sábado, 26 de maio de 2007

Mistérios Amazônicos

Tangas da exótica arte ceramista de Marajó, única nas culturas pré-colombianas

Dados arqueológicos - A grande maioria das peças marajoaras com sua variedade de formas, como já vimos, era decorada com desenhos complexos, muitos destes destacados em relevo, utilizando-se seus artífices do método de excisão, dificultando significativamente seu processo de elaboração e exigindo destes muita precisão e alto conhecimento técnico.

Suspeita-se que os povos de Marajó tenham vindo de uma outra região e que teriam chegado àquela ilha já com o conhecimento avançado de produção de peças de cerâmica e sua fina decoração. É curioso perceber, para não dizer que é estranho e não justificado, que no decorrer do tempo a cultura desse povo teve um rápido declínio, de forma que as próprias produções dos ceramistas subseqüentes (de seus descendentes) tornaram-se mais rudimentar, com o empobrecimento da simbologia e dos motivos decorativos que eram amplamente aplicados pelos seus avós.

Este aspecto de sua cultura causa estranheza diante dos pesquisadores, pois se trata de um fato incomum que, com o passar do tempo, seus descendentes foram perdendo a apurada técnica nesta arte e evoluindo gradativamente, esquecendo-se da arte de seus antepassados. As pesquisas arqueológicas concluíram que as peças mais antigas destes povos desconhecidos, além de possuírem muito mais variedades, eram bem mais elaboradas e de conteúdo artístico bem mais acentuado. Qual teria sido a razão desta decadência?

Afirmam os pesquisadores que a cerâmica mais perfeita só é encontrada nos níveis mais antigos da cultura Marajoara. Explicam que após longa e inexorável decadência esse povo desapareceu, tendo sido finalmente absorvido pela última fase desta magnífica cultura, remanescentes esses que viveram de forma bem diferente da de seus avós, levando-nos a duvidar de que daqueles sequer tivessem sido parentes.

Essa cultura que se seguiu à marajoara deixou um tipo de cerâmica simples e utilitária, sem as habilidosas decorações encontradas nas peças mais antigas, como se tivesse sido atacado de uma espécie de esquecimento coletivo e modo de vida indolente. Para os arqueólogos, o período de existência desse povo não deve ter sido maior do que 400 anos. Da mesma forma que chegaram à Ilha de Marajó, de forma abrupta, também saíram dali e não se sabe para onde teriam ido.

Continua

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