sexta-feira, 6 de julho de 2007

Parceria de Luz

Anel acelerador de partículas do LNLS

Laboratório de luz síncrotron brasileiro estabelece intercâmbio com maior laboratório do gênero no Reino Unido

Por: Ana Paula Corradini


No dia 27 de junho, o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), localizado em Campinas (SP), e o Diamond Light Source, maior laboratório do mesmo tipo no Reino Unido, assinaram um memorando para fixar uma parceria de pesquisas.

Os projetos científicos utilizam a luz síncrotron, que abrange uma ampla faixa do espectro eletromagnético, emitindo raios X, ultravioletas e infravermelhos, além de luz visível. Os feixes funcionam como um poderoso microscópio, permitindo que os pesquisadores tenham uma visão molecular e até mesmo atômica dos objetos. O acordo foi firmado pelo diretor do LNLS, José Antônio Brum, e Gerhard Materlik, CEO do Diamond.


Neste primeiro momento, o intercâmbio dos usuários, nem os projetos que deverão ser compartilhados foram definidos ainda. Mas após dois dias de workshops com membros dos dois laboratórios, os diretores chegaram à conclusão de que a maioria das pesquisas deve ser voltada para a biologia estrutural e cristalografia de proteínas, em estudos de agentes patogênicos e desenvolvimento de medicamentos, possivelmente em parceria com a indústria farmacêutica.


Por enquanto, o Diamond, recém-inaugurado e o maior investimento do Reino Unido em ciência nos últimos 40 anos, espera aprender com os 10 anos de experiência do LNLS. “Estamos interessados em saber mais sobre recursos humanos em ciência”, afirmou Materlik. Brum também chamou a atenção para o intercâmbio de informações sobre o gerenciamento desse tipo de laboratório:

“O síncrotron é uma tecnologia sofisticada, e trocar experiências com outro laboratório do mesmo gênero é muito importante, mas também é vital aprender mais sobre o dia a dia da operação do Diamond". O memorando de entendimento assinado entre o LNLS e o Diamond Light Source é a quinta parceria estabelecida entre institutos de pesquisa do Brasil e Reino Unido por iniciativa do Ano Brasileiro-Britânico da Ciência & Inovação. O acordo foi oficializado durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Reino Unido em 2006.

http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/parceria_de_luz.html


Marte descida arriscada

Cabo de São Vicente, um dos muitos promontórios que se projetam das paredes da Cratera Victoria.

28 JUN 2006 - O explorador de Marte Opportunity está programado para começar a descer uma ladeira rochosa para dentro da enorme cratera do planeta vermelho, Cratera Victoria. Isto trás um risco real para o explorador robótico, mas a NASA e o time de ciências dos Exploradores de Marte forneça valiosos dados científicos.

A Opportunity já tinha explorado rochas em penhascos ao redor da Cratera Victoria. A equipe planejou cuidadosamente a descida para possibilitar uma eventual saída, mas a Opportunity poderia ficar presa dentro da cratera ou perder algumas de suas capacidades. O explorador já operou mais que 12 vezes o seu tempo de vida previsto que era de 90 dias.

O atrativo científico é a chance de examinar e investigar as composições e texturas dos materiais expostos nas profundezas da cratera, em busca de pistas sobre um passado com água. À medida que o explorador for descendo a ladeira, ele estará apto a examinar rochas cada vez mais antigas expostas nas paredes das crateras.

"Enquanto consideramos seriamente a incerteza da Opportunity poder subir de volta a ladeira, o potencial valor das investigações que parecem possíveis dentro da cratera me convenceram a autorizar a equipe a ir em frente com a descida na Cratera Victoria," disse Alan Stern, Administrador da NASA, Diretor da missão científica, na Sede da NASA, Washington. "É um risco calculado, principalmente por que esta missão excedeu seus objetivos iniciais."

O geólogo robótico irá entrar na Cratera Victoria através de uma alcova chamada "Duck Bay". A cratera erodida tem uma borda cheia de voltas como se fossem promontórios ou cabos, alternando com ladeiras mais suaves, chamadas de alcovas ou baías.

Continua


Marte descida arriscada

Acima: Duck Bay, onde gentis ladeiras fornecem acesso relativamente fácil ao interior da Cratera Victoria


O impacto de um meteoro milhões de anos atrás escavou Victoria, que fica aproximadamente 4 milhas (6 quilômetros) ao sul de onde a Opportunity pousou em janeiro de 2004. A bacia criada pelo impacto tem 750 metros de diâmetro e cerca de 5 vezes a largura da Cratera Endurance, onde a Opportunity gastou mais do que seis meses explorando em 2004.

O explorador começou a viagem da Endurance para a Victoria há 30 meses atrás. Ele chegou à borda em Duck Bay há nove meses atrás. A Opportunity então deslocou-se um quarto do caminho no sentido anti-horário ao redor da borda, examinando as camadas rochosas visíveis nos promontórios e possíveis rotas de entrada nas alcovas. Agora, o explorador voltou ao ponto de entrada mais favorável .

"Duck Bay" parece ser o melhor candidato para entrar," disse John Callas, gerente de projeto do explorador, no JPL. Ele tem ladeiras com inclinação entre 15 e 20 graus e pedras expostas para uma direção segura."

Se todas as seis rodas continuarem a funcionar, os engenheiros esperam que a Opportunity esteja apta a sair da Cratera. Entretanto, o explorador gêmeo da Opportunity, o Spirit, perdeu o uso de uma das rodas há mais de um ano, diminuindo a capacidade de escalar.

"Estes exploradores já passaram em muito do tempo de vista previsto, e uma outra roda pode apresentar defeito," disse Callas. "Se a Opportunity perder uma das rodas dentro da Cratera Victoria, tornaria muito difícil, talvez impossível, escalar de volta."

"Nós não queremos que seja uma viagem de ida sem volta," disse Steve Squyres, investigador principal dos instrumentos científicos dos exploradores, da Universidade de Cornell, Ithaca, NY. "Nós ainda temos alguns excelentes objetivos científicos nas planícies que gostaríamos de visitar após Victoria. Mas se o Opportunity ficar preso lá, será inestimável o conhecimento adquirido."

http://www.sentandoapua.com.br/astronomia/index.php?id=7,61,0,0,1,0

Cientistas pedem busca por vida 'estranha'

Luas de Saturno podem abrigar vida

Academia Nacional de Ciências dos EUA quer aprofundar busca por vida fora da Terra. Alienígenas podem ser muito diferentes do que imaginamos, dizem pesquisadores.

A vida extraterrestre pode ser tão estranha a ponto de não ser imediatamente reconhecível, e os cientistas que buscam alienígenas devem procurar formas familiares e também inesperadas, segundo especialistas. Eles acham que a atual abordagem da Nasa, de "seguir a água", funciona bem sob a premissa de que em todo lugar a vida é como na Terra -- baseada em água, carbono e DNA. Mas a procura pela "vida tal qual a conhecemos" pode acabar ignorando algo exótico, disse uma comissão da Academia Nacional de Ciências dos EUA na sexta-feira (6).

"O objetivo do relatório era poder procurar vida em outros planetas e luas com uma mente aberta, e talvez não perder alguma outra forma de vida porque estamos procurando uma forma óbvia", disse John Baross, professor de Oceanografia da Universidade de Washington, em Seattle, que presidiu a comissão, que incluía bioquímicos, cientistas planetários, geneticistas e outros especialistas, que consideraram todas as formas de vida existentes.

Recentes descobertas de extremófilos -- organismos que vivem em condições antes consideradas incompatíveis de calor, frio, escuridão ou contato com substâncias químicas -- mudaram as idéias sobre como a vida pode sobreviver.

Como bioquímico, Baross disse que experiências em laboratório mostram que a água não necessariamente precisa ser a base da vida -- seria possível um organismo usar metano, etano, amônia ou até substâncias mais bizarras. "Há muitas teorias sobre o que é vida e o que pode ser um sistema vivo", disse Baross por telefone.

Atualmente, a principal pista na busca por vida no espaço vem de telescópios que buscam uma assinatura espectral de planetas que possa sugerir a existência de água na superfície. Em Marte, robôs buscam sinais de que há ou houve água.

"Queríamos na verdade pensar um pouco fora daquela caixa e pelo menos tentar articular algumas das outras possibilidades além da vida água-carbono", disse Baross.

"Toda forma de vida terrestre usa algum DNA ou RNA para codificar a informação básica para sua replicação e mudança, mas talvez existam outras formas que usem um método diferente", diz o relatório.

A comissão também recomendou que a Nasa volte a olhar para alguns lugares promissores no nosso próprio Sistema Solar, como Titã e Encelado, que são luas de Saturno, ou mesmo para o caloroso vizinho Vênus.

"Se você é um bioquímico, Titã é de enorme interesse, porque é uma lua de carbono. Claramente tem alguns lagos ou piscinas de metano ou etano líquidos. Poderia haver reações ocorrendo que seriam favoráveis para a produção de bioquímicos complexos", disse Baross.

"A exploração que poderia levar a uma nova forma de vida seria a mais profunda descoberta já feita", acrescentou ele, para quem uma tragédia de proporções equivalentes seria tropeçar nessa forma de vida e ignorá-la ou, ainda pior, destruí-la por considerar que não parece vida.


Especialistas: vida extraterrestre pode ser estranha

A vida extraterrestre pode ser tão estranha a ponto de não ser imediatamente reconhecível, e os cientistas que buscam alienígenas devem procurar formas familiares e também inesperadas, segundo especialistas. Eles acham que a atual abordagem da Nasa, de "seguir a água", funciona bem sob a premissa de que em todo lugar a vida é como na Terra - baseada em água, carbono e DNA. Mas a procura pela "vida tal qual a conhecemos" pode acabar ignorando algo exótico, disse uma comissão da Academia Nacional de Ciências dos EUA na sexta-feira.

"O objetivo do relatório era poder procurar vida em outros planetas e luas com uma mente aberta, e talvez não perder alguma outra forma de vida porque estamos procurando uma forma óbvia", disse John Baross, professor de Oceanografia da Universidade de Washington, em Seattle, que presidiu a comissão, que incluía bioquímicos, cientistas planetários, geneticistas e outros especialistas, que consideraram todas as formas de vida existentes.

Recentes descobertas de extremófilos - organismos que vivem em condições antes consideradas incompatíveis de calor, frio, escuridão ou contato com substâncias químicas - mudaram as idéias sobre como a vida pode sobreviver. Como bioquímico, Baross disse que experiências em laboratório mostram que a água não necessariamente precisa ser a base da vida - seria possível um organismo usar metano, etano, amônia ou até substâncias mais bizarras. "Há muitas teorias sobre o que é vida e o que pode ser um sistema vivo", disse Baross por telefone.

Atualmente, a principal pista na busca por vida no espaço vem de telescópios que buscam uma assinatura espectral de planetas que possa sugerir a existência de água na superfície. Em Marte, robôs buscam sinais de que há ou houve água.

"Queríamos na verdade pensar um pouco fora daquela caixa e pelo menos tentar articular algumas das outras possibilidades além da vida água-carbono", disse Baross. Toda forma de vida terrestre usa algum DNA ou RNA para codificar a informação básica para sua replicação e mudança, mas talvez existam outras formas que usem um método diferente, diz o relatório.

A comissão também recomendou que a Nasa volte a olhar para alguns lugares promissores no nosso próprio sistema solar, como Titã e Encelado, que são luas de Saturno, ou mesmo para o caloroso vizinho Vênus.

"Se você é um bioquímico, Titã é de enorme interesse, porque é uma lua de carbono. Claramente tem alguns lagos ou piscinas de metano ou etano líquidos. Poderia haver reações ocorrendo que seriam favoráveis para a produção de bioquímicos complexos", disse Baross.

"A exploração que poderia levar a uma nova forma de vida seria a mais profunda descoberta já feita", acrescentou ele, para quem uma tragédia de proporções equivalentes seria tropeçar nessa forma de vida e ignorá-la ou, ainda pior, destruí-la por considerar que não parece vida.