sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Onde Estão todos os outros?

Frank Drake, pioneiro no uso de radiotelescópio para a detecção de eventuais mensagens das estrelas

Para que esta empreitada não seja como buscar agulha em palheiro é decisivo escolher a freqüência de rádio correta, daí os primeiros projetos se concentrarem nos 1420 MHz (21 cm), a chamada linha do hidrogênio, radioemissão natural mais bem conhecida emitida pelo elemento químico mais comum do Universo. Outras "freqüências mágicas", como o "buraco d'água" (emissões do H e do OH) também foram investigadas, mas atualmente, com os avanços técnicos disponíveis, são possíveis varreduras em janelas bem mais amplas do espectro de rádio.

Quatro décadas de busca, porém, não parecem ter sido suficientes, pois até hoje nada foi encontrado. Isso pode significar que não há nada, como temem alguns. Mas podem indicar que essa procura não é algo simples e direto. A ausência de sinais de civilizações extraterrestres não prova que elas não estejam lá, que não tenham estado, ou que não venham a estar um dia, mas é profundamente incômoda, como as sereias de Kafka, que -têm uma arma ainda mais fatal que seu canto, que é o seu silêncio - (do conto "O Silêncio das Sereias", de Franz Kafka).

SETI@home : participação popular na pesquisa CENTO E SETE SEGUNDOS DE SINAIS DE RÁDIO REGISTRADOS em uma banda com 2,5 milhões de Hz de largura centrada no "buraco d'água" (1420 MHz) e cobrindo ponto a ponto (setores de 0,1o X 0,6o) cerca de 1/3 de toda a abóboda celeste. Nisto consiste o mais importante projeto Seti da atualidade, realizado na antena de Arecibo, em Porto Rico.

O problema da interpretação destes registros supera, em muito, as eventuais dificuldades em fazê-los. A quantidade de informação bruta acumulada para se analisar é espantosa e exigiria muito tempo de processamento, mesmo com os melhores e maiores computadores disponíveis.

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Uma solução criativa recente foi o projeto SETI@home
(http://setiathome.ssl.berkeley.edu), original em sua eficiência e baixo custo, pois divide os registros brutos em milhares de pequenos pacotes distribuídos pela Internet a voluntários em todo o mundo que processam, em seus computadores pessoais, a análise matemática dos sinais utilizando um programa embutido em um protetor de tela.

Com isso se "pega carona" na enorme ociosidade da maioria dos computadores domésticos. O plano original previa 100 mil voluntários em
1999, mas, hoje, já passam dos 4,7 milhões os entusiastas que usam seus PCs para fazer algo mais que apenas escrever textos e navegar pela Internet: o número total de horas de processamento ultrapassou 1,66 milhão de anos.

O projeto original já foi completado e
1.430
"candidatos", isto é, sinais gaussianos confirmados, presentemente sendo reobservados e reanalisados em maior detalhe. Esta concepção de computação distribuída revelou-se tão revolucionária e eficaz que já começa a estender-se a outras áreas como a biologia molecular (folding@home) e a climatologia (climateprediction.net).

O projeto Astropulse de astrofísica está, no momento testando a interface Boinc - Berkeley Open Infrastructure for Network Computing, que pretende disponibilizar computação distribuída de forma genérica e flexível a qualquer área de pesquisa que demande tão larga escala.

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PROJETO VIKING, que fez duas naves descerem em Marte nos anos 70, sofreu críticas por ser pouco imaginativo e buscar formas de vida não muito diferentes das terrestres. Frustração em encontrar sinais de compostos orgânicos contradiz expectativa de sua ocorrência, especialmente em função da constante colisão de meteoritos, trazendo moléculas orgânicas complexas ou formas elementares de vida.

Vikings em Marte.
NA INVESTIGAÇÃO DO SISTEMA SOLAR OS ESFORÇOS não diminuíram, até porque há interesses econômicos e político-estratégicos em jogo, como o acesso a matérias-primas. O primeiro estudo exobiológico in situ foi realizado pelas sondas Viking I e II da Nasa, que desceram em Marte em
1976. Marte sempre foi tido como o mais promissor planeta de "tipo terrestre" potencialmente capaz de abrigar vida hoje, ou de tê-la abrigado no passado.

VAs Viking portavam a primeira bateria de ensaios experimentais capazes de levantar indícios de vida microscópica, segundo a melhor compreensão da época: testes químicos simples com amostras do solo em busca de evidências de processos metabólicos que liberassem ou captassem de determinadas moléculas gasosas.

A esperança era obter indícios da presença de microrganismos semelhantes aos terrestres no solo marciano. Mas os resultados foram ambíguos, se não negativos. Para cúmulo, não se detectou qualquer composto orgânico na superfície de Marte, o que era surpreendente, pois no mínimo haveria material deste tipo introduzido por meteoritos que sempre bombardearam aquele mundo.

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Anos mais tarde começaram a surgir novas evidências que explicariam os resultados negativos: além da descoberta de algumas argilas capazes de atuar como eficientes catalisadores e "imitar" reações metabólicas, outro elemento-chave seria o papel dos superóxidos de ferro concentrados próximos ao solo marciano.

Este material seria gerado pela intensa incidência de radiação ultravioleta solar sobre os óxidos de ferro presentes nos minerais de cor vermelha característicos do planeta (por isso Marte é vermelho). Devido à fraca gravidade, Marte possui uma atmosfera muito tênue, com quase nenhum oxigênio, razão pela qual não dispõe de uma camada de ozônio capaz de barrar radiações nocivas como o UV.

Trata-se, portanto, de uma superfície completamente inóspita a qualquer tipo conhecido de microorganismo, e até mesmo para a maioria das biomoléculas. Ou seja, deveríamos começar a vasculhar abaixo do solo. Isso só será possível a partir das novas expedições que chegarão ao planeta.

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A Nova Astrobiologia.
ALGUNS CRITICAM OS EXPERIMENTOS DASVIKING por terem sido pouco imaginativos e buscar apenas o que já se conhecia. Afinal, a vida poderia ser um fenômeno muito mais complexo e distinto do que conhecemos na Terra. Questiona-se, assim, por que buscar metabolismos - do tipo terrestre - , que eliminem
CO2 e/ou consumam H2O, ou mesmo que se baseiem no carbono.

Neste ponto devemos destacar a lição de método científico que nos provê este primeiro experimento exobiológico real. Muitos crêem que a ciência tudo pode, mas essa expectativa não é real. Para atender aos critérios de refutabilidade, consistência e reprodutibilidade a ciência deve avançar com cautela e elaborar hipóteses de trabalho testáveis, portanto, essencialmente conservadoras. Somente conhecemos um tipo de metabolismo, com poucas variações.

Nossa biologia somente compreende seres vivos baseados em moléculas de carbono, água e confortáveis superfícies planetárias, ou seja, condições relativamente constantes (e baixas), de temperatura, pressão, campo gravitacional e radiação ionizante.

É dentro deste saudável conservadorismo metodológico que a exobiologia - ou astrobiologia, como vem sendo chamada mais freqüentemente - opera suas primeiras buscas, uma tarefa complexa que demandará décadas de esforços das melhores inteligências científicas. Aqui, a distinção entre ciência e ficção científica (ou a pseudociência) é decisiva. A ficção existe para nos encantar e motivar, mas somente a ciência é capaz de descobrir e comprovar.

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Europa, uma das luas de Júpiter descobertas por Galileu em 1609, pode ter um oceano profundo encobrindo um núcleo rochoso, com uma superfície gelada como os mares polares na Terra. Perfurar a camada de gelo e mergulhar um robô no oceano de Europa pode abrir uma nova fronteira para a compreensão da natureza e da diversidade da vida



As Características da Vida.
OS BIÓLOGOS SEMPRE FORAM MUITO CRÍTICOS DO PROJETO SETI, em parte pelo estágio em que se encontravam seus conhecimentos. Em sua percepção, a vida era concebida (a) como um evento raro e (b) um processo extremamente delicado, restrito necessariamente a certas condições muito especiais. Foi somente com a descoberta de uma nova classe de criaturas - os extremófilos - que esta visão se modificou.

Extremófilos são organismos unicelulares (bactérias e arqueobactérias) capazes de viver e reproduzir-se em ambientes antes considerados demasiadamente "extremos" para permitir a vida. Nas últimas duas décadas diversos microrganismos, e mesmo organismos maiores desse tipo, foram descritos: bactérias capazes de viver em águas a até
113oC, no gelo a -15oC, sob centenas de atmosferas de pressão, em ambientes extremamente ácidos (ou alcalinos), de alta salinidade, quimicamente letais (com metano ou gás sulfídrico), ou até mesmo bactérias resistentes a doses de radiação muito acima do limite máximo tolerável para os seres humanos.

Mais estranhos ainda são os microrganismos litoquimioautotróficos, que vivem no interior de rochas a alguns quilômetros de profundidade e sobrevivem independentemente de oxigênio e luz solar. Esses achados indicam que a vida na Terra exibe tenacidade e amplitude de nichos muito mais vastas que se imaginava.

Sugerem, portanto, uma maior diversidade de contextos bióticos extraterrestres que vale a pena investigar. Assim, a astrobiologia conseguiu atrair o interesse dos biólogos para uma área que era, antes, domínio quase exclusivo de astrônomos e físicos, mas o enfoque também deslocou-se da Seti para a busca de microrganismos.

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Marte Ataca
MARTE RETORNOU AO NOTICIÁRIO EM
1996, quando uma equipe de investigadores da Nasa anunciou ter descoberto evidências de vida microscópica fóssil em um meteorito oriundo desse planeta, encontrado na Antártida. Se confirmada, a descoberta dos exobiólogos americanos colocaria um ponto final em uma longa controvérsia filosófica, religiosa e científica, ao assegurar a presença - passada, neste caso - de uma forma de vida não-terrestre.

Processos estritamente inorgânicos, porém, foram aventados para explicar a presença das moléculas orgânicas detectadas na rocha e, além disso, nenhum fóssil terrestre de dimensões comparáveis foi encontrado até o momento. Aliás, se fossem fósseis verdadeiros, pertenceriam a organismos pequenos demais para constituir seres viáveis,
1.000
vezes menores que a menor bactéria conhecida.

Marte é um dos planetas mais semelhantes à Terra no Sistema Solar, principalmente por situar-se, se não dentro, muito próximo à zona de habitabilidade, uma faixa ao redor do Sol situada a distâncias que permitem temperaturas compatíveis com a presença de água líquida. Apesar de sua posição, porém, Marte é menor e menos denso que a Terra, o que implica em uma gravidade superficial equivalente a um terço da nossa.

Essa diferença tem conseqüências graves, pois sua atmosfera não consegue reter moléculas mais leves como o oxigênio ou o vapor d'água, predominando o
CO2, e, mesmo assim, em baixíssimas pressões. Vale lembrar que sob pressão tão baixa a água não ocorre na forma líquida, o que representa uma dificuldade para a presença de vida hoje na superfície de Marte, ainda que não exclua a possibilidade de esta presença em passado remoto, há mais de 3
bilhões de anos, quando a atmosfera era mais densa.

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Marte, por tudo isso, é o principal e mais acessível laboratório planetário para o teste experimental da hipótese exobiológica. Após a frustração dos experimentos da Viking seguiu-se um intervalo de quase 20 anos em que o planeta foi esquecido. Missões russas, americanas, japonesas e européias voltaram a enfocá-lo na última década, e em poucos anos nosso conhecimento sobre Marte aumentou mais que em toda história anterior (ver "As Misteriosas Paisagens de Marte", SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL, julho de 2003).

Dentre todas as características da superfície marciana evidenciadas pelas imagens de altíssima qualidade da missão Mars Global Surveyor (Nasa,
1997), destacam-se os inúmeros indícios de atividade hidrológica passada, com a possibilidade de alguns eventos menores e recentes. Até maio de 2002
, contudo, a água de Marte não passava de uma sugestão baseada em evidências indiretas: neste mês, foi confirmado, pela sonda Mars Odyssey (Nasa), a presença de água, certamente congelada, abaixo da superfície empoada e estéril de Marte, possivelmente o mais importante achado exobiológico neste século.

Entre este mês e o começo de 2004, Marte voltará aos noticiários em grande estilo, quando nada menos que quatro novas sondas estarão chegando ao planeta vermelho para estudá-lo. A Nozomi /Planet-B (Jaxa /Japão,
1998
) possui um módulo orbital que estudará a atmosfera e a ionosfera de Marte. A Nasa enviou este ano dois rovers, os Mars Exploration Rover Mer-A e B em duas naves, a Spirit e a Opportunity, que realizarão ensaios geológicos e de busca de água.

A mais exobiológica destas missões, porém, é a européia Mars Express (Esa), que inclui um módulo orbital e um de pouso, o Beagle
2
, cujo nome homenageia a embarcação em que Charles Darwin elaborou a teoria da evolução. Apesar de não ser tão móvel e autônomo quanto os Mer, ele será capaz de responder a três perguntas básicas:

(1) se existe água, carbonatos e matéria orgânica (há condições para a vida?);

(2)
se a matéria orgânica tem estrutura ordenada e que proporções de isótopos do carbono possui (surgiu vida em algum momento?);

(3)
se há metano na atmosfera de Marte (há vida em atividade hoje?).

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O Legado de um Ancestral Comum
UMA POSSIBILIDADE SURPREENDENTE É QUE DETECTEMOS vida microscópica em Marte mas ela venha a ser exatamente igual à terrestre, isto é, seja composta exatamente pelas mesmas biomoléculas, com o mesmo código genético. Isto provaria que derivamos, todos, de um mesmo ancestral comum, como é o caso de todos os seres vivos terrestres conhecidos até o momento.

Como prova o próprio meteorito marciano ALH
84001, rochas de um planeta podem ser ejetadas (por erupções ou impactos) e "viajar" até outro mundo levando matéria orgânica e, possivelmente, bactérias extremófilos que poderiam sobreviver a esta jornada dentro da rocha e inseminar vida em planetas vizinhos (possibilidade teórica chamada de panspermia balística).

Assim, é possível que organismos terrestres tenham colonizado Marte em algum momento do passado ou, ao contrário, a vida terrestre tenha vindo de lá, onde o solo e a atmosfera se estabilizaram antes. Descobriríamos ser "marcianos". Mas restaria um grande problema: o número N de formas de vida conhecida no Universo continuaria sendo
1 (apesar de o número de planetas ser 2). E com N=1
a hipótese exobiológica ainda não estaria verdadeiramente comprovada.

Depois de Marte, os melhores candidatos a abrigar a vida no Sistema Solar não são planetas, mas luas orbitando gigantes gasosos como Júpiter e Saturno. Europa, por exemplo, uma das quatro maiores luas jupteriana, mostrou características incomuns desde as primeiras imagens das sondas Voyager no fim dos anos
70
: uma superfície quase sem relevo, sete vezes mais brilhante que nossa própria Lua e constituída basicamente por gelo de água.

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As imagens da sonda Galileu na segunda metade dos anos 1990 revelaram surpreendentes detalhes dessa lua glacial, com padrões possivelmente causados por sucessivos derretimentos e movimentos das placas de gelo, cuja explicação pode residir na existência de um oceano líquido por baixo da capa glacial.

Isso, apesar de ainda não inteiramente comprovado, é perfeitamente possível se considerarmos que Europa, devido à excentricidade de sua órbita, sofre um forte efeito de maré gravitacional de seu planeta-mãe, Júpiter. Como conseqüência, Europa deve possuir um núcleo metálico quente e fundido que serviria de base para alguma atividade geológica submarina.

A prospecção do oceano de Europa não é tarefa simples e vem cercada de uma série de cuidados para evitar contaminação por microorganismos terrestres. Estudos preparatórios estão sendo feitos na Antártida (ver "Exobiologia na Antártida") onde há lagos enormes aprisionados sob quilômetros de gelo há milhões de anos, como o Vostok.

Também estão sendo testados robôs submarinos autônomos junto às fumarolas submarinas de Lo-ihi, no Havaí. Com as lições de Vostok e Lo-ihi, estaremos preparados para perfurar a calota de Europa em busca de evidências de vida, mas isto não deve ser levado a cabo antes da segunda década deste século. DOS ENIGMAS DE EURORA, UMA DAS QUATRO GRANDES LUAS DE JÚPTER.

Europa, uma das luas de Júpiter descobertas por Galileu em
1609
, pode ter um oceano profundo encobrindo um núcleo rochoso, com uma superfície gelada como os mares polares na Terra. Perfurar a camada de gelo e mergulhar um robô no oceano de Europa pode abrir uma nova fronteira para a compreensão da natureza e da diversidade da vida.

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As Brumas de Titã.
OUTRO INTERESSANTE CANDIDATO É TITÃ, a maior lua de Saturno, que chega a ser maior que o planeta Mercúrio. Titã é o segundo maior satélite do Sistema Solar (atrás apenas de Ganimedes) e o único que possui atmosfera densa. Apesar de muito distante do Sol, Titã deve possuir um intenso efeito estufa em sua atmosfera predominante de nitrogênio, metano e hidrogênio gasoso, opaca à luz.

Apesar disso, sua superfície foi mapeada em infravermelho pelo Telescópio Espacial Hubble, revelando um relevo diversificado que, supõe-se, pode incluir lagos de etano regados a chuvas de metano. Titã parece ser um ambiente propício para a síntese pré-biótica de vida, por isso será estudado em
2004
pela sonda Huyghens.

Durante séculos supôs-se a existência de planetas ao redor de certas classes de estrelas. Somente nos últimos poucos anos, porém, começamos a detectar os primeiros planetas extra-solares. A coleta extensiva de dados de estrelas próximas combinada ao desenvolvimento de novas técnicas associadas à astrometria permitiu a ampliação da capacidade de detecção planetária extra-solar a partir de
1995
.

Desde então, dezenas de planetas têm sido comprovados, quase que semanalmente, por diferentes técnicas. Embora submetidos a certas restrições metodológicas que fazem com que somente planetas gigantes gasosos sejam detectáveis, o número total oficial já passou de
100
. Diversos programas empregando diferentes técnicas observacionais estão em andamento, tanto em terra (Elodie, Coralie, VLTI, Keck I), quanto no espaço (Fame, Sim, Gaia).

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Observações mediante satélites especiais começam a somar esforços, como é o caso da missão Corot (Esa) - com participação brasileira -, e culminarão, na próxima década, em dois sistemas espaciais de interferometria de grande sensibilidade, o TPF - Terrestrial Planet Finder (Nasa) e o Darwin (Eso): livres da interferente atmosfera terrestre, poderão fazer registros em comprimentos de onda como o infravermelho, sendo capazes de detectar pequenos planetas de porte semelhante ao nosso e analisar suas atmosferas em busca de promissoras bioimpressões (biosignatures), como vapor d\\'água, oxigênio, ozônio e metano. Enquanto não pudermos viajar até lá, estas bioimpressões serão tudo que teremos para inferir a existência de vida nesses mundos distantes.

Resumo / Ouvindo as estrelas

- A idéia de que a vida se manifesta em outros locais do Universo não é nova e tem passado por sucessivas ondas de esquecimento ressurgimento.

- As investigações utilizando radiotelescópios foram iniciadas por Frank Drake, radioastrônomo americano, em abril de
1960
, no Observatório Nacional de Radioastronomia, em Green Bank, Virgínia Ocidental.

- A freqüência inicial se concentrou em 1.420MHz, da linha do hidrogênio.

- As naves Viking I e II, em Marte, buscaram sinais de vida com resultados controvertidos.

- A nova astrobiologia deslocou seu enfoque da Seti para a busca de microrganismos, atraindo muitos biólogos para este campo.

http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/

Algumas regras básicas para a vida alienígena

Imagem cedida por NOAA/U.S. Dept. of Commerce
Peixe-morcego

A vida alienígena seria governada por leis da física e da química. A vida alienígena seria baseada em algum tipo de química, eliminando o conceito da ficção científica de seres feitos de energia pura.

Solvente - na Terra, o solvente para todas as nossas substâncias bioquímicas é a água líquida. Outras substâncias também poderiam ser solventes, como a amônia, metano, sulfeto de hidrogênio ou fluoreto de hidrogênio.

Temperatura - a vida alienígena poderia exigir temperaturas onde seu solvente permanecesse líquido.

Pressão - a vida alienígena poderia exigir pressões ambientais e temperaturas que permitissem aos solventes existirem nos três estados de matéria: sólido, líquido e gasoso.

Fonte de energia - os seres vivos exigem energia para permanecerem organizados. Essa energia pode vir de uma
estrela ou de energia química ou geotérmica, como nas fontes hidrotermais e termais. Em qualquer mundo alienígena, deveria ter alguma fonte de energia para sustentar a vida.

Moléculas complexas - os seres vivos na Terra são organizados e feitos de moléculas complexas, essencialmente de carbono, que desempenham funções bioquímicas. O carbono é um
átomo versátil que pode formar ligações com até quatro outros átomos, com várias formas, para constituir moléculas. Embora não seja tão versátil quanto o carbono, o silício também pode formar até quatro ligações com outros átomos e tem sido proposto como uma base para moléculas de vida alienígena, assim como moléculas híbridas de silício-carbono. É provável que as formas de vida alienígena pudessem ter algum tipo de molécula complexa para desempenhar funções similares.

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Molécula de informação - nos organismos terrestres, o ácido desoxiribonucléico (DNA) é uma molécula complexa que transporta informação genética e dirige a formação de outras moléculas para que a vida se reproduza e funcione. Uma das características da vida é que ela se reproduz. Parece provável que as formas de vida alienígena também deveriam ter algum tipo de molécula de informação.

Seres alienígenas maiores do que os micróbios precisariam ter algo equivalente a
células. À medida que um organismo se torna maior, seu volume interno (função cúbica) cresce mais rápido que sua área de superfície (função quadrada). Isso impõe um limite ao tamanho do organismo, pois substâncias de fora do organismo precisam entrar no organismo por difusão, algo que depende de áreas de superfície maiores, distâncias curtas e diferenças de concentração.

Conforme um organismo aumenta de tamanho, a distância até seu centro fica maior e a difusão torna-se mais lenta. Para manter distâncias de difusão funcionais, um organismo precisa ter muitas células pequenas ao invés de apenas uma célula grande. Assim, um alienígena precisaria ser multicelular, caso fosse maior do que um micróbio. Não esperamos encontrar um organismo unicelular com anos-luz de largura, como aquele representado no episódio original de Jornada nas Estrelas, "A Síndrome de Imunidade".

A vida alienígena poderia desenvolver-se e adaptar-se ao meio através da teoria da evolução, conforme já explicamos. A constituição fisiológica de um alienígena multicelular seria mais adequada ao seu ambiente. Os sistemas de órgãos seriam adaptados a condições ambientais como temperatura, umidade e gravidade.


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Algumas regras básicas para a vida alienígena

Um alienígena teria algum meio de colocar sólidos, líquidos e gases dentro do seu corpo, distribuindo-os para cada célula e removendo os resíduos - os equivalentes ao coração, vasos sangüíneos e rins, por exemplo.

Um alienígena precisaria ser capaz de pegar energia do ambiente, extrair essa energia e eliminar os resíduos.

O alienígena teria sentidos como visão, audição e tato para obter informações do meio e responder aos estímulos. Enquanto nós usamos a visão como sentido primário, com os alienígenas poderia ser diferente. Eles também teriam algum tipo de cérebro ou sistema nervoso para processar as informações.

O alienígena teria algum meio de reprodução, sexuada ou assexuada.

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Algumas regras básicas para a vida alienígena

Os organismos alienígenas provavelmente teriam estruturas ecológicas similares às da vida na Terra.

O tamanho das populações seria limitado com base na predominância de alimento, predadores, doenças e outros fatores ambientais.

As formas de vida alienígenas existiriam em cadeias alimentares e teias alimentares dentro do seu ambiente nativo, como a vida na Terra. Os produtores fazem comida, os consumidores comem os produtores e/ou outros consumidores e os decompositores reciclam os átomos e as moléculas dos organismos mortos, retornando-os para o ambiente.

As formas de vida alienígena seriam integradas aos seus habitats e ecossistemas, como a vida na Terra. Como se pode ver, qualquer tipo de vida está intimamente ligada ao seu ambiente, de modo que as características do planeta seriam extremamente importantes para se determinar as características da forma de vida.

O que é vida

O que é vida

Apesar de ser difícil atribuir uma definição clara de "vida", a maioria dos biólogos concorda que há muitas características em comum entre as "coisas vivas". Se um objeto possui as características abaixo é considerado vivo.

Organizado - os seres vivos são feitos de
átomos e moléculas organizados em células. As células de um organismo podem ser uniformes ou especializadas em diferentes funções. Elas podem ainda ser organizadas em tecidos, órgãos e sistemas. Os seres vivos da Terra são bastante diversos quanto a sua organização e complexidade.

Homeostático - os seres vivos desempenham funções que os mantém em um estado constante, relativamente sem modificações, chamado de homeostase. Seu corpo, por exemplo, tem sistemas que mantém sua temperatura constante. Você treme se está frio e transpira se está calor.

Reprodução - os seres vivos fazem cópias deles mesmos, sejam cópias exatas (
clones) através da reprodução assexuada ou cópias similares através da reprodução sexuada.

Cresce/ desenvolve - os seres vivos crescem e se desenvolvem a partir de formas menores e /ou mais simples. Um ser humano, por exemplo, começa a vida como um ovo fertilizado, desenvolve-se em embrião, feto e então em bebê. Em seguida, o bebê cresce e vira uma criança, adolescente e adulto.

Toma energia do ambiente - permanecer em um estado organizado, relativamente constante, viola a segunda lei da termodinâmica, que afirma que o grau de desordem (entropia) de todos os objetos aumenta. Para um organismo vivo manter a organização, precisa tomar, processar e gastar energia. O modo como os humanos e outros animais fazem isso é ingerindo
alimento e extraindo energia dele.

Responde a estímulos - os seres vivos respondem a mudanças no seu ambiente. Se um estímulo provoca dor, você responde afastando-se daquele objeto. Se colocarmos uma planta perto de uma janela bem iluminada, os ramos ou brotos crescerão em direção à luz (fototropismo). Para se proteger, alguns animais mudam de cor para se misturarem com o meio (camuflagem).

É adaptado ao seu ambiente - as características de um ser vivo tendem a ser adequadas ao seu ambiente. As nadadeiras de um golfinho, por exemplo, são chatas e adaptadas para nadar. A asa de um morcego tem a mesma estrutura básica dos ossos da nadadeira do golfinho, mas com uma membrana fina que o permite voar.

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O que é vida

Imagem cedida por NOAA/U.S. Dept. of Commerce
Estromatólitos, estruturas em forma de taco encontradas em micróbios
subaquáticos
Agora que temos uma definição do que é vida precisamos ver como ela modifica-se ao longo do tempo. As regras governamentais básicas existentes quando as espécies surgem, vivem, permanecem imutáveis ou se tornam extintas, são as da evolução através da seleção natural, propostas por Charles Darwin. A teoria da evolução de Darwin tem os seguintes pontos:

Organismos similares reproduzem organismos similares. Um cachorro reproduz um cachorro, um dente-de-leão reproduz dentes-de-leão e um peixe reproduz um peixe; geralmente, o número de descendentes é excessivo e o número que sobrevive é menor do que o número reproduzido; em qualquer população, os indivíduos variam com respeito a um determinado traço, como a altura, cor da pele, cor dos pêlos ou forma dos bicos e essas variações podem ser passadas para a próxima geração; algumas variações são favoráveis, já que tornam esses indivíduos mais adequados para seu ambiente.

Os organismos com variações favoráveis sobreviverão e passarão esses traços para seus descendentes; os indivíduos com variações desfavoráveis morrerão e não passarão suas características: isso é a seleção natural; se tiver tempo suficiente, a seleção natural acumulará esses traços favoráveis. As espécies evoluirão.

Embora a teoria da evolução de Darwin tenha sido proposta para explicar mudanças nas espécies terrestres, seus princípios são comuns o suficiente para que possam ser aplicados em qualquer outra parte do universo.

http://ciencia.hsw.uol.com.br/alienigenas2.htm

Astrobiologia


Astrobiologia

A maioria de nós imagina a vida alienígena como ela é retratada nos filmes, onde os alienígenas são normalmente representados com formas humanas, uma vez que os filmes usam atores dentro de máscaras ou como modelos para uma animação gerada por computador.

O público também se relaciona melhor com alienígenas humanóides do que com criaturas monstruosas mais exóticas. Contudo, o plano do corpo humano (simetria bilateral com uma cabeça, duas pernas e dois braços) originou-se quando os primeiros anfíbios e répteis colonizaram a maior parte da Terra e parece improvável que uma forma como essa possa surgir em um mundo alienígena. Assim, esqueçamos Hollywood por enquanto e vamos olhar para a ciência real da astrobiologia.

Astrobiologia é o estudo científico da vida no universo. Os astrobiologistas buscam compreender, entre outras coisas, como a vida surgiu e se desenvolveu na Terra, o que governa, o modo como a vida é organizada e o que torna a Terra um planeta habitável. A astrobiologia combina a biologia, a química, a física, a geologia e a astronomia. Freqüentemente, os astrobiologistas precisam usar as informações sobre a vida na Terra para guiar o estudo sobre a vida em outros lugares.

http://ciencia.hsw.uol.com.br/alienigenas1.htm

Como funcionam os alienígenas

Imagem cedida por NOAA/U.S. Dept.
of CommerceVermes tubulares das fontes hidrotermais
Como funcionam os alienígenas

Introdução

Há outras formas de vida no universo? A pesquisa científica da vida extraterrestre tem sido impulsionada por duas descobertas recentes. Primeiro, a descoberta de formas de vida em ambientes exóticos da Terra indica que a vida é muito forte e pode adaptar-se aos ambientes mais estranhos e hostis. Segundo, os astrônomos encontraram planetas orbitando outras estrelas além do nosso Sol: foram descobertos mais de 50 planetas extra-solares desde 2001. Há formas de vida alienígenas em algum desses planetas?

Se a vida alienígena existe, com o que ela se parece? Seriam formas de vida simples como a das bactérias,
vírus , algas ou criaturas multicelulares mais avançadas, talvez até seres inteligentes? Os alienígenas poderiam ser animais, plantas ou ter características de ambos? Eles teriam braços e pernas e andariam eretos como nós? Dependeriam da visão como sentido primário ou usariam outro meio para colher informações sobre o meio externo? Eles "respirariam" oxigênio ou algum outro gás?

As especulações sobre os alienígenas têm sido deixadas para autores e leitores de ficção científica e diretores de Hollywood. Neste artigo examinaremos a astrobiologia, a pesquisa científica a respeito da vida extraterrestre. Aplicaremos o que temos aprendido sobre a vida na Terra para especular sobre como poderiam ser as formas de vida alienígenas.


http://ciencia.hsw.uol.com.br/alienigenas1.htm

Visão Da SETI LEAGUE


Reconhecendo que a recepção de sinais de origem inteligente de locais distantes de nosso planeta irá mudar para sempre nossa visão do lugar da humanidade no Cosmos, a Liga SETI visiona uma rede mundial de milhares de experimentadores trabalhando juntos para acelerar nossa entrada na comunidade galática.

MISSÃO DA SETI LEAGUE
Encorajar e dar suporte à Busca de Vida Inteligente Extraterrestre:

1. Atraindo radio-amadores, entusiastas em astronomia, experimentadores em microondas e processamento de sinal digital para entrar na comunidade SETI;

2. Desenvolvendo tecnologias para assistir a experimentadores avançados na construção de uma estação SETI operacional;

3. Disseminando projetos de hardware e software ligados às atividades SETI;

4. Coordenando experimentadores SETI no mundo todo no funcionamento de uma varredura total do céu;

5. Provendo um meio de comunicação entre experimentadores SETI, entusiastas e organizações através de publicações, encontros, conferências e meios eletrônicos;

6. Montando, mantendo e operando avançados radio-telescópios e telescópios óticos;

7. Identificando e dando publicidade a potenciais derivações de aplicações da tecnologia SETI; e

8. Concientizando o público da importância e significado de uma Busca por Vida Inteligente Extraterrestre de grande base.

A SETI League é uma corporação mantida pelos membros, sem fins comerciais, com finalidades educacionais e científicas.



Continua

Visão Da SETI LEAGUE


O que nós temos visto de tão distante:


Centenas estão se juntando à pesquisa.O gigante radiotelescópio uma vez empregado para rastrear os céus por sinais de vida tem uma limitação. Eles são incrivelmente sensíveis, mas eles só podem ver uma pequena porção (talvez um milionésimo) do céu num determinado instante. Isso significa que se este instrumento estiver ligado, precisamente na frequência certa, precisamente no instante que o sinal chega, ele terá 99,9999% de chance de estar apontando de forma errada!

Uma solução é construir uma rede de milhões de instrumentos. Mas um custo de centena de milhões de dólares rápidamente iria exceder a produção planetária total. Felizmente há outro caminho. Radiotelescópios amadores são menos sensíveis que as antenas da NASA, mas cada um pode ver duas centenas de vezes mais céu. O que significa que somente
5.000 desses pequenos instrumentos (com custo aproximado de algumas centenas a alguns milhares de reais) pode, se devidamente coordenado, alcançar algo que nenhum projeto governamental jamais contemplou: ver em todas as direções de uma só vez.


Ao redor do mundo, centenas de rádiotelescópios amadores já estão sendo construídos, utilizando antenas parabólicas descartadas, com receptores de microondas, computadores pessoais e nosso próprio software de análise de sinal. Logo, milhares de estações estarão funcionando, e nossa grande meta alcançada: que nenhuma direção do céu se esquive de nossa busca.

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Visão Da SETI LEAGUE

Uma palavra de nosso Diretor Executivo:

Quando o programa SETI da NASA foi cancelado em 1993, o governo dos Estados Unidos conseguiu três coisas: eles reduziram seus gastos em ciências em 5 centavos por cidadão por ano; eles reduziram o déficit federal em 0.0006%; e eles fecharam uma cortina através do céu, privando-nos da possibilidade de entrar para a comunidade cósmica. Minha reação inicial foi a perda de entusiasmo. Porém aquilo deu caminho à alegria, um ano mais tarde, com a fundação da SETI League e a privatização do SETI.


A privatização da ciência é de bom senso. Quando os governantes se envolvem em projetos de larga escala, eles concluem gastando duas vezes mais o tempo, custando duas vezes mais e trabalhando a metade. Agora nós estamos fazendo nossa modesta busca com
1%
do antigo orçamento para a pesquisa SETI da NASA. Mas nós precisamos fazer necessário seu suporte e participação, para manter a pesquisa viva. Mesmo que você não deseje operar seu próprio radiotelescópio, ajudar a desenvolver nova tecnologia, ou partilhar a trilha da descoberta, eu convido você a se juntar à The SETI League. Juntos, não há limites para o que nós podemos realizar.

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Visão Da SETI LEAGUE

H. Paul Shuch. Ph.D.
Estaremos sós no Universo?

Esta questão tem perseguido a humanidade desde a primeira vez que nós percebemos que aqueles pontos de luz no céu da noite eram outros sóis. Hoje nós temos a tecnologia para procurar a resposta definitiva! A SETI League é ciência participatória. Nós somos uma organização internacional dedicada à privatização da Busca de Vida Inteligente Extraterrestre. Juntos, centenas de membros em dezenas de países estão mantendo viva a busca de nossos companheiros cósmicos. Aprenda como você pode se juntar a este time de cidadãos comuns na realização da pesquisa que o congresso americano não deixou a NASA concluir.



The SETI League, Inc. 433 Liberty Street, PO Box 555 - Little Ferry NJ 07643 USA
Fone (201) 641-1770 / Fax (201) 641-1771
Web http://www.setileague.org/ email join@setileague.org
Uma organização mantida pelos membros, sem fins comerciais, com finalidades educacionais e científicas. - Coordenador Regional para o Brasil - Fábio Branco -email: cseti@terra.com.br

http://www.comunidadeseti.hpg.com.br/


Estudo. Equação Biostronômica

Equação Bioastronômica

NPI = EC x ZG x PR x SP x ZE x IA x TC x CA x PV X EB x ED x VI x VS

NPI
= Número de planetas na galáxia com vida inteligente e autoconsciente;

EC
= Estrelas com uma ecosfera útil*;

ZG
= Porcentagem de EC que está em uma zona habitável da galáxia*;

PR =
Porcentagem de ZG que possui planetas rochosos;

SP =
Porcentagem de PR que se encontra em um sistema planetário adequado*;

ZE
= Porcentagem de SP que está em uma zona habitável em relação à sua estrela*;

IA
= Porcentagem de ZE que apresenta inclinação axial e rotação adequadas e estáveis*;

TC
= Porcentagem de IA que possui massa e composição certas para que ocorra retenção atmosférica, campo magnético e tectônica das placas;

CA
= Porcentagem de TC que possui composição, pressão e temperatura atmosférica adequadas*;

PV = Porcentagem de CA em que a vida surgiu;

EB
= Porcentagem de PV em que a vida passou por evolução biológica bem sucedida, gerando efetivamente deste modo metazoários grandes e complexos;

ED
= Porcentagem de EB em que houve poucos eventos naturais com capacidade de esterilização total em período inicial de formação biótica no planeta e nenhum após evolução biológica bem sucedida;

VI
= Porcentagem de ED em que surgiu vida inteligente e autoconsciente;

VS
= Porcentagem de VI que não se autodestruiu.

* para a vida animal complexa.

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Estudo. Equação Biostronômica

Resolução da equação:

NPI = EC x ZG x PR x SP x ZE x IA x TC x CA x PV X EB x ED x VI x VS
NPI =
52.000.000.000 x 60% x 40% x 25% x 5% x 1% x 50% x 65% x 90% x 55% x 60% x 15% x 70%

Número de planetas na Via Láctea com vida inteligente e autoconsciente =
15.800.Dependendo do ponto de vista este resultado pode aparentar ser um valor relativamente alto, porém se efetuarmos o cálculo veremos que 15.800 equivale somente a 0,00000526 %
do total de estrelas da Via Láctea.

Apesar deste valor proporcionalmente pequeno devemos considerar os seguintes fatores:
-É provável que existam planetas mais próximos um do outro, formando possivelmente pequenos aglomerados locais que viabilizariam detecção por ondas de rádio e talvez até sondagem;

-É possível que existam os chamados “mundos independentes” conjeturados por Asimov, que são pequenos planetas artificiais e independentes de sua estrela de origem, que vagam pelo universo, construídos por civilizações
altamente desenvolvidas;

-O resultado desta equação refere-se restritamente a seres que estão em um nível de inteligência e autoconsciência no mínimo equivalente ao nosso, de maneira que outras centenas de planetas podem estar povoados por seres
cuja capacidade mental em equivalência vai do peixe até o símio;

- Destes
15.800 uma parte considerável pode estar em um patamar científico e tecnológico tão avançado que lhes permite utilizar meios de comunicação mais rápidos do que a velocidade da luz (como as supostas ondas superluminais), cabendo a nós descobrir este meio para que possamos captar a comunicação;

-Também não é impossível que algumas civilizações possam estar tão avançadas ao ponto de dominarem técnicas que possibilitem superar a barreira espaço-tempo de modo a transpor as distâncias interestelares;

-E por último a hipótese menos modesta de todas: talvez as considerações da equação foram excessivamente austeras, como considerar muitos fatores e atribuir baixa probabilidade para alguns, de maneira que possivelmente
15.800
seja um valor mínimo a se propor. Frank Drake (idealizador da Equação de Drake), conjecturou 100 mil civilizações, Issac Asimov calculou meio milhão de planetas habitados por formas inteligentes, o renomado bioastrônomo Carl Sagan e o astrônomo brasileiro Ronaldo Mourão chegaram a supor que na nossa galáxia poderia haver 1 milhão de planetas habitados por civilizações inteligentes!

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Estudo. Equação Biostronômica

Porcentagens conjecturais da Equação Bioastronômica e comentário dos fatores.

EC = Estrelas com uma ecosfera útil* =
52.000.000.000.Começamos nosso raciocínio com a seguinte pergunta: quantas estrelas existem na Galáxia?

A massa total da Via Láctea é certamente mais de
100 bilhões de vezes a do nosso Sol, sendo que algumas estimativas situam-na em 200
bilhões de vezes, podemos considerar então um valor médio de 160 bilhões de vezes a massa do nosso Sol.

Esta massa total da Galáxia está distribuída entre três tipos de objetos:
(1) estrelas,
(2) corpos planetários não luminosos,
(3)
nuvens de poeira e gás.

Os corpos planetários não luminosos apesar de serem quantitativamente superiores às estrelas são minúsculos em comparação a elas, as nuvens de poeira e gás apesar de imensas são muito rarefeitas, de maneira que é sensato supor que em torno de
94% da massa da Galáxia corresponda às estrelas (no nosso sistema solar por exemplo 99,8%
de sua massa corresponde ao Sol).

Deste modo a massa das estrelas na Galáxia seria igual a
150 bilhões de vezes a massa do Sol. Estima-se que a estrela mediana possui 0,5 vezes a massa do Sol, resultando então que provavelmente há cerca de 300
bilhões de estrelas na Via Láctea.

Mas quais são os tipos de estrelas que possuem uma ecosfera útil (ou zona habitável) biogênicamente adequada para o surgimento e manutenção da vida animal complexa?

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Estudo. Equação Biostronômica

As estrelas são classificadas em classes espectrais, em ordem decrescente de massa, temperatura e luminosidade: O, B, A, F, G, K e M; ou seja, a classe espectral O possui mais massa, calor e luminosidade que a classe B, e a classe B mais que a classe A e assim por diante.

Sendo ainda que cada classe representada por uma letra esta subdividida em dez subclasses numéricas:

B0, B
1, B2 ... B9; A0, A1, A2 ... A9, e assim por diante. Nosso Sol pertence à classe espectral G2. Entre as classes espectrais F2 e M2 estão as estrelas cuja massa se estende de 1,4 vez a 0,33
vez a massa do Sol. Acima do limite superior dessa escala o tempo de vida das estrelas na seqüência principal é demasiadamente curto para possibilitar o desenvolvimento da vida ao nível de inteligência, sem contar que sua radiação seria muito escassa na faixa da luz visível, predominando a emissão de luz ultravioleta e raios X.

Abaixo do limite inferior da escala o problema não é a duração da estrela na seqüência principal, mas sim o fato que devido a sua menor emissão de energia (que neste caso seria na faixa do infravermelho), a zona habitável está muito próxima da estrela, de modo que o planeta tenderá a sofrer o efeito de maré estacionária em que estaria sempre com a mesma face virada para a estrela, tendo nesta face uma temperatura alta e na outra uma temperatura congelante causando com isto também, além da extrema discrepância térmica, a perda de atmosfera para o espaço.

Pesquisas indicam que a faixa que vai da classe espectral F
2 até M2 represente quantitativamente 25% das estrelas da Via Láctea, ou seja, 75
bilhões. Todavia não podemos nos esquecer de uma questão muito importante: as estrelas binárias!

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Estudo. Equação Biostronômica

Dando continuidade ao raciocínio pode-se utilizar as estimativas do escritor e cientista Isaac Asimov:
- 30 bilhões (40%)
são singulares;
- 25 bilhões (33%)
formam um sistema binário com uma estrela anã;
- 18 bilhões (24%)
formam binárias umas com as outras;
- 2 bilhões (3%)
formam um sistema binário com uma estrela gigante.

Em suma: Podemos considerar os 30 bilhões de estrelas singulares. No que diz respeito aos 25 bilhões de estrelas que têm como parceira uma estrela anã podemos deduzir que é muito menos provável que uma estrela anã interfira num sistema planetário, pela gravidade ou irradiação, do que uma grande estrela.

Pode-se então estimar conservadoramente que
2/3 dessas estrelas tenham ecosferas úteis, equivalendo então a 16 bilhões de estrelas. Dos 18 bilhões de estrelas que estão em associação binária com outra estrela como o Sol, pode-se estimar, de novo conservadoramente, que apenas 1/3 tenha ecosferas úteis, ou seja, 6
bilhões de estrelas.

E por fim, eliminar os
2 bilhões de estrelas que têm como parceira uma estrela gigante, totalizando 52 bilhões de estrelas. ZG = Porcentagem de EC que está em uma zona habitável da galáxia* = 60%
. A Via Láctea pode ser dividida em bulbo central, halo e orla, sendo que antigamente considerava-se plausível que devido a maior concentração de estrelas na região central da galáxia deveria existir um possível maior número de civilizações nesta região.

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Estudo. Equação Biostronômica

Todavia, atualmente é consensual que devido à proximidade entre estrelas, os planetas que por ventura venham a orbitá-las estão sujeitos a todo tipo de radiação letal, como por exemplo, a radiação gama de supernovas, sem contar com a maior probabilidade de instabilidade destas estrelas devido às interações gravitacionais.

No que diz respeito à orla do disco galáctico também não seria apropriado para o surgimento da vida animal complexa pelo fato que as estrelas desta região são pobres em metais. E somado a tudo isto ainda há mais uma questão a se considerar quando se trata de zona galáctica habitável, sabemos que as estrelas que estão em revolução em torno do centro galáctico seguem as leis de Kepler de modo que a velocidade de revolução diminui gradualmente do centro em direção à orla, ao passo que o gás e poeira giram em um bloco único segundo as leis da hidrodinâmica.

Desta maneira não é difícil concluir que em períodos, que vão de milhares a bilhões de anos, as estrelas atravessam um por um os quatro braços espirais que formam a galáxia. Porém atravessar freqüentemente braços espirais não é algo muito salutar para sistemas solares que estão gerando ou que já possuem vida, pelo fato que nestes a concentração estelar é maior, sendo por sua vez a exposição à radiação intensa muito maior.

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Estudo. Equação Biostronômica

Deste modo a faixa mediana do halo da galáxia, na qual o sol se localiza centralizado, é a que tem maior sincronização de movimento das estrelas em relação aos braços espirais, de modo que levam centenas de milhões de anos para que as estrelas desta região atravessem um braço espiral.

Com base em tais informações levanto a hipótese que a zona habitável da galáxia venha a entender-se por
15 mil anos-luz do Sol em direção ao centro da galáxia e mais 15 mil anos-luz do Sol em direção à orla, perfazendo uma região circular de 30 mil anos-luz de largura por 180
mil anos-luz de extensão circunferencial no seu ponto médio.

PR = Porcentagem de ZG que possui planetas rochosos =
40%. Há atualmente grande quantidade de dados que corroboram a hipótese que em torno de todas as estrelas, ou pelo menos em quase todas, há planetas em órbita. Isto ocorre devido ao processo de estruturação das nebulosas em sistemas planetários que ocorre da seguinte maneira:

O material que forma a nebulosa quando está suficientemente frio começa a condensar-se devido à atração gravitacional e forma uma nuvem achatada e girante. Na fase seguinte esta nuvem assume a forma de uma distribuição de gás, poeira e rochas em forma de discos concêntricos orbitando em torno do proto-sol, em seguida estes discos irão individualmente formar “zonas de alimentação” que por acumulação de material cada um originará um planeta, se este processo logicamente for bem sucedido, pois é possível que em alguns destes discos de acresçam o material mais volátil próximo à estrela perca-se no universo e sendo mais pesado venha a não colidir de maneira correta para formar corpos maiores (o que pode ter ocorrido com o cinturão de Kuiper entre Marte e Júpiter).

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Estudo. Equação Biostronômica

Enquanto nas nebulosas de 1ª geração o hidrogênio e o hélio são totalidade, nas nebulosas de geração existem também elementos pesados, gerando por meio da aglutinação da matéria planetas rochosos e gasosos que podem tomar diversas disposições. Mas por fatores, principalmente térmicos, a tendência é que se formem planetas rochosos relativamente menores próximos à estrela central e gigantes gasosos mais afastados.

Pois como os planetas que estão mais próximos da estrela em torno da qual orbitam recebem mais calor os elementos mais voláteis (como o hidrogênio e o hélio) perdem-se no espaço, enquanto os planetas mais afastados, por receberem menos calor, retêm em torno de um núcleo rochoso grande quantidade de elementos voláteis, fato este que lhes garante imensos volumes.

Sendo assim é necessário que a nebulosa que formou a estrela e o sistema planetário como um todo seja de
geração para que origine um ou mais planetas rochosos (ou telúricos).

Como o Universo já possui em torno de
14 bilhões de anos já houve tempo suficiente para que se formasse uma quantidade considerável de elementos pesados no núcleo de estrelas que ao colapsarem em nebulosas planetárias ou supernovas provocam a dispersão de tais elementos no espaço que vão compor as nebulosas de geração, somando isto a outros dados corroborativos, tudo indica que em torno de 45% das estrelas que vão do tipo F2 até o M2 sejam de geração, de maneira que pode-se afirmar então que destes 45% , pelo menos 40%
possui planeta(s) rochoso(s) em órbita.

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Estudo. Equação Biostronômica

SP = Porcentagem de PR que se encontra em um sistema planetário adequado* = 25%. O que pode ser entendido por sistema planetário adequado para a vida metazoária complexa? Uma das forças físicas mais determinantes a nível cosmológico é a força da gravidade, é ela que em base gera a grande maioria dos fenômenos que dão forma ao Universo.

Relativo a formação, distribuição, composição, massa, volume, órbita e interação entre os componentes do sistema planetário não é diferente:

1- Os planetas devem estar distribuídos em órbitas não extremamente excêntricas, não excessivamente elípticas, não demasiadamente inclinadas e que além de serem estáveis não possibilitem interações gravitacionais que alterem a configuração do sistema. No nosso sistema solar, dos nove planetas, somente o minúsculo planeta Plutão não cumpre completamente estes requisitos, inobstante, não compromete a estabilidade dos outros planetas.

2- Planetas gasosos gigantes como Saturno e principalmente Júpiter são muito salutares, pois provocam uma depuração no sistema planetário, livrando-o de escombros remanescentes da nebulosa que poderiam apresentar riscos à formação da vida, como meteoros e cometas em excesso, estimativas indicam que sem os planetas gigantes a freqüência de impactos seria 10 mil vezes maior!

3- Os planetas gigantes possuem aspectos benéficos, conforme foi citado, mas isto se tiverem massa não muito maior que Júpiter, estiverem em distâncias seguras, em órbitas circulares e que não espiralem para dentro, porque se não acabariam por desmantelar o sistema planetário lançando os demais planetas de encontro com a estrela central ou para o espaço. Eles também têm efeitos cruciais durante a formação dos planetas tendo em vista que podem gravitacionalmente causar o abortamento na formação de planetas rochosos próximos, como deve ter ocorrido com o material que ao invés de formar um planeta formou um cinturão de planetesimais entre Júpiter e Marte (conforme já mencionado no fator PR).

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Estudo. Equação Biostronômica

4- Um planeta vizinho como Marte talvez não seja necessário, mas não deixa de ser bem-vindo, pois estudos indicam que no início de sua existência é possível que este planeta tenha gerado vida microbiana muito antes da Terra e que por fatores térmicos e atmosféricos não pôde mantê-la (pelo menos na superfície, é possível que no subsolo existam extremófilos), sendo que em média recebemos de Marte 6 fragmentos de rocha por ano, não é impossível que tenha ocorrido uma panspermia Marte-Terra no passado remoto.

Modelos computacionais altamente sofisticados e complexos demonstraram que a probabilidade de nebulosas de
geração gerarem sistemas planetários com características semelhantes ao nosso é de
25%.

ZE = Porcentagem de SP que está em uma zona habitável em relação à sua estrela* =
5%.
A zona habitável estelar (ou ecosfera) é um dos fatores mais seletivos no que diz respeito à vida metazoária complexa. Parte-se do princípio que a vida (conforme conhecemos) necessita de água para existir, deste modo a zona habitável é uma região em que sua estrela central fornece uma temperatura de superfície planetária entre o ponto de congelamento e o ponto de ebulição da água.

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Estudo. Equação Biostronômica

Mas certamente não se resume nisto, pois existem outros fatores a considerar:

1- A faixa térmica da água líquida é mais que suficiente para organismos protozoários conhecidos como extremófilos que podem ainda viver em temperaturas abaixo do ponto de congelamento e muito acima do ponto de ebulição da água e ainda em ambientes de alta pressão, alta acides ou muito básico – zona habitável estelar microbiana. Já os metazoários complexos (animais) necessitam de peculiaridades térmicas e ambientais muito mais específicas e restritas, de modo que a faixa térmica neste caso vai de cerca de C a 45°C – zona habitável estelar animal.

2- A distância e a extensão da zona habitável é proporcional a intensidade de emissão de energia da estrela que por sua vez é proporcional à massa da estrela, sendo que com o passar do tempo com o gradual aumento de volume e missão de energia a zona habitável tende a deslocar-se para mais distante da estrela (nosso planeta daqui em torno de 2
bilhões de anos deixará de estar na zona habitável animal).

3-
Até certo ponto, por uma questão de proporção probabilística, quanto maior a quantidade de planetas rochosos (ou telúricos) que um sistema planetário possuir, maior será a probabilidade que pelo menos um deles esteja na zona habitável animal (nosso sistema solar possui quatro planetas rochosos internos e quatro planetas gasosos externos – parece ser uma boa proporção).

4- Existe um mecanismo natural denominado termostato de silicato de CO2 que associado à atmosfera regula a temperatura do planeta Terra ampliando sua zona habitável, sendo que este termostato natural provavelmente ocorra nos demais planetas telúricos que possuam as propriedades necessárias para o seu funcionamento como água superficial, cálcio, dióxido de carbono (CO2)
e tectônica das placas.

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Estudo. Equação Biostronômica

No caso do planeta Terra parece que a zona habitável animal tem seu limite interno antes da órbita de Vênus que dista 108,2 milhões de Km do Sol, e seu limite externo antes da órbita de Marte que dista 227,9 milhões de Km do Sol, perfazendo desta maneira uma região circular que fica no ponto médio entre as órbitas destes dois planetas e que graças à atmosfera e o termostato de silicato de CO2 abrange quase 1/4 deste espaçamento.

IA = Porcentagem de ZE que apresenta inclinação axial e rotação adequadas e estáveis * =
1%.
A inclinação do eixo de rotação, por determinar as quantidades relativas de energia solar que atingem as regiões polares e equatorial, afeta diretamente o clima de um planeta que por sua vez afeta sua habitabilidade.

Certamente é salutar, para que um planeta seja habitável, que sua variação térmica não seja abrupta e extrema, e para isto é necessário que seu grau de inclinação seja moderado e não varie muito em pouco tempo. O planeta Terra demonstra estar em uma inclinação e rotação bastante adequadas para a vida, de maneira que associadas à translação promovem uma ampla e equilibrada distribuição da energia solar por meio das estações, do contrário, se o planeta apresentasse uma rotação muito lenta e um grau de inclinação axial muito maior ou menor é provável que suas temperaturas fossem extremamente contrastantes, provocando possivelmente até um efeito de congelamento irreversível e perda da atmosfera para o espaço.

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Estudo. Equação Biostronômica

E além de estar em uma medida adequada, a obliqüidade não variou mais de um ou dois graus em relação ao valor atual de 23º, e devemos isto a nossa lua de tamanho relativamente grande, que se não fosse por ela é provável que o eixo de rotação do planeta Terra apresentaria variação de 45° e o período de rotação de somente 10 horas.

O sistema solar possui
61 luas no total, todavia a nossa é a única que apresenta tamanho suficiente (1/4
do planeta Terra!) para gerar os efeitos observados sobre o planeta em torno do qual órbita. Então se o mérito de possuir uma lua como a nossa é tão considerável surge a pergunta: como ela se formou?

Existe uma teoria muito bem aceita e com indícios corroborativos (inclusive das missões Apollo) denominada modelo de Cameron e Canup: “Um corpo várias vezes mais maciço do que Marte atinge a extremidade da Terra, ainda na metade de seu desenvolvimento, com efeitos extraordinários. Após um golpe oblíquo, os dois corpos distorcidos se separam e, depois, se recombinam.

Os núcleos metálicos dos dois corpos se unem para formar o núcleo da Terra, enquanto partes dos mantos dos dois corpos são lançados em órbita e se acumulam para formar a Lua. Após a sua formação, a Lua espiralou para fora, processo que continua até a época atual. Para produzir uma Lua tão maciça, o corpo do impacto teve que ser do tamanho certo, teve de atingir o ponto certo do planeta Terra e o impacto teve de ocorrer no momento certo do processo de crescimento da Terra”.

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