Hollanda — Em novembro de 1977, no meio da operação. O objeto tinha uma luz que se parecia com solda de metal, como aquelas elétricas. Foi curioso, pois quando era menino ouvia muitas histórias de coisas que a gente não conseguia enxergar por possuírem luminosidade muito forte. E foi o que eu vi, junto à minha equipe: uma luz azul, forte, de brilho intenso. Mas não vi a forma do UFO, só a luz que ele emanava o tempo todo.
Ufo — Vocês conseguiram fotografar esse objeto brilhante e sua emanação de luz?
Hollanda — Fotografávamos tudo o que aparecia, mas levamos um baile durante uns dois meses com as fotos, pois nelas não saía nada. Sempre tínhamos os objetos bem focalizados, preenchendo todo o quadro da máquina, mas quando revelávamos os negativos, nada aparecia. Pensávamos, às vezes, “ah, agora vai sair”. Mas nada. Isso acontecia com freqüência, até que ocorreu um fato inusitado. Eu estava analisando os positivos, muito chateado por não conseguir imprimir as imagens que víamos em nossas missões, quando peguei uma lanterna que usava em operações de selva, e fiz uma experiência. Foi a sorte.
Ufo — E o que aconteceu?
Hollanda — A lanterna tinha uma luz normal e forte numa extremidade e uma capa vermelha na outra, que servia para sinalização de selva. Era de um material semitransparente de plástico, tipo luz traseira de carro. Tirando-se a tal capa vermelha havia um vidro fosco. Eu olhei para aquilo e me lembrei que os médicos examinam as radiografias num aparelho que tem um quadro opaco com luz por trás [Radioscópio]. Esse equipamento ajuda a fazer contraste de luz e sombra numa chapa de raio-X. Assim, tive a idéia de pegar um filme já revelado e contrapô-lo ao vidro fosco da minha lanterna de selva. Foi então que pude ver um ponto que não conseguia enxergar antes. Eu não estava procurando marca ou objeto algum, e sim uma luz, pois foi isso o que vimos na selva ao batermos as fotos. Só que a tal luz não aparecia, e sim o objeto por trás dela. No caso do rolo que estava analisando, vi um cilindro, que aparecia em todos os demais fotogramas. Ficou claro, então, que não conseguia imprimir a luz do objeto na foto, mas sim a parte sólida dele, talvez por uma questão de comprimento de onda, não sei. Não entendi por que a luz do UFO não impressionava aquele filme, somente a parte sólida. Depois, concluímos que aquele objeto seria uma sonda em forma de cilindro.
Ufo — Vocês fizeram muitas fotografias de UFOs como essas?
Hollanda — E como! Fizemos mais de 500. Eram dezenas de rolos de filmes, uma caixa de papelão cheia deles. Em quase todos os fotogramas havia UFOs ou sondas. E veja você que todos aqueles negativos ficaram na minha frente, por quase dois meses de trabalho, e não conseguimos nada. Não saía luz alguma nas fotos. Aí, depois do que descobri, fomos olhá-los novamente e havia imagens fantásticas. Depois foi só mandar ao laboratório do 1º COMAR para ampliar e ver lindas sondas e UFOs nas fotografias. Dezenas deles!
Ufo — Depois de sua descoberta vocês fizeram novas fotos?
Hollanda — Sim, com a ajuda de um amigo chamado Milton Mendonça, que já faleceu. Ele era cinegrafista da TV Liberal, de Belém, e conhecia muito sobre fotografia. Pedi sua ajuda porque confiava bastante nele e sabia que, participando da operação conosco, não ia comentar nada com ninguém. Assim, informei o fato ao meu comandante, dizendo-lhe que estava com dificuldades no processo técnico fotográfico, e ele autorizou Milton a entrar no esquema. Ele foi conosco em algumas vigílias e sempre nos auxiliava. Até instruiu-nos a usar filmes especiais, com recursos de infravermelho, ultravioleta etc. Pedimos, pois, o material para nossos superiores, em Brasília, e eles mandaram filmes ótimos. Com isso, passamos a ter melhores resultados. Conseguimos fotografar, então, objetos grandes e com formatos que a gente nem imaginava…
continua
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