domingo, 6 de maio de 2007

O homem foi á lua:

VF: Uma das principais contestações acerca das fotos lunares se dá sobre a resistência física dos filmes utilizados em 1969, que segundo alguns pesquisadores, não suportariam as temperaturas extremas, como é o caso da Lua. Qual é a opinião do senhor a respeito?
RS: Quais temperaturas extremas? Há um engano muito popular sobre essa enorme variação de temperatura na Lua. Muita gente pensa que sob a luz do Sol se tem um calor insuportável, enquanto na sombra se tem um frio insuportável. Não é bem assim. O solo não iluminado pela luz do Sol pode chegar a temperaturas muito baixas, porque ele vai perdendo calor lentamente, na longa noite lunar.

Por outro lado, o solo iluminado vai se aquecer também lentamente até atingir altas temperaturas, durante o longo dia lunar. Mas não há nenhuma temperatura no “ar” da Lua, pois ela não tem uma atmosfera. Se uma câmera for exposta à luz solar, ela vai se aquecer lentamente, como ocorre aqui na Terra. Ao ser posta numa sombra, começa também a perder o calor lentamente, por irradiação.

Nenhum astronauta deixaria sua câmera durante dias sob a forte luz solar, porque ela seria aquecida a uma alta temperatura, nem a deixaria dias no escuro, fora da nave, porque ela perderia calor até esfriar demais. As câmeras usadas na Lua eram claras, para refletir a luz solar incidente. Por isso, não eram substancialmente aquecidas pela luz solar.

VF: Ainda abordando a temperatura da Lua, que varia de -140º até +150º, o senhor poderia nos esclarecer sobre as vestimentas usadas pelos astronautas? De que material foi feito tal “agasalho térmico” e como funcionava o seu sistema de refrigeração /aquecimento interno?
RS: Está tudo detalhado nas páginas da NASA. Além disso, pouco importa, porque é o solo lunar que sofre tal variação de temperatura, com muitos dias de intervalo de um valor extremo ao outro, por causa do efeito cumulativo. A roupa dos astronautas segue a mesma idéia da máquina fotográfica. A parte exposta à luz solar vai se aquecer lentamente, enquanto a não exposta vai esfriar lentamente. Nenhum astronauta ficou imóvel por dias, deixando um mesmo lado de sua roupa iluminado pelo Sol e o outro no escuro. Lembra-se da cor da roupa dos astronautas?

VF: Outra contestação de alguns pesquisadores diz respeito à transmissão de sinais de comunicação, da Lua para a Terra. Estes afirmam que naquela época, era impossível se fazer uma transmissão, onde, simultaneamente, sons e imagens foram enviados à Terra em tempo real.

RS: Curiosamente, na mesma época em que os astronautas estavam passeando na Lua, eu estava fazendo meu curso superior em Engenharia de Telecomunicações. Se as transmissões de som e imagens simultâneos fossem impossíveis em 1969, o que eu fazia numa sala de aula, estudando as teorias físicas e as equações matemáticas que as explicam? Não havia televisão naquela época? Não havia computadores?

Sinais eletromagnéticos não se propagavam no vácuo do espaço? Não existiam antenas parabólicas gigantescas? Ao que tudo indica, quem questiona tais coisas está muito iludido a respeito da tecnologia existente na década de 1960. O que ocorre hoje é que, lamentavelmente, podemos muito mais e fazemos muito menos, no que se refere às viagens espaciais.

Isso pode dar a ilusão de que ir à Lua é muito mais difícil do que de fato é. Na verdade, a maior dificuldade está mesmo em sair da Terra, nos primeiros minutos da viagem. Depois de estar em órbita, obrigatoriamente a uma alta velocidade, um pequeno impulso extra, torna possível todo o resto do percurso até as proximidades da Lua.

Mas é justamente esse fato pouco conhecido que dificulta a aceitação da conquista da Lua por parte dos não especialistas. Essas pessoas acham normal aquele foguete enorme subir e levar seu terceiro estágio até a órbita terrestre em menos de quinze minutos, mas não conseguem acreditar na parte fisicamente mais fácil da viagem.

Continua

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