terça-feira, 22 de maio de 2007

Entrevista com o Paulo Aníbal

III- A teoria da Panspermia de Svante A. Arrenius (1859-1927) sustenta que a vida na terra se deve a esporos microbianos que chegaram a nosso planeta a bordo de meteoritos e cometas. De acordo com sua opinião, quais os reais valores desta teoria?

Paulo Aníbal G. Mesquita: Foi em 1903, que o químico sueco Svante A. Arrenius (1859-1927) propôs a sua teoria da Panspermia, segundo a qual a origem da vida seria extraterrestre e que "esporos" microbianos teriam sido trazidos a Terra a bordo de meteoritos e cometas, "semeando" a vida no planeta; note-se que essa teoria é anterior à descoberta de compostos orgânicos nos cometas; essa analise da origem da vida “via” extraterrestre é plausível e aceitável se levarmos em consideração a própria formação de água liquida, pois a mesma só pode ter se formado e tomado “abundante” depois que a crosta terrestre se resfriou e a atmosfera se formou; isso deixa, no máximo de 400 a 500 milhões de anos para o surgimento da vida.

Considero esse tempo extremamente curto, pois pela Biologia clássica a vida na Terra surgiu como produto de reações químicas pré-bióticas (Oparin 1924 \ Muller e Urey, 1953), então, a síntese da vida a partir da matéria abiótica foi mais rápida do que a evolução dos mais complexos seres vivos, e por isso a minha indagação. Talvez até a água primordial dos oceanos foi trazido pêlo cometas no passado remoto da Terra.

IV. No Brasil quais as entidades de estudo se destacam no ramo da exobiologia?

Paulo Aníbal G. Mesquita: Oficialmente não há uma instituição específica para as pesquisas na Exobiologia, mas ela é tratada especificamente dentro do curso de Astronomia ou na Biologia.

V- Através da espectroscopia foram descobertos elementos como o Césio e o Rubídio, além do Hélio que foi constatado no sol antes de ser encontrado na Terra. Para o Sr., quais descobertas podem estar a caminho, com relação ao estudo do universo e de seus elementos químicos?

Paulo Aníbal G. Mesquita: Muitos elementos que estão na tabela periódica já foram detectados no espaço e em corpos siderais, bem como compostos, como citamos na segunda pergunta. Portanto, na minha opinião, os seres extraterrestres são quimicamente semelhantes a nós na Terra, mas lógico, dependendo da sua evolução biológica, certamente vamos ter inúmeras formas morfológicas de vida.

VI- Existem afirmações de uma teoria que pauta a vida baseada em silício ao invés de carbono. Existe algo plausível para tanto, ou isso não passa de uma falsa conjectura?

Paulo Aníbal G. Mesquita: Em termos de ligações possíveis, o átomo de Silício também possui um comportamento semelhante ao carbono (ambos são tetravalentes), ou seja, podem fazer 4 ligações no átomo. Por exemplo, ao invés de longas cadeias carbônicas, também temos longas cadeias com átomos de silício, como por exemplo, o silicone. Porém, para que haja uma atuação reativa é necessário que o ocorra em altas temperaturas (algumas centenas de graus)......Teriam que ser seres à base de silicone?

Continua

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