Neste mapa da declinação magnética de 2004, a linha agônica (preta) passa pelo Meio-Oeste e pelo Golfo do México
Problemas nas bússolas
Em quase todos os relatos de mistério que cercam o Triângulo das Bermudas, você vai ouvir algum tipo de menção ao fato de que ele é um dos dois lugares da Terra (o outro é o Mar do Diabo, na costa do Japão) em que os ponteiros da bússola apontam para o Norte real em vez do Norte magnético. E há teorias que dizem que este é o motivo das bússolas não funcionarem e aviões e navios saírem de seus rumos nesses lugares.
Uma bússola funciona porque sua agulha magnética é atraída pelo magnetismo da Terra, fazendo a agulha apontar para o Pólo Norte Magnético, que está em constante movimento. O Pólo Norte Geográfico, por outro lado, é permanente e localiza-se a cerca de 1.931 quilômetros ao Norte do Pólo Magnético. Essa variação entre as duas leituras é conhecida como declinação magnética, que pode mudar em até 20º conforme você se movimenta pelo globo terrestre.
A linha agônica é uma linha imaginária na qual o Norte real e o Norte magnético estão alinhados perfeitamente, sem que haja declinação magnética. Nos pontos a Oeste da linha agônica, uma agulha magnética irá apontar para o Leste do Norte verdadeiro (declinação positiva).
Já nos pontos a Leste da linha agônica, uma agulha magnética irá apontar para o Oeste do Norte verdadeiro (declinação negativa). As linhas que marcam a declinação magnética constante que ocorre fora da linha agônica são chamadas de linhas isogônicas.
No começo do século XVIII, Edmund Halley, percebeu que a linha agônica estava se movendo lentamente para o Oeste. E, desde então, os cientistas notaram que existe uma movimentação da linha agônica em direção ao Oeste com uma velocidade de cerca de 0,2º por ano.
Mas essa movimentação não é igual em todos os lugares. Ela é mais forte no hemisfério do Oceano Atlântico do que no do Pacífico. Os navegadores devem sempre levar a declinação magnética em consideração ao mapear suas rotas. Embora a linha agônica já tenha passado pelo Triângulo das Bermudas, ela atualmente passa pelo Golfo do México, fazendo com que as alegações de que ela pode contribuir com os desaparecimentos no Triângulo não sejam precisas.
A verdade é que erros de cálculos que levem a desvios de rota podem acontecer em qualquer local. Além do mais, esta teoria também presume que pilotos e capitães experientes que passam pela área desconhecem a declinação magnética, o que é muito improvável.
Continua
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