Os físicos não podem tratar isoladamente objetos independentes quando estudam o mundo das partículas subatômicas – este mundo incrivelmente pequeno que serve de base a tudo o que podemos ver e tocar. Os físicos declaram que neste nível tudo está relacionado, e isto constitui o primeiro paralelo importante com o misticismo.
Dr. Capra – A noção que exclui toda separação de um elemento com relação a outros no universo é precisamente um dos pontos chave das tradições místicas, não somente no Budismo, no Taoísmo ou no Hinduísmo, mas também nas tradições místicas ocidentais.
Elas sobressaem sempre que a realidade é um todo unificado, recordando que a noção de objetos separados não é mais que uma ilusão. Aí é onde intervêm uma diferença importante entre os pontos de vista dos físicos e dos místicos. Como físico, eu diria que a noção de objeto separado é uma idealização, uma abordagem que, embora resulte muito útil, fundamentalmente não é exata. O místico qualificará esta noção de ilusória, ressaltando que embora experimente o efeito, não poderá discernir a verdadeira realidade.
Ryder-Smith – Pode-se fazer outro paralelo, recordando que a física, como o misticismo, não se ocupa do sentido comum: você não pode basear-se no sentido comum para aprender, por exemplo, a noção de um todo unificado. O sentido comum não tem lugar nem numa nem noutra destas visões do mundo.
Dr. Capra – Isto se explica pelo fato de que, nestes casos, os cientistas e os místicos levam as suas investigações muito mais além do mundo da percepção sensorial cotidiana. Os físicos utilizam instrumentos que representam uma extensão dos nossos sentidos ordinários, mas nunca podemos ver, ouvir nem tocar um átomo diretamente.
Os místicos entram conscientemente em estados meditativos profundos e ultrapassam amplamente os limites do mundo sensorial e das percepções ordinárias. Entretanto, o místico como o físico, ambos dão-se conta de que neste campo precisam de conceitos, noções ou teorias completamente fora do comum, e na realidade se servem de conceitos muito similares com respeito a isto.
Ryder-Smith – Outro traço que também pode ser encontrado entre os místicos e os físicos e que se opõe ao senso comum é que, de fato, os dois lidam com paradoxos. Assim, admite-se na física o fato de que a luz é composta de um fluxo de partículas – sendo essencialmente uma onda. Entretanto, o bom sentido nos diz que uma coisa pode ser um pequeno ponto, ou ser uma onda que se propaga, mas não as duas coisas ao mesmo tempo. Este é um dos numerosos paradoxos que existem na física moderna.
Dr. Capra – Certamente estes paradoxos representaram uma função crucial no descobrimento de toda a física atômica. Compreenda que todo o problema resulta da utilização de uma linguagem obsoleta para explicar fenômenos novos, ou de servir-se de termos cotidianos para descobrir fenômenos fora do comum. Tanto os místicos como os físicos têm admitido a existência destes paradoxos.
Dr. Capra – A noção que exclui toda separação de um elemento com relação a outros no universo é precisamente um dos pontos chave das tradições místicas, não somente no Budismo, no Taoísmo ou no Hinduísmo, mas também nas tradições místicas ocidentais.
Elas sobressaem sempre que a realidade é um todo unificado, recordando que a noção de objetos separados não é mais que uma ilusão. Aí é onde intervêm uma diferença importante entre os pontos de vista dos físicos e dos místicos. Como físico, eu diria que a noção de objeto separado é uma idealização, uma abordagem que, embora resulte muito útil, fundamentalmente não é exata. O místico qualificará esta noção de ilusória, ressaltando que embora experimente o efeito, não poderá discernir a verdadeira realidade.
Ryder-Smith – Pode-se fazer outro paralelo, recordando que a física, como o misticismo, não se ocupa do sentido comum: você não pode basear-se no sentido comum para aprender, por exemplo, a noção de um todo unificado. O sentido comum não tem lugar nem numa nem noutra destas visões do mundo.
Dr. Capra – Isto se explica pelo fato de que, nestes casos, os cientistas e os místicos levam as suas investigações muito mais além do mundo da percepção sensorial cotidiana. Os físicos utilizam instrumentos que representam uma extensão dos nossos sentidos ordinários, mas nunca podemos ver, ouvir nem tocar um átomo diretamente.
Os místicos entram conscientemente em estados meditativos profundos e ultrapassam amplamente os limites do mundo sensorial e das percepções ordinárias. Entretanto, o místico como o físico, ambos dão-se conta de que neste campo precisam de conceitos, noções ou teorias completamente fora do comum, e na realidade se servem de conceitos muito similares com respeito a isto.
Ryder-Smith – Outro traço que também pode ser encontrado entre os místicos e os físicos e que se opõe ao senso comum é que, de fato, os dois lidam com paradoxos. Assim, admite-se na física o fato de que a luz é composta de um fluxo de partículas – sendo essencialmente uma onda. Entretanto, o bom sentido nos diz que uma coisa pode ser um pequeno ponto, ou ser uma onda que se propaga, mas não as duas coisas ao mesmo tempo. Este é um dos numerosos paradoxos que existem na física moderna.
Dr. Capra – Certamente estes paradoxos representaram uma função crucial no descobrimento de toda a física atômica. Compreenda que todo o problema resulta da utilização de uma linguagem obsoleta para explicar fenômenos novos, ou de servir-se de termos cotidianos para descobrir fenômenos fora do comum. Tanto os místicos como os físicos têm admitido a existência destes paradoxos.
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