sexta-feira, 2 de março de 2007

Uma "Missão" Delicada

Extraído de “Os Astronautas de Yaveh”, obra em que o autor aborda um tema polêmico e audacioso: a intervenção de extraterrestres em várias passagens do Velho e do Novo Testamento.

Poucos capítulos causaram-me tanto medo como o que agora começo. Medo de estar absolutamente equivocado. Medo, sobretudo, de ferir sensibilidades ou obscurecer idéias. Se o faço é, como já disse no prólogo, apenas porque meu coração o pede. Também porque pessoalmente estou convencido do que tentarei expor.

Algo Falhou


Até os exegetas e doutores mais retrógrados da Igreja têm clareza de que neste planeta "algo falhou". A espécie humana "entortou". Ou, quem sabe, "alguém" alheio ao nosso mundo encarregou-se de alterar o ritmo evolutivo. E a humanidade entrou numa desordem total.

Alterada pela morte e doenças. Presa da violência, da angústia e do egoísmo. Os planos primitivos da Suprema Sabedoria converteram-se em um simples papel molhado. Talvez tenha sido necessário reorganizar tudo. Traçar, por assim dizer, um novo "projeto de homem". Outro modelo.

Mas, como fazê-lo sem estridências? Como consegui-lo sem violentar a liberdade humana, premissa principal em toda criação divina? E o "alto comando", usando de novo as palavras que fluem espontaneamente de meu coração, optou por enviar alguém.

Um Ser suficientemente importante e preparado para causar um enorme impacto, não só no momento histórico e concreto de sua existência no mundo, mas também durante séculos e séculos. Alguém que, sutil, mas claramente, deixasse traçado o único caminho para endireitar o rumo dos homens da Terra.

E provavelmente, após muitos estudos e considerações, esse "alto comando" fixou uma data. E as "forças intermediárias" a serviço de Deus rastrearam o plano de norte a sul e de leste a oeste. Levaram sua informação e todos concordaram em relação a um povo e a uma região do mundo.

A "operação" deveria centrar-se nos homens que integravam uma raça ainda incipiente e que habitavam as terras entre o Nilo e o Tigre. A chamada "Crescente Fértil" e que, naquela época, faz 4.000 anos, constituía o maior centro cultural do globo.

É quase certo que nenhum outro canto do planeta oferecia aos "exploradores do espaço" um maior índice de progresso e florescimento. Que continente poderia reunir em tão poucos quilômetros quadrados um cruzamento tão esplêndido de culturas como as do Egito, Babilônia, Nínive ou Ur? A África? Evidentemente que não.

A Europa, sob o domínio das tribos bárbaras? A Atlântida – supondo-se que tivesse existido – fora tragada pelas águas do Oceano Atlântico há uns 8000 anos. Que restava então? Apenas a América. Mas ainda seriam necessários pelo menos outros dois mil anos para que no Novo Continente florescessem culturas tão promissoras como a maia, inca ou tolteca.

A Austrália, por outro lado, era uma zona tão isolada e primitiva que nem sequer foi levada em consideração. E na Ásia, com exceção da China, era também um território meio vazio e assolado por grupos tão belicosos quanto incultos.

Em honra da verdade, apenas o Próximo e Médio Oriente tinham adquirido um nível mínimo para acolher a tão importante "Enviado".E com o beneplácito do "alto comando" iniciou-se a "Operação Redenção".

O Primeiro Passo: Reunir Um Povo.

Seguindo talvez um lento, metódico, mas rigoroso "plano", os "comandos intermediários", em estreita colaboração com os "astronautas", foram selecionando e controlando determinados indivíduos e famílias. E assim começaram as aparições e "encontros" com os primeiros e antediluvianos patriarcas.

O objetivo número um do "alto comando" era conseguir o estabelecimento de um povo ou de uma comunidade suficientemente estável. E o mais importante: um núcleo humano virgem, sem idéias religiosas anteriores e alheio aos mil deuses que tiranizavam e desconcertavam as consciências dos egípcios, babilônios, etc.

Mas onde encontrar esse "elefante branco?" Efetivamente, tal povo não existia. Todos, em maior ou menor grau, estavam contaminados ou deformados. Não restou alternativa a não ser "criar" essa nação. E diz o Gênesis (12,1-3):

"Yaveh disse a Abraão: 'Sai de tua terra, e de tua pátria, e da casa de teu pai, e vai à terra que eu te mostrarei. De ti farei uma nação grande e te abençoarei. Engrandecerei teu nome; e sê tu uma bênção". Como sabemos, naqueles tempos, esses tipos de promessas e aparições de Yaveh, aconteciam com certa regularidade.

Fica evidente que os "astronautas", responsáveis pela materialização do "plano", queriam ir explicando a "seu" povo – o povo de Deus – porque o tinham eleito. Tal como avancei nas primeiras linhas deste ensaio, com lógica – e dentro da variadíssima escala de seres inteligentes que, tenho certeza, o Profundo criou – o "alto comando" encarregado da "Operação Redenção" deve ter elegido ou designado para os "encontros" com os homens de Israel "forças" ou "civilizações" relativamente próximas a nossa forma física.

A escolha de seres com formas físicas diferentes à humana apenas teria causado uma grande confusão: Se o "alto comando" pretendia impor àquele novo povo a idéia de um único Deus, era preciso fazê-lo com extrema simplicidade. E apareceram os "anjos".

Curiosamente, nas quase duzentas intervenções destes seres no Antigo e Novo Testamento, sempre são descritos como jovens de uma grande beleza e com roupagens ou vestes brancas e brilhantes. Suas formas, sem dúvida, são humanas e alguns, inclusive, chegam a passarem despercebidos entre os humanos.

Outros, como consta no Antigo Testamento, acompanham os patriarcas e comem com eles, como no caso de Abraão, ou os forçam a abandonar uma cidade, caso de Lot em Sodoma, depois de praticamente cegar a multidão que tentara violentá-los.

BENITEZ, J.J. – São Paulo: Mercuryo, 1992.

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