Vesta para começar
A primeira parada da Dawn é Vesta - um asteróide que pode comprovar a existência de supernovas no nascimento do sistema solar. Observações telescópicas de Vesta e estudos de meteoritos que acredita-se terem vindo de Vesta sugerem que o asteróide pode ter sido derretido nos primórdios de sua história, fazendo com que elementos pesados como o ferro afundassem e formassem um denso núcleo com uma pequena crosta em cima.
"Isto é interessante -- e um pouco intrigante," disse Chris Russell, Investigador Principal da Dawn na Universidade da Califórnia em Los Angeles. O derretimento requer uma fonte de calor tal como a energia gravitacional liberada quando o material se junta para formar um asteróide. Entretanto, Vesta é um mundo pequeno -- "muito pequeno," ele diz -- com somente cerca de 530km de diâmetro em média. "Não haveria energia gravitacional suficiente para fundir o asteróide quando ele se formou".
Uma supernova (ou duas) pode fornecer a explicação: Alguns cientistas acreditam que quando Vesta se formou inicialmente, ela era "temperada" com alumínio-26 e ferro-60 criados possivelmente por duas supernovas que explodiram por volta da época do nascimento do sistema solar. Estas formas de alumínio e ferro são isótopos radioativos que poderiam ter fornecido o calor extra necessário para fundir Vesta. Uma vez que estes isótopos radioativos decaíram, o asteróide poderia ter esfriado e solidificado ficando na forma que se encontra atualmente.
Esta idéia explicaria porque a superfície de Vesta parece apresentar marcas de fluxos de lava basáltica antigas e oceanos de magma, muito parecido com a lua da Terra. As supernovas também mudariam a seqüência de eventos envolvidos na formação planetária:
"Quando eu fui para a escola, pensava-se que a Terra se formou sozinha, se aqueceu, e o ferro foi para o centro e os silicatos flutuavam na superfície, produzindo um evento de formação do núcleo," disse Rusell. Esta visão assume que planetóides menores que colidiram e se misturaram para formar a Terra eram massas amorfas que não tinham ainda formado seus próprios núcleos de ferro. Mas se pedaços de rocha com o tamanho de Vesta puderam derreter e formar núcleos densos, "isto afetaria o modo que os planetas e seus núcleos evoluíram e cresceram".
Se tudo correr como o planejado, Dawn irá chegar em Vesta e entrar em órbita em outubro de 2011. Imagens detalhadas da superfície de Vesta irá revelar traços de seu passado derretido, enquanto os espectrômetros catalogarão os minerais e elementos que formam sua superfície. O campo gravitacional de Vesta será mapeado pelos movimentos da própria Dawn enquanto a sonda órbita o asteróide, e isto determinaria de uma vez por todas se Vesta tem ou não um núcleo ferroso.
Continua
Nenhum comentário:
Postar um comentário