A TAXINOMIA E O ESTUDO DAS FALSAS MEMÓRIAS
O fenômeno das falsas memórias pode originar-se de duas formas: de forma espontânea ou via implantação externa através de sugestão. As falsas memórias espontâneas são aquelas onde a distorção da memória se dá de maneira interna ou endógena ao sujeito, através da auto-sugestão.
Segundo BRAINERD e REYNA (1995), a auto-sugestão acontece quando o indivíduo lembra tão somente do significado, da essência do fato ocorrido, ou seja, o indivíduo recupera a memória da essência sobre o fato vivido, uma vez que a memória literal do que ocorreu não está mais acessível devido, por exemplo, a interferência pelo processamento de novas informações.
Assim, quando o sujeito deve decidir se viu uma determinada informação, ele compara a memória da essência do evento vivenciado com esta informação, e julga lembrar da segunda informação devido a similaridade de significado desta com o evento realmente vivido (por exemplo, você viu uma saia vermelha em uma vitrine, depois de algum tempo passa a se lembrar que viu um vestido, devido a similaridade da essência dos dois eventos).
Já as falsas memórias sugeridas surgem a partir da implantação externa ou exógena ao sujeito, através de sugestão deliberada ou acidental de informação falsa. O efeito da sugestibilidade na memória pode ser definido como uma aceitação, e subseqüente incorporação na memória original, de informação posterior ao evento ocorrido (GUDJONSON, 1986).
Essa definição implica alguns pressupostos quanto a sugestão: a não consciência do processo, bem como ser resultado de informação apresentada posterior ao evento em questão. Cabe ressaltar que tanto as falsas memórias espontâneas quanto as sugeridas são fenômenos de base mnemônica, lembranças, e não de base social, como uma mentira ou simulação por pressão social.
Nos estudos sobre falsas memórias espontâneas são utilizados basicamente três procedimentos: primeiro os sujeitos (adultos ou crianças) são expostos a algum material alvo a ser memorizado (listas de palavras, figuras, sentenças, frases formando narrativas, eventos reais ou filmados).
Logo após é introduzida uma atividade de distração de qualquer tipo, com objetivo de desviar a atenção do sujeito do material alvo. E no terceiro procedimento, os sujeitos respondem ao teste de memória (BRAINERD, REYNA e POOLE, no prelo).
Já nos estudos sobre falsas memórias sugeridas, é utilizado o paradigma clássico de interferência adaptado por Loftus (1979). Inicialmente é apresentado um evento alvo ao sujeito. Após a atividade de distração, é apresentada uma sugestão de falsa informação, geralmente inserida em uma entrevista ou narrativa. Finalmente, a memória para o evento alvo é testada (Stein, 1999).
Nos estudos sobre falsas memórias, os testes, aos quais adultos e crianças são submetidos para avaliar sua memória, podem ser de recordação (BAKER-WARD, GORDON, ORNSTEIN, LARUS e CLUBB, 1993; HOWE, 1991) ou, mais comumente para as crianças, de reconhecimento (CECI e BRUCK, 1993).
Os testes de reconhecimento são compostos por alvos (itens estudados no material alvo) e distratores. Os distratores podem ser de dois tipos:
O fenômeno das falsas memórias pode originar-se de duas formas: de forma espontânea ou via implantação externa através de sugestão. As falsas memórias espontâneas são aquelas onde a distorção da memória se dá de maneira interna ou endógena ao sujeito, através da auto-sugestão.
Segundo BRAINERD e REYNA (1995), a auto-sugestão acontece quando o indivíduo lembra tão somente do significado, da essência do fato ocorrido, ou seja, o indivíduo recupera a memória da essência sobre o fato vivido, uma vez que a memória literal do que ocorreu não está mais acessível devido, por exemplo, a interferência pelo processamento de novas informações.
Assim, quando o sujeito deve decidir se viu uma determinada informação, ele compara a memória da essência do evento vivenciado com esta informação, e julga lembrar da segunda informação devido a similaridade de significado desta com o evento realmente vivido (por exemplo, você viu uma saia vermelha em uma vitrine, depois de algum tempo passa a se lembrar que viu um vestido, devido a similaridade da essência dos dois eventos).
Já as falsas memórias sugeridas surgem a partir da implantação externa ou exógena ao sujeito, através de sugestão deliberada ou acidental de informação falsa. O efeito da sugestibilidade na memória pode ser definido como uma aceitação, e subseqüente incorporação na memória original, de informação posterior ao evento ocorrido (GUDJONSON, 1986).
Essa definição implica alguns pressupostos quanto a sugestão: a não consciência do processo, bem como ser resultado de informação apresentada posterior ao evento em questão. Cabe ressaltar que tanto as falsas memórias espontâneas quanto as sugeridas são fenômenos de base mnemônica, lembranças, e não de base social, como uma mentira ou simulação por pressão social.
Nos estudos sobre falsas memórias espontâneas são utilizados basicamente três procedimentos: primeiro os sujeitos (adultos ou crianças) são expostos a algum material alvo a ser memorizado (listas de palavras, figuras, sentenças, frases formando narrativas, eventos reais ou filmados).
Logo após é introduzida uma atividade de distração de qualquer tipo, com objetivo de desviar a atenção do sujeito do material alvo. E no terceiro procedimento, os sujeitos respondem ao teste de memória (BRAINERD, REYNA e POOLE, no prelo).
Já nos estudos sobre falsas memórias sugeridas, é utilizado o paradigma clássico de interferência adaptado por Loftus (1979). Inicialmente é apresentado um evento alvo ao sujeito. Após a atividade de distração, é apresentada uma sugestão de falsa informação, geralmente inserida em uma entrevista ou narrativa. Finalmente, a memória para o evento alvo é testada (Stein, 1999).
Nos estudos sobre falsas memórias, os testes, aos quais adultos e crianças são submetidos para avaliar sua memória, podem ser de recordação (BAKER-WARD, GORDON, ORNSTEIN, LARUS e CLUBB, 1993; HOWE, 1991) ou, mais comumente para as crianças, de reconhecimento (CECI e BRUCK, 1993).
Os testes de reconhecimento são compostos por alvos (itens estudados no material alvo) e distratores. Os distratores podem ser de dois tipos:
a) um item novo relacionado, que pode ser semanticamente relacionado com o alvo (se CACHOEIRA fosse um alvo, CASCATA seria um distrator relacionado), ou acusticamente semelhante (se CACHOEIRA fosse um alvo, FILEIRA seria um distrator relacionado);
b) um distrator não relacionado semântica ou acusticamente com o alvo (PLANTAÇÃO seria um distrator não-relacionado, se CACHOEIRA fosse o alvo) (STEIN, 1999).
Quando um alvo é apresentado como um item do teste de reconhecimento, e a pessoa o reconhece corretamente como tendo sido apresentado anteriormente no material estudado, considera-se esta uma resposta verdadeira. Porém, quando um distrator é incorretamente aceito num teste de reconhecimento, considera-se esta uma resposta falsa.
Os estudos sobre as falsas memórias espontâneas geralmente produzem os seguintes resultados nos testes de reconhecimento: alvos são mais aceitos do que distratores; distratores semanticamente relacionados são mais aceitos do que outros distratores não relacionados (BRAINERD e MOJARDIN, 1998; BRAINERD e REYNA, 1996; REYNA e KIERNAN, 1994).
Este é o efeito do reconhecimento falso ou alarme falso, em que, apesar dos sujeitos não terem sofrido sugestão de informação falsa, eles reconhecem falsamente itens não apresentados no material alvo como tendo sido apresentados.
Nas pesquisas sobre as falsas memórias sugeridas, dois achados são mais comumente encontrados: os índices de aceitação dos alvos são menores quando apresentada informação falsa, e o número de alarmes falsos para distratores sugeridos é maior do que para distratores não sugeridos (MOJARDIN, 1998; PEZDEK e ROE, 1995). Este fenômeno é chamado de efeito da falsa informação, em que os sujeitos reconhecem a falsa informação sugerida como tendo sido o alvo apresentado.
Continua
Continua
Nenhum comentário:
Postar um comentário