quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Evolução Do Pensamento Ufológico -II

À procura de extraterrestres - Março 1989

Munida de radiotelescópios e computadores, a NASA prepara-se para ouvir sinais de civilizações extraterrestres. Boxes: origem da Terra e da vida. A bandeira do nosso planeta e o posicionamento da Igreja em relação à existência de vida fora da Terra. Vai começar a mais ampla busca de inteligência fora da Terra. Com radiotelescópios e computadores, a Nasa se prepara para ouvir sinais de outros planetas.

Por Martha San Juan França, com Kátia Zero, em Washington - Como fazia regularmente, havia cinco anos, o operador de plantão no observatório astronômico da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, passou naquela manhã de agosto de
1977 para recolher as dezenas de metros de papel impresso pelo computador acoplado ao radiotelescópio de 53
metros.

Sempre havia, nesses papéis, milhares de números - sinal de que o radiotelescópio captara apenas as caóticas radioemissões produzidas por estrelas, pulsares, quasares e demais corpos celestes naturais. Naquela manhã de agosto, porém, quatro letras se destacavam tão nitidamente entre os milhares de números impressos que o operador, entusiasmado, anotou ao lado: Wow!

É o correspondente, em inglês, ao nosso uau! e o espanto do operador era justificado: na programação que alimenta o computador ligado ao radiotelescópio, letras significam a recepção de uma mensagem coerente, que jamais poderia ser produzida pelos corpos naturais do Universo.

Era exatamente como imaginávamos uma emissão de origem inteligente, lembrou para SUPERINTERESSANTE o astrônomo Robert Dixon, coordenador do projeto de radioescuta da Universidade de Ohio. Imediatamente o radiotelescópio foi colocado a operar na mesma freqüência em que havia captado os sinais decodificados em letras, mas os sinais coerentes não se repetiram.

Decorrido doze anos, Dixon, que contínua como um estóico sacerdote, sempre à míngua de verbas e voluntários, a tocar seu projeto de escuta do Universo, à procura de inteligência fora da Terra, comenta o incidente que passou para a história com o nome de o grande Wow.

Estou convencido de que há outras civilizações no Universo. Mas talvez nunca saibamos se os sinais que captamos eram de alguma delas. Como Robert Dixon, algumas centenas de cientistas dispersos por países como a União Soviética, a Inglaterra, a Austrália, a França ou o Canadá, além dos Estados Unidos, naturalmente, tentam provar que a Terra não é o único ponto do Cosmo habitado por vida inteligente. Desde 1960 eles esquadrinham o céu do hemisfério norte (somente no próximo ano astrônomos argentinos treinados nos Estados Unidos começarão a pesquisar no hemisfério sul).

Foram mais de
450 mil horas de escuta, o que corresponde a 18.770 dias, ou 51 anos de trabalho ininterrupto. Muitas vezes apareceram letras em lugar de números, é verdade. Em março, de 1967,
os astrônomos Jocelyn Bell e Anthony Hewish, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, mediam a cintilação de um quasar - distante corpo celeste que emite poderosíssimas radiações - quando começaram a receber sinais ritmados.

A reação, inevitável, foi imaginar que eram extraterrestres chamando, e a fonte de radiação chegou a ser batizada LGM, iniciais de little green men, alusão às velhas histórias de ficção científica que descreviam os marcianos como homenzinhos verdes.

Mas não tardou que a alegria se esvaísse - descobriu-se que as radiações vinham de um pulsar, uma estrela de rotação ultra-rápida que emite sinais tão rigorosamente sincronizados que por eles se acertam os mais preciosos relógios da Terra. Bell e Hewish pelo menos ficaram com a glória de ter feito a primeira observação de um pulsar.

Continua

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