domingo, 6 de maio de 2007

Uma Muralha da China na Lua?

Uma ‘Muralha da China’ na Lua?
Muito se tem estudado e falado sobre milhares de fotos que foram tiradas nas diversas missões do Projeto Apollo, entre elas, encontram-se duas que mostram uma espécie de monumento que sugere ter sido criado por alguma forma de vida inteligente em pleno solo lunar.



Muralha Lunar:
Cyro de Freitas - De Belo Horizonte
Para Via Fanzine.

Desde as viagens que tinham como objetivo apenas testar os módulos de descida em órbita lunar até as missões que realmente pousaram no nosso satélite são centenas e centenas de fotografias das mais intrigantes.

Os curiosos sobre o assunto pesquisaram exaustivamente foto por foto das que foram liberadas pela NASA e puderam levantar suspeitas em dezenas delas. Diversos trabalhos foram efetuados, direcionados principalmente aos OVNIs que surgiam desafiadoramente em muitas delas. Com os recursos técnicos oferecidos atualmente pelos programas de computadores, tudo foi analisado, discutido, simulado e deixou a agência americana sem explicações para fatos realmente sensacionais

Revistas especializadas e livros trataram do assunto com propriedade e nos deram uma clara visão de que muito está sendo escondido e o famoso sistema de acobertamento continua sendo usado descaradamente. Apesar da clareza das fotografias e de depoimentos dos próprios astronautas, a NASA sempre negou e continua a negar qualquer anormalidade nas imagens liberadas. Contudo, estamos falando das imagens tornadas públicas. Imaginem as que não chegaram ao nosso conhecimento.

Dentre as que vieram a público, pelo menos duas delas levantam grandes suspeitas e, ao que parece, não foram alvo de investigações. Elas estão reproduzidas acima e podem ser acessadas através do site:
http://www.lpi.usra.edu/resources/apollo/catalog/pan/revolution/?AS15R27Cf .

Quando ampliadas, revelam uma muralha de proporções gigantescas, com centenas de quilômetros de extensão. Nota-se claramente o perfeito acabamento tanto na parte superior como nas laterais. As sombras projetadas no solo nos dão uma exata noção do topo que se apresenta liso e a visão do alto mostra sem nenhuma dúvida o seu formato de muralha.

Será que somente a ação da natureza poderia construir essa “Muralha da China” na Lua?
Creio ser esta uma bela questão a ser discutida.

Cyro de Freitas é administrador, pesquisador em Astronomia e colaborador de
Via Fanzine – E-mail: cyro.freitas@bol.com.br.
Imagens: NASA / JPL.
Produção: Pepe Chaves.
© Copyright 2004-2007
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O homem foi á lua:

Roberto Silvestre - Astrônomo
Pesquisador e grande difusor da Astronomia, sobretudo,junto à comunidade estudantil brasileira, Roberto Silvestre falou conosco sobre vários aspectos do estudo astronômico, com destaque às viagens lunares.


O homem foi à lua:
Entrevista exclusiva:
Por: Pepe CHAVES



VF: Quando e por que o senhor veio a se interessar pela Astronomia?
RS:
Não tenho lembranças de momentos anteriores ao meu interesse pela Astronomia ou pela Ciência de um modo geral. Esse sentimento sempre me acompanhou de uma forma crescente até os dias de hoje, gerando uma atividade que é a mais importante de minha vida profissional. Parece que foi mesmo o amor à primeira vista que atraiu minha atenção para o céu, pois desde cedo tive o contato visual com o Cosmos e a oportunidade de presenciar fenômenos de grande beleza.

VF: O senhor tem alguma religião ou credo específico?
RS:
Não sigo nenhuma religião oficial, mas meu comportamento é orientado pela certeza de que a Terra é uma jóia rara no Sistema Solar, que a vida é preciosa em todas as suas formas e que as pessoas devem desenvolver-se interiormente para superar as diferenças que são hoje a causa de grande sofrimento para todos. Tudo o que faço é motivado por um sentimento forte de que existe um propósito para o Universo e para os seres que nele habitam. Talvez não se possa dar a isso o rótulo de religiosidade, mas o trabalho pelo bem coletivo, sem conotações egoístas, tem citações bíblicas conhecidas. O que faço segue essa filosofia, sempre, fluindo de um modo muito natural. Eu não saberia como agir de outra forma.

VF: Por favor, nos fale um pouco de seu trabalho astronômico desenvolvido em Uberlândia.
RS:
Eu sempre estudei o céu, fiz observações, obtive fotografias de fenômenos astronômicos e contribuí com dados para centros de pesquisa variados, mas não havia percebido minha verdadeira missão. Pode-se considerar aquela fase como de preparação para o que viria depois. Há doze anos, uma casualidade me levou a mostrar o céu aos alunos de uma escola, através de um pequeno telescópio.

Do adorável encontro com os alunos surgiu um pedido de palestra que logo se transformou em dezenas. Hoje faço cerca de 120 palestras por ano, calculo e divulgo fenômenos na mídia, tiro dúvidas de alunos, capacito professores, ajudo estudantes nos trabalhos para as feiras de ciências, recebo visitas escolares e de outros grupos no observatório que construí em cima de minha casa, mantenho pessoas de minha cidade bem informadas através de uma lista de distribuição de boletins, divulgo informações em uma página na Internet e conscientizo a população para o problema pouco conhecido da poluição luminosa, causado pelo desperdício absurdo de luz artificial, que está no tirando a visibilidade do céu noturno sem nenhuma necessidade. É um trabalho voluntário, difícil e permanente, quase sem férias, mas muito
compensador.

Continua

O homem foi á lua:

OBSERVATÓRIO DE UBERLÂNDIA

VF: Qual sua opinião sobre as viagens espaciais praticadas nos dias hoje?
RS:
Eu as considero ainda muito modestas. A essa altura da pesquisa espacial, já poderíamos ter bases permanentes na Lua, estações espaciais menos complicadas, vôos ao espaço mais baratos e mais freqüentes, sondas orbitando todos os planetas do Sistema Solar, etc. Não temos saída: o espaço sideral nos aguarda. Quanto mais cedo nos lançarmos a ele, melhor.

VF: O senhor acredita que o homem esteve na Lua?
RS:
Certamente. Como eu poderia não acreditar? Eu já estava na universidade quando aquela época de ouro da conquista espacial ocorreu. Doze homens estiveram de fato na Lua, de 1969 a 1972. Acompanhei aquelas aventuras fascinantes e também perigosas, como o acidente com a Apollo 13 deixou evidente. Infelizmente, a motivação para todo aquele enorme esforço coletivo foi fundamentalmente política. Faltaram visão de futuro e atenção àqueles que, de um modo pejorativo, são chamados de sonhadores.

VF: Como o senhor tem visto as crescentes contestações da ida do homem à Lua?
RS:
Com preocupação, porque em minha opinião elas refletem um grave problema que vem ocorrendo, principalmente em nosso país, que é o educacional. Concordo que as viagens à Lua foram uma coisa aparentemente fantástica demais para a época, mas elas ocorreram. As gerações mais jovens não tiveram a oportunidade de testemunhá-las. Por essa e outras razões, supõem que a tecnologia da época não era suficiente para a realização daquelas viagens. Mas quem tinha algum conhecimento científico naquele período sabe que tudo aquilo aconteceu mesmo. Nós vimos, não somente pela TV. Foi possível acompanhar os foguetes, rastrear os sinais de comunicação, analisar o material trazido, etc. Foi incrível, mas foi real.


VF: Qual seria a maior prova de que o homem esteve realmente na Lua?
RS:
As provas são muitas. O material trazido da Lua é seletivo; somente pessoas poderiam escolher aquelas amostras. O fato de os foguetes pesadíssimos decolarem na frente de todos é um bom argumento contra a tecnologia insuficiente. O disparo do motor que impulsionava o terceiro estágio em direção à Lua era visível a olho nu a partir da Terra, com muitas testemunhas.

Observatórios puderam acompanhar o percurso das naves, na ida e na volta. O equipamento científico deixado na Lua pôde ser usado a partir da Terra, como os espelhos de raios laser, que nos deram uma melhor medida da distância até nosso satélite. As fotos e filmagens do ambiente lunar são perfeitamente coerentes com o que se deveria esperar ter por lá. Enfim, se tínhamos todas as condições técnicas e financeiras para ir à Lua, por que não teríamos ido?

Como se pode enganar bilhões de pessoas, muitas delas cientistas e técnicos experientes? Ainda assim, se tudo isso não for considerado como prova mais do que suficiente, é bom lembrar que o material deixado pelos astronautas na Lua ainda continua lá, o que poderá ser comprovado em um futuro não muito distante.

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O homem foi á lua:


VF: Como o senhor vê as análises feitas por alguns pesquisadores nas sombras encontradas em fotografias supostamente tiradas no ambiente lunar, as quais acusam de conterem erros de perspectiva?
RS:
Vi muitas fotos, mas não encontrei erros de perspectiva nas sombras. Se as fotos tivessem sido falsificadas e obtidas em um deserto na Terra, as sombras seriam normais. Eu acredito que uma das razões que levam tais pesquisadores à desconfiança é a falta de experiência na observação da Natureza. Eu fiz alguns testes com sombras e notei os mesmos efeitos que foram apontados como estranhos nas fotos da NASA.

As sombras podem sofrer deformações causadas pelo solo irregular, mas um solo plano também pode nos iludir, já que a perspectiva real, chamada tecnicamente de cônica, faz com que as sombras de fato paralelas apontem todas para o ponto de fuga. É exatamente esse o caso da descrição de sombras vistas como não paralelas por esses pesquisadores. O que mais se pode dizer, se eles negam um fato físico que pode ser testado e comprovado por qualquer pessoa? A própria teoria da perspectiva, que tive a oportunidade de estudar em meu tempo de curso ao vestibular, mostra como e por que as sombras paralelas parecem convergir. Há séculos essas leis simples são conhecidas. Como se pode pretender ignorá-las assim, se é possível ver suas provas diretas a todo momento, na prática?








VF: Alguns pesquisadores contestam também, as pegadas dos astronautas na Lua, que, segundo eles, não deveriam existir, já que naquele ambiente não existe umidade para formá-las. Como se explica este fato?
RS:
Qual é o grau de umidade do solo em um deserto terrestre? Não disseram que as fotos foram feitas na Terra? Fiz um teste com areia seca e notei que ela permite a formação de pegadas pouco delineadas. Porém, o que se tem na Lua não é areia, mas um pó muito diferente, que define bem as pegadas.

Com o pequeno ângulo entre os raios de luz solar e o solo, devido ao amanhecer, a depressão de uma pegada fica parecendo maior do que é. Ao que tudo indica, uma vez que alguém suspeite das viagens à Lua, passa a ver qualquer coisa como prova de que elas não ocorreram, ao passo que deixa de considerar até mesmo os argumentos mais simples e testáveis de que elas foram reais. É uma atitude normal no ser humano comum, mas não no cientista experiente. Então, quantos leigos suspeitam das viagens à Lua? Quantos cientistas sérios e objetivos?

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O homem foi á lua:

VF: Uma das principais contestações acerca das fotos lunares se dá sobre a resistência física dos filmes utilizados em 1969, que segundo alguns pesquisadores, não suportariam as temperaturas extremas, como é o caso da Lua. Qual é a opinião do senhor a respeito?
RS: Quais temperaturas extremas? Há um engano muito popular sobre essa enorme variação de temperatura na Lua. Muita gente pensa que sob a luz do Sol se tem um calor insuportável, enquanto na sombra se tem um frio insuportável. Não é bem assim. O solo não iluminado pela luz do Sol pode chegar a temperaturas muito baixas, porque ele vai perdendo calor lentamente, na longa noite lunar.

Por outro lado, o solo iluminado vai se aquecer também lentamente até atingir altas temperaturas, durante o longo dia lunar. Mas não há nenhuma temperatura no “ar” da Lua, pois ela não tem uma atmosfera. Se uma câmera for exposta à luz solar, ela vai se aquecer lentamente, como ocorre aqui na Terra. Ao ser posta numa sombra, começa também a perder o calor lentamente, por irradiação.

Nenhum astronauta deixaria sua câmera durante dias sob a forte luz solar, porque ela seria aquecida a uma alta temperatura, nem a deixaria dias no escuro, fora da nave, porque ela perderia calor até esfriar demais. As câmeras usadas na Lua eram claras, para refletir a luz solar incidente. Por isso, não eram substancialmente aquecidas pela luz solar.

VF: Ainda abordando a temperatura da Lua, que varia de -140º até +150º, o senhor poderia nos esclarecer sobre as vestimentas usadas pelos astronautas? De que material foi feito tal “agasalho térmico” e como funcionava o seu sistema de refrigeração /aquecimento interno?
RS: Está tudo detalhado nas páginas da NASA. Além disso, pouco importa, porque é o solo lunar que sofre tal variação de temperatura, com muitos dias de intervalo de um valor extremo ao outro, por causa do efeito cumulativo. A roupa dos astronautas segue a mesma idéia da máquina fotográfica. A parte exposta à luz solar vai se aquecer lentamente, enquanto a não exposta vai esfriar lentamente. Nenhum astronauta ficou imóvel por dias, deixando um mesmo lado de sua roupa iluminado pelo Sol e o outro no escuro. Lembra-se da cor da roupa dos astronautas?

VF: Outra contestação de alguns pesquisadores diz respeito à transmissão de sinais de comunicação, da Lua para a Terra. Estes afirmam que naquela época, era impossível se fazer uma transmissão, onde, simultaneamente, sons e imagens foram enviados à Terra em tempo real.

RS: Curiosamente, na mesma época em que os astronautas estavam passeando na Lua, eu estava fazendo meu curso superior em Engenharia de Telecomunicações. Se as transmissões de som e imagens simultâneos fossem impossíveis em 1969, o que eu fazia numa sala de aula, estudando as teorias físicas e as equações matemáticas que as explicam? Não havia televisão naquela época? Não havia computadores?

Sinais eletromagnéticos não se propagavam no vácuo do espaço? Não existiam antenas parabólicas gigantescas? Ao que tudo indica, quem questiona tais coisas está muito iludido a respeito da tecnologia existente na década de 1960. O que ocorre hoje é que, lamentavelmente, podemos muito mais e fazemos muito menos, no que se refere às viagens espaciais.

Isso pode dar a ilusão de que ir à Lua é muito mais difícil do que de fato é. Na verdade, a maior dificuldade está mesmo em sair da Terra, nos primeiros minutos da viagem. Depois de estar em órbita, obrigatoriamente a uma alta velocidade, um pequeno impulso extra, torna possível todo o resto do percurso até as proximidades da Lua.

Mas é justamente esse fato pouco conhecido que dificulta a aceitação da conquista da Lua por parte dos não especialistas. Essas pessoas acham normal aquele foguete enorme subir e levar seu terceiro estágio até a órbita terrestre em menos de quinze minutos, mas não conseguem acreditar na parte fisicamente mais fácil da viagem.

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O homem foi á lua:

VF: O pesquisador mineiro André Basílio, que contesta a ida do homem à Lua, AFIRMOU EM SEU SITE www.afraudedoseculo.com.br ter encontrado nesta foto acima, sete erros. Segundo ele, não estão em conformidade: 1 - A sombra da antena parabólica está para um lado, a do astronauta para outro e a da bandeira para outro; 2 - A bandeira deveria estar totalmente caída no mastro, devido à ausência de vento na Lua; 3 - Há diversas penumbras na foto, impossíveis de existirem num ambiente sem atmosfera; 4 - Há pegadas por toda a parte, impossíveis de existir num ambiente sem umidade; 5 - Não há estrelas no céu, que deveriam ser melhores visíveis na Lua; 6 - No chão, embaixo do Módulo Lunar, não há indícios dele ter pousado ali; 7 - Um astronauta nunca pousaria uma espaçonave bem ao lado de uma cratera!). O senhor poderia comentar tais observações?

RS:
São quase as mesmas coisas de sempre. Enganos na interpretação de efeitos comuns de perspectiva, penumbras causadas pelo reflexo do solo, pegadas normais acentuadas pela incidência peculiar da luz solar, estrelas que não aparecem por causa do baixo tempo de exposição fotográfica e bandeira que não pode ficar caída no mastro porque uma haste horizontal a prende também por cima. Qual efeito seria de se esperar ver abaixo do módulo, indicando o pouso?

A distância pode estar dissimulando qualquer marca de deslocamento de partículas do solo, que produziriam estrias radiais. Vi algumas marcas assim em uma outra foto, mas não devemos esperar que sempre apareçam, já que o solo pode diferir de um local para outro. Eu também não pousaria minha nave ao lado de uma cratera, mas, pelo que parece, os astronautas fizeram isso.

Será que a cratera está mesmo tão próxima da nave? Sugiro uma pesquisa sobre a missão lunar específica e a busca por uma explicação. Como essas suspeitas apontadas vão muito além do que seremos capazes de abordar aqui, pretendo em breve escrever mais algumas páginas para a Internet, baseadas nos argumentos de André Basílio e de outros pesquisadores como ele, cujos textos tenho lido com atenção.

VF: Quando o senhor acredita que o homem voltará à Lua?
RS:
É difícil dizer, mas, tendo em vista que já deveríamos ter cidades na Lua, quanto mais cedo voltarmos a ela, melhor para nós. A tecnologia existe, mas é cara, perigosa e não está pronta no momento. Alguns projetos interessantes estão em andamento, mas ainda carentes de testes. Há uma idéia sobre o aproveitamento da gravidade da Terra para lançar uma nave à Lua e outra para atirar a nave como numa catapulta, a partir da órbita terrestre. Estes são métodos mais econômicos em termos do gasto de combustível. Outros projetos são baseados em motores muito diferentes dos atuais, para utilização em viagens mais longas.

VF: Alguns pesquisadores acusam a NASA e a União Européia de estarem forjando o envio de sondas a Marte. Para estes (que também duvidam da ida à Lua), tais sondas jamais foram enviadas ao planeta vizinho e afirmam ainda que tais informações (sobre as sondas em Marte) foram simplesmente ‘plantadas’ para se afirmarem como detentores da mais alta tecnologia terrestre. Como o senhor vê esta questão?
RS:
O que será de nós se a alta tecnologia das maiores potências da Terra está produzindo coisas tão fantásticas que, não somente nos impossibilitam de imitá-las, mas que, nem sequer nos tornam capazes de acreditar nelas? Sinceramente, não adianta nada tampar a luz do Sol com uma peneira. A tecnologia daqueles países é de fato muito superior à nossa, por mais que não gostemos disso.

Elas também não necessitam de forjar nada, porque têm muito mais dinheiro do que nós para investir no espaço. Pense um pouco: o Brasil ainda não chegou, em 2004, às realizações dos Estados Unidos e da antiga União Soviética em 1957, no que se refere à tecnologia espacial. É terrível o atraso, mas estamos tentando superar nossas dificuldades, porque não podemos ficar de fora. Por mais que a verdade seja dolorosa, negar o óbvio só vai dificultar as coisas.

Continua

O homem foi á lua:


VF: Quando, o senhor acredita, que o homem chegará a Marte?
RS:
Não tão cedo. Acho até que seria mais prudente investir na Lua agora, deixando Marte para um pouco mais tarde. Há problemas sérios a superar; a experiência com a Lua poderia ajudar. Eu não espero ver naves tripuladas em Marte nos próximos 25 anos, não por causa de uma tecnologia insuficiente, porque ela não é, mas porque não acredito muito que o investimento necessário seja feito. Eu gostaria de estar errado, porque, se houver vontade, poderemos ir lá em menos tempo.

VF: Quais são os verdadeiros motivos para se gastar fortunas na exploração de Marte?
RS:
Fortunas muito maiores são gastas em armamentos e guerras estúpidas. Se não investirmos nas pesquisas espaciais, que são benéficas, logo alguém encontrará uma nova guerra para aplicar o dinheiro não utilizado. Marte é importantíssimo para nós. É o único planeta que oferece condições para ocupação. Ele pode nos dar as respostas para aquelas perguntas que há muito nos incomodam, principalmente sobre a da vida no Universo. É nosso destino natural e um dia poderá ser nossa única alternativa, quando o Sol começar a esquentar.

VF: O senhor acredita que existiu vida orgânica no passado remoto de Marte?
RS:
Pode ter havido vida lá e é por isso que precisamos estudá-lo de perto. Uma simples bactéria marciana viva hoje ou um fóssil encontrado dentro de uma rocha em um daqueles leitos secos de rios seria a maior descoberta da Ciência. A menos de uma grande e desejável surpresa, não deve ter havido vida muito evoluída em Marte, pela provável falta de tempo para isso ocorrer. Marte pode ter perdido muito cedo suas condições de manter a vida ou até mesmo nunca ter tido tais condições. Ainda não sabemos.

VF: Como o senhor acredita que a vida teria surgido no planeta Terra?
RS:
Há algumas idéias, mas todas adiam as respostas para as perguntas definitivas. Como e por que a primeira coisa viva veio à luz? Tem a vida algum significado maior? É mesmo tudo isso obra do puro acaso? Se a vida na Terra veio de outras formas de vida mais antigas que atravessaram o espaço cósmico, o que deu origem a essa vida anterior? Se a vida que conhecemos foi formada aqui mesmo, como ela começou? Por quê? Ninguém sabe.

Continua

O homem foi á lua:

VF: O senhor acredita que haja vida inteligente em outros planetas?
RS:
O Universo está cheio de vida, com toda a certeza. São centenas de bilhões de estrelas, somente na Via Láctea. São dezenas de bilhões de galáxias como ela pelo espaço afora, até o limite que podemos observar. Cada estrela é um sol e muitas têm planetas ao redor. Um planeta que estiver na distância certa de sua estrela poderá ter temperaturas como as que temos na Terra. A vida pode surgir de forma semelhante à nossa em muitos deles. Se aqui a inteligência acaba de despertar, em mundos mais antigos ela pode estar milhares ou milhões de anos à nossa frente. O que isto significaria em termos de tecnologia? As enormes distâncias estelares são mesmo intransponíveis como pensamos atualmente? Ainda não sabemos, mas eu tenho uma certeza íntima sobre a existência dessas inteligências, mesmo que elas não possam se comunicar conosco, à distância ou presencialmente.

VF: Qual a opinião do senhor sobre o projeto SETI, que rastreia vestígios de rádio no Cosmos, em busca de sinais emitidos por supostas civilizações inteligentes?
RS:
Eu participo do projeto, como milhões de outros voluntários. É uma tentativa válida, mesmo que corresponda à agulha do palheiro. Ainda que não encontremos o que estamos procurando, outras descobertas podem surgir dessa pesquisa. Temos dúvidas se uma civilização avançada usaria os mesmos sinais que usamos para nos comunicar, mas não custa tentar, porque, se nós estamos enviando sinais ao espaço, outros também poderiam fazê-lo, pelo menos se estiverem no mesmo estágio de evolução que o nosso.

VF: Em suas muitas observações telescópicas o senhor já flagrou algum objeto nos céus, o qual não pôde identificar com segurança? (Caso positivo, favor descrever detalhes do avistamento, cor, forma, horário, velocidade, tamanho, etc).
RS:
Nunca. Os telescópios nos dão uma visão de campo muito reduzida. Mesmo com o céu talhado de discos voadores, numa invasão assumida, a chance de ver um deles não seria muito grande. Entretanto, a olho nu, em algumas poucas vezes, vi objetos no céu que não pude identificar. Está entre esses casos uma luz branca pontual, brilhando mais forte do que os planetas, com movimento lento e errático, no início da noite.

VF: Como astrônomo, qual sua opinião acerca da Ufologia Científica?
RS:
Acho importante pesquisar. O que se deve evitar é o fanatismo que transforma fenômenos comuns em avistamentos espetaculares, pois já estive na presença de pessoas que juravam que Vênus era uma nave espacial alienígena. Houve casos semelhantes, ainda mais ridículos, em reportagens da TV. Isso depõe negativamente contra a ufologia séria, porque joga todos os eventos na mesma classe das alucinações coletivas. Se há mesmo algo estranho ocorrendo, merece toda a nossa atenção, com total seriedade.

VF: Agradecemos pela concessão da entrevista e pedimos para nos deixar suas considerações finais.
RS: Fico grato pela oportunidade de participar e de poder expor minhas idéias a pessoas que, como eu, estão sempre buscando a verdade. Quanto às viagens à Lua, que foram um tema importante aqui, gostaria de encerrar nossa conversa dizendo que os argumentos a favor de sua realidade são contundentes, enquanto as provas contrárias têm resultado de interpretações equivocadas de fenômenos físicos comuns; de suspeitas com pouca ou nenhuma pesquisa e do desconhecimento de alguns sobre o nível tecnológico característico do final da década de 1960. Por isso, deixo minha sugestão para que esses pesquisadores façam, no mínimo, os experimentos simples que fiz com as sombras, porque eles nos mostram, de um modo definitivo, como podemos nos enganar facilmente.

Pepe Chaves é editor de Via Fanzine e UFOVIA. - pepechaves@yahoo.com.br
Fotos: Arquivo pessoal de Roberto Silvestre e NASA.
Produção: Pepe Chaves.