quinta-feira, 12 de julho de 2007

Corot inicia busca de planetas extra-solares

Passagem de Planeta pela frente de uma estrela observada pelo Corot permite a detecção e avaliação do porte desse mundo pela variação de brilho da luz estelar
Programa que tem participação brasileira estimula segunda geração de projetos para identificação de mundos como a Terra.

Por Lucas Telles
Desde o início de fevereiro, informações coletadas pelo telescópio orbital Corot são utilizadas para pesquisa envolvendo dinâmica estelar e a busca de exoplanetas. Em seguida à conclusão dos primeiros ajustes, o telescópio já rendeu os primeiros resultados científicos e deu ao Brasil a perspectiva de participar de programas mais ousados.

Com o sucesso do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) na recepção de dados do Corot – a partir de 12 de janeiro, na base de lançamento de Alcântara, no Maranhão – pesquisadores tiveram receptividade para inserir o Brasil no pré-projeto do satélite Platão, previsto para ser lançado a partir de 2015.

“Depois de alguns papéis em programas de recepção por satélite, ganhamos status por entrar no topo de uma área de pesquisa. E isso abre possibilidades de novas colaborações técnicas e científicas”, comemora o astrônomo Eduardo Janot Pacheco, presidente do comitê Corot-Brasil.

Desenvolvido pelo mesmo grupo do Corot – França, Alemanha, Itália e Bélgica, e sob liderança da Agência Espacial Européia (Esa) – o projeto Platão deve lançar um telescópio para estudos físicos de exoplanetas, que agora estão sendo procurados pelo Corot. Será um avanço qualitativo. Enquanto o Corot dispõe de telescópio de 27 cm de diâmetro, o Platão deve ter um equipamento de pelo menos 2 metros. O instrumento vai operar na luz visível e ultravioleta, além de registrar atividade eletromagnética, com um módulo de interferômetro.

Os principais objetivos do Corot são identificar exoplanetas – ao passarem à frente de suas estrelas-mães – e estudar a dinâmica estelar por meio da astro-sismologia. A partir da freqüência das ondas vistas na superfície da estrela, obtidas com variações de brilho, temperatura, efeito Doppler ou outros sinais, é possível deduzir a estrutura e comportamento interior.

Continua

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