episódio mal explicado ganha enorme repercussão. O que ocorreu de verdade em 1996: num dia em que estavam caminhando de volta para casa, três jovens moradoras tomaram um susto com a visão de uma criatura estranha. Saíram gritando pelas ruas, certas de que haviam topado com o demônio. A imprensa e os ufólogos se encarregaram de transformá-lo no "ET de Varginha".

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