Deslizes- Mas a ciência não é a inimiga, nem o governo. De um modo geral, os ufólogos não fizeram um bom trabalho de apresentação. Muitos, na comunidade ufológica (mundial), fizeram proclamações arriscadas que acabaram causando embaraços a eles próprios e a todos os ufólogos.
Várias vezes existem julgamentos apressados e justamente quem deveria ser prudente e precavido acaba tropeçando, equivocado. Cada erro desse tipo traz danos quase irreparáveis às pesquisas sérias. Devemos parar de tratar o assunto como possivelmente a maior aventura na história da humanidade e começar a considerá-lo simplesmente uma parte inexplicável da vida na Terra.
As brigas e disputas entre ufólogos têm sido grandemente destrutivas. Não precisamos de inimigos, fazemos um ótimo trabalho de destruir uns aos outros sem ajuda externa. Os pretendentes ao estrelato deveriam buscar outra forma de gratificação do ego e os pesquisadores sérios continuarão tranqüilamente suas pesquisas por conta própria.
Existe muita paranóia ufológica por aí e é pouquíssimo provável que ‘alguém’ esteja realmente querendo nos pegar. É bem possível que o governo norte-americano e a maioria dos governos mundiais saibam tão pouco quanto a maioria de nós, ou então sabem mais do que dizem, entretanto, menos do que imaginamos.
Seria de extrema importância e utilidade a troca de informações e até uma parceria com nossos governos, em especial as Forças Armadas, numa iniciativa sem precedentes para o desenvolvimento de uma Ufologia oficial e madura, mas não podemos ficar contando com revelações ‘top secret’, temos que deixar de lado as controvérsias (Gulf Breeze, MJ-12, etc) e voltarmos ao estudo do fenômeno em si. Filmes, programas de televisão e artigos sobre o assunto em revistas sensacionalistas também são facas de dois gumes, todo cuidado é pouco.
Deveríamos proibir, igualmente, aquelas declarações do tipo ‘este é o ano em que descobriremos a verdade’. Sempre alguém diz isso e nada acontece em relação ao ano anterior. Certa vez, o jornalista e ufólogo americano Bob Pratt (que já esteve inúmeras vezes no Brasil) entrevistava um homem que tinha visto uma luz incomum no céu, quando ouviu, incrédulo, outro pesquisador perguntar:
“Você sentiu que o objeto estava sugando alguma coisa do seu cérebro?” E o homem respondeu: “Não, só vi uma luz”. Alguma coisa deve ter sido sugada do cérebro desse ufólogo, bem antes dele fazer a pergunta. Em outro caso, Pratt estava com um médico que também era pesquisador, entrevistando uma pessoa que tinha tido um contato.
Conforme ela descrevia o objeto, o médico interrompeu para dizer: “O que você viu era uma nave de reconhecimento com 15 metros de diâmetro de Zeta Reticuli”. Tomara que seja melhor médico do que ufólogo! Essas perguntas com certos tipos de comentários não cabem em uma pesquisa séria, colocam idéias erradas na cabeça de testemunhas e contaminam os casos.
Muitas pessoas consideram os pesquisadores especialistas em UFOs e nós não somos. O que existem são ufólogos bons e os ruins. O que precisamos é desenvolver uma nova ‘raça’ de pesquisadores jovens, inteligentes, que ainda não adquiriram maus hábitos, ainda têm a mente aberta e não chegaram à conclusão de que sabem tudo a respeito do assunto.
Possam trabalhar juntos e determinar padrões para pesquisa, estabelecendo guias para o tipo de perguntas que devem ou não ser feitas [Por onde anda o manual do Código de Ética do Ufólogo, de Arismaris Baraldi Dias? Será que se transformou, ao menos para alguns, em livro de cabeceira, ou caiu no esquecimento em alguma prateleira empoeirada?].
Continua
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