VF: Qual sua opinião sobre as viagens espaciais praticadas nos dias hoje?
RS: Eu as considero ainda muito modestas. A essa altura da pesquisa espacial, já poderíamos ter bases permanentes na Lua, estações espaciais menos complicadas, vôos ao espaço mais baratos e mais freqüentes, sondas orbitando todos os planetas do Sistema Solar, etc. Não temos saída: o espaço sideral nos aguarda. Quanto mais cedo nos lançarmos a ele, melhor.
VF: O senhor acredita que o homem esteve na Lua?
RS: Certamente. Como eu poderia não acreditar? Eu já estava na universidade quando aquela época de ouro da conquista espacial ocorreu. Doze homens estiveram de fato na Lua, de 1969 a 1972. Acompanhei aquelas aventuras fascinantes e também perigosas, como o acidente com a Apollo 13 deixou evidente. Infelizmente, a motivação para todo aquele enorme esforço coletivo foi fundamentalmente política. Faltaram visão de futuro e atenção àqueles que, de um modo pejorativo, são chamados de sonhadores.
VF: Como o senhor tem visto as crescentes contestações da ida do homem à Lua?
RS: Com preocupação, porque em minha opinião elas refletem um grave problema que vem ocorrendo, principalmente em nosso país, que é o educacional. Concordo que as viagens à Lua foram uma coisa aparentemente fantástica demais para a época, mas elas ocorreram. As gerações mais jovens não tiveram a oportunidade de testemunhá-las. Por essa e outras razões, supõem que a tecnologia da época não era suficiente para a realização daquelas viagens. Mas quem tinha algum conhecimento científico naquele período sabe que tudo aquilo aconteceu mesmo. Nós vimos, não somente pela TV. Foi possível acompanhar os foguetes, rastrear os sinais de comunicação, analisar o material trazido, etc. Foi incrível, mas foi real.
VF: Qual seria a maior prova de que o homem esteve realmente na Lua?
RS: As provas são muitas. O material trazido da Lua é seletivo; somente pessoas poderiam escolher aquelas amostras. O fato de os foguetes pesadíssimos decolarem na frente de todos é um bom argumento contra a tecnologia insuficiente. O disparo do motor que impulsionava o terceiro estágio em direção à Lua era visível a olho nu a partir da Terra, com muitas testemunhas.
Observatórios puderam acompanhar o percurso das naves, na ida e na volta. O equipamento científico deixado na Lua pôde ser usado a partir da Terra, como os espelhos de raios laser, que nos deram uma melhor medida da distância até nosso satélite. As fotos e filmagens do ambiente lunar são perfeitamente coerentes com o que se deveria esperar ter por lá. Enfim, se tínhamos todas as condições técnicas e financeiras para ir à Lua, por que não teríamos ido?
Como se pode enganar bilhões de pessoas, muitas delas cientistas e técnicos experientes? Ainda assim, se tudo isso não for considerado como prova mais do que suficiente, é bom lembrar que o material deixado pelos astronautas na Lua ainda continua lá, o que poderá ser comprovado em um futuro não muito distante.
Continua
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