domingo, 24 de fevereiro de 2008

Climatologia - 12

- Downbursts – Microbursts e Macrobursts: Foram consideradas teoricamente a partir de 1970 por Fujita (ver Tornados neste texto). Embora os meteorologistas ortodoxos da época não aceitassem suas teorias, mais tarde elas foram comprovadas. As Downbursts são conhecidas pelo súbito desabamento de ar frio pelo interior da nuvem Cb que se acumulou no seu topo.

Este ar frio pertencia às parcelas de ar ascendentes que foram resfriando e perdendo sua umidade durante o processo ascensional. A dado momento, a sustentação desta enorme massa de ar fica impraticável e daí, despenca em direção à superfície . Elas podem ser pequenas, denominadas de micro-explosões (microbusrts) ou grandes, macro-explosões (macrobursts).

São diferentes das frentes de rajadas porque têm um tempo de existência curto, de poucos segundos, não maior que um minuto. Suas velocidades também são muito maiores. As micro-explosões podem ser úmidas, quando carregam gotas de chuva, ou secas, quando ocorrem sem nenhum traçador durante a queda. Os danos em superfície são grandes, normalmente muito localizados.

- Windshears: Conhecidas como cortante de vento ou tesouras de vento, os windshears ocorrem próximos das trovoadas, mas sem uma área pré-definida. Sua característica é de alto cisalhamento do vento (semelhante às frentes de rajadas), porém, além de variar a velocidade dos ventos, variam-se também sua direção e sentido. O fenômeno é particularmente perigoso para as aeronaves, principalmente em operações de decolagem e pouso, pois provocam a perda de sustentação nas asas, causando a sua queda abruptamente.

- Tornados: Fenômeno que varia da micro até meso escala, os tornados são dutos de sucção, gerados por altíssimos gradientes de baixa pressão no interior e base da nuvem. Os processos que disparam os tornados ainda não são completamente entendidos.

Muitos tornados são gerados por alto cisalhamento vertical entre as correntes ascendentes e descendentes. Outros podem ser gerados pela deriva de micro-explosões. Há também os grandes tornados que estão associados aos meso ciclones. O que pode-se afirmar com mais certeza é que o alto gradiente de pressão gera um ponto de singularidade na atmosfera (lembrar da explanação sobre os buracos negros, Astronomia).

Como a pressão é muito baixa no seu centro (aproximadamente
800mb), o ar atmosférico ao redor (+/-1000mb),
tende a suprir esta deficiência, tentando dar uma continuidade mais aceitável ao campo de pressão. Neste instante, toda a massa de ar circula o núcleo, “aguardando” a sua vez de contribuir para a extinção do alto gradiente.

Enquanto isto não ocorre, tudo que estiver ao seu alcance será deslocado, conforme variar a força do vento. Por se tratar de um fenômeno ciclostrófico (os agentes gradiente de pressão e centrífugo são majestosamente maiores que Coriolis ou qualquer outra componente) o giro do tornado poderá ser horário ou anti-horário, independentemente do hemisfério.

Podem ser até mesmo contra-rotores, em caso de gêmeos. Só são considerados tornados quando tocam o solo. Até lá, são denominados nuvem funil, pois a baixíssima pressão permite com que o vapor se condense imediatamente. Normalmente ocorrem na base da nuvem, conhecida como nuvem parede.

O maior estudioso de tornados foi o Dr. Tetsuya Theodore Fujita, japonês naturalizado norte-americano após a Segunda Guerra Mundial, falecido em
1998.
Prof. Ted, como era conhecido, fez inúmeros trabalhos, tanto teóricos como experimentais no campo das trovoadas, furacões e aviação. É dele a famosa escala Fujita que classifica os tornados pelo seu poder destrutivo em superfície, não considerando o tamanho dos dutos como uma fonte confiável de determinação de sua força, já que muitos tornados podem variar de diâmetro, sendo da mesma força.

Fujita determinou que a atmosfera da Terra teria energia no seu estado básico para gerar, no máximo, um tornado (sua escala vai de 0 a
12,
porém limita-se ao, sendo este, inconcebível). Diferentemente de atmosferas de outros planetas, como os gigantes gasosos Jovianos: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno (este último tem nuvens supersônicas). A denominação da sua escala é dada na tabela a seguir:

Continua

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