Esta pequena história, relatada por Richard Preston num livro de 1987, First Light, ilustra bem o que foi o percurso deste geólogo. E que lugar melhor para começar do que na famosa Meteor Crater, no Arizona? Durante muito tempo foi debatida a origem desta estrutura, que alguns atribuíam à atividade vulcânica. Foi Gene Shoemaker quem fez a cartografia detalhada da área, na preparação do seu doutoramento em Princeton, nos finais dos anos 50.
Depois de comparar a morfologia da cratera com as formas deixadas por explosões (particularmente as de origem nuclear), chegou a uma conclusão clara: a de que a cratera se devia a um impacto, ao choque com a Terra de um corpo vindo do espaço, com cerca de 30 metros de diâmetro, viajando a perto de 20 km /s (portanto, muito mais depressa do que o som); este processo libertou uma tremenda quantidade de energia e escavou o terreno, deixando a forma que ainda hoje se pode observar.
Uma outra prova desta origem era a presença de um mineral, a coexiste, que apenas se forma sob pressões colossais. Alguns anos depois, foi também Shoemaker quem o descobriu em rochas na região de Ries, na Alemanha (de facto, o mineral foi encontrado nas pedras de que é feita uma igreja local), o que permitiu concluir que também essa misteriosa estrutura se devia a um impacto meteorítico.
Continua
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