Terra está a salvo de supernova gigante
Brasileiro especialista na Eta Carinae explica como será explosão da estrela. Astro voltou a chamar a atenção após descoberta da maior supernova já registrada.
Marília Juste
A descoberta da maior explosão estelar já detectada pelos astrônomos, levantou mais evidências de que a estrela Eta Carinae, relativamente próxima da Terra dentro da Via Láctea, pode estar prestes a passar por um megaevento como esse e se tornar não uma supernova, mas uma hipernova. O G1 ouviu um dos maiores especialistas do mundo quando o assunto é a Eta Carinae, o brasileiro Augusto Damineli, da Universidade de São Paulo. E ele afirma: nosso planeta está seguro.
“Quando uma estrela explode e se torna uma supernova há um raio que chamamos de ‘raio de letalidade’, onde tudo acaba destruído. Esse raio é de mais ou menos mil anos-luz. Como estamos a cerca de 7,5 mil anos-luz da Eta Carinae, estamos seguros nesse caso”, explica o cientista.
Se a estrela corresponder às expectativas dos astrônomos americanos que descobriram a maior supernova, também não há perigo. Explosões gigantes como essas são mais que supernovas, são consideradas ‘hipernovas’, segundo Damineli. “Nesse caso, o perigo maior vem de uma faixa de raios gama emitida pelos pólos da estrela que explode, que destrói tudo no caminho por até 100 mil anos-luz".
Se estivéssemos no caminho desse faixa dificilmente a Terra sobreviveria. Mas, segundo cálculos dos astrônomos, a Eta Carinae está inclinada a cerca de 40º da Terra. Por isso, o perigo não deve atingir nosso planeta.
Apesar da boa notícia, os cientistas não deixam de ter uma pontinha de tristeza por não estar no caminho da destruição. “Como não estamos na direção do pólo também não podemos estudar como esse fenômeno ocorre”, conta o astrônomo. “É como se tivéssemos um tiranossauro vivo no quintal. Do ponto de vista científico seria uma maravilha poder estudar a espécie em detalhes. Por outro lado, não iríamos sobreviver para contar a história”, brinca Damineli.
A Eta Carinae deve explodir, porque está perdendo muita massa, exatamente como ocorreu com a estrela que deu origem à SN 2006gy -– a supernova divulgada na segunda-feira. A questão é que ninguém sabe exatamente quando ela vai explodir. Pode ser até que isso já tenha acontecido, e a estrela já tenha se tornado uma hipernova, mas a luz do evento ainda não tenha chegado aqui. O professor da USP, no entanto, aposta que ainda vão passar algumas centenas de milhares de anos para a Eta Carinae dar um show nos céus da Terra.
“Temos um período de incerteza sobre quando ela explodirá, porque há pouquíssimas estrelas como ela perto o suficiente para serem estudadas adequadamente. E estamos muito no começo desse período. Teoricamente, ela já pode até ter explodido, ou pode estar explodindo agora, mas matematicamente faz mais sentido esperar que isso só aconteça mais para frente dentro dessa faixa de incerteza, dentro de cem ou duzentos mil anos”, diz Damineli.
Os dados dos astrônomos tiram da Eta Carinae o apelido de “Estrela da Morte”. “Na verdade, se tivermos que dar qualquer apelido, o mais justo seria ‘Estrela da Vida’, porque é nesse tipo de astro que se forma o oxigênio”, diz Damineli. Se não sabemos exatamente quando a explosão vai ocorrer, há certeza, no entanto, no fato de que quando a Eta Carinae se transformar, a visão da Terra será incrível. Resta saber se estaremos por aqui para ver o espetáculo.
Brasileiro especialista na Eta Carinae explica como será explosão da estrela. Astro voltou a chamar a atenção após descoberta da maior supernova já registrada.
Marília Juste
A descoberta da maior explosão estelar já detectada pelos astrônomos, levantou mais evidências de que a estrela Eta Carinae, relativamente próxima da Terra dentro da Via Láctea, pode estar prestes a passar por um megaevento como esse e se tornar não uma supernova, mas uma hipernova. O G1 ouviu um dos maiores especialistas do mundo quando o assunto é a Eta Carinae, o brasileiro Augusto Damineli, da Universidade de São Paulo. E ele afirma: nosso planeta está seguro.
“Quando uma estrela explode e se torna uma supernova há um raio que chamamos de ‘raio de letalidade’, onde tudo acaba destruído. Esse raio é de mais ou menos mil anos-luz. Como estamos a cerca de 7,5 mil anos-luz da Eta Carinae, estamos seguros nesse caso”, explica o cientista.
Se a estrela corresponder às expectativas dos astrônomos americanos que descobriram a maior supernova, também não há perigo. Explosões gigantes como essas são mais que supernovas, são consideradas ‘hipernovas’, segundo Damineli. “Nesse caso, o perigo maior vem de uma faixa de raios gama emitida pelos pólos da estrela que explode, que destrói tudo no caminho por até 100 mil anos-luz".
Se estivéssemos no caminho desse faixa dificilmente a Terra sobreviveria. Mas, segundo cálculos dos astrônomos, a Eta Carinae está inclinada a cerca de 40º da Terra. Por isso, o perigo não deve atingir nosso planeta.
Apesar da boa notícia, os cientistas não deixam de ter uma pontinha de tristeza por não estar no caminho da destruição. “Como não estamos na direção do pólo também não podemos estudar como esse fenômeno ocorre”, conta o astrônomo. “É como se tivéssemos um tiranossauro vivo no quintal. Do ponto de vista científico seria uma maravilha poder estudar a espécie em detalhes. Por outro lado, não iríamos sobreviver para contar a história”, brinca Damineli.
A Eta Carinae deve explodir, porque está perdendo muita massa, exatamente como ocorreu com a estrela que deu origem à SN 2006gy -– a supernova divulgada na segunda-feira. A questão é que ninguém sabe exatamente quando ela vai explodir. Pode ser até que isso já tenha acontecido, e a estrela já tenha se tornado uma hipernova, mas a luz do evento ainda não tenha chegado aqui. O professor da USP, no entanto, aposta que ainda vão passar algumas centenas de milhares de anos para a Eta Carinae dar um show nos céus da Terra.
“Temos um período de incerteza sobre quando ela explodirá, porque há pouquíssimas estrelas como ela perto o suficiente para serem estudadas adequadamente. E estamos muito no começo desse período. Teoricamente, ela já pode até ter explodido, ou pode estar explodindo agora, mas matematicamente faz mais sentido esperar que isso só aconteça mais para frente dentro dessa faixa de incerteza, dentro de cem ou duzentos mil anos”, diz Damineli.
Os dados dos astrônomos tiram da Eta Carinae o apelido de “Estrela da Morte”. “Na verdade, se tivermos que dar qualquer apelido, o mais justo seria ‘Estrela da Vida’, porque é nesse tipo de astro que se forma o oxigênio”, diz Damineli. Se não sabemos exatamente quando a explosão vai ocorrer, há certeza, no entanto, no fato de que quando a Eta Carinae se transformar, a visão da Terra será incrível. Resta saber se estaremos por aqui para ver o espetáculo.
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