terça-feira, 18 de setembro de 2007

Os arquivos secretos dos Ets no mundo

Reportagem de 18/04/2007
Pela primeira vez, o governo de um país revela oficialmente o seu arquivo de relatos de pessoas que viram supostos óvnis.
Por Luciana Sgarbi

Foi ficando cada vez mais comum dizermos a frase eles estão chegando quando nos referimos a seres extraterrestres – cinema e literatura alimentam-nos a imaginação. Numa boa mesa de bar, quem já não divagou em conversas sobre a existência ou não existência de ETs?

Na semana passada, esse tema voltou a ser assunto, só que estampado nos principais jornais de todo o mundo. Motivo: o Grupo de Estudos e Informações de Fenômenos Aeroespaciais Não-Identificados (Geipan), sediado em Paris, está abrindo publicamente, pela primeira vez, a sua documentação considerada até então como segredo de Estado e segurança nacional – e faz isso porque permanecer no silêncio, diante de “tantas evidências acumuladas” em seu acervo, foi classificado como “irresponsabilidade científica”.

Nunca os relatos sobre supostos objetos voadores não identificados (óvnis) e seus tripulantes foram bancados de forma oficial por um governo como fazem agora as autoridades francesas. Ao todo são
400 depoimentos de eventuais casos de aparição de ETs, todos minuciosamente investigados ao longo dos últimos 30 anos e que se acumulam em cerca de 200
mil páginas – os depoimentos destacados com exclusividade nessa reportagem, com indicação de local e ano, integram esse calhamaço.

Continua

Os arquivos secretos dos Ets no mundo

“Eu não conseguia acreditar, jamais vira algo parecido com aquilo. Pensei em guardar o segredo comigo para não passar por louco. Mas decidi contar. Acho que estamos sendo observados por seres altamente evoluídos.” Esse é o relato de um comandante de vôo da Air France (o governo não revela nomes de depoentes), que no dia 28 de janeiro de 1994, numa viagem de Nice a Londres, deparou com o que diz inimaginável: um grande disco marrom-avermelhado cuja forma mudava constantemente e voltava ao formato original. Delírio? Não. Em terra, controladores da torre de comando, perplexos com o surgimento repentino e inexplicável dessa “coisa” à esquerda da aeronave, esgoelavam para que o comandante fosse prudente.

Viagem no tempo
“Estamos, felizmente, rompendo agora as barreiras jurídicas e também o medo que nos impedia de abrir o arquivo. Queremos mostrar que o assunto deve ser tratado com seriedade”, diz o diretor do Geipan, Jacques Patenet. Nesse arquivo há fotos, vídeos, mapas e desenhos fornecidos pelas testemunhas desses fenômenos (como se fossem retratos falados).

Há também explicações do que aconteceu, a maioria delas atestando que os fatos continuam, sob a ótica da física e da astronomia, como “incógnitas científicas”. “Muitas nações têm programas oficiais de pesquisas ufológicas, mas nunca se admitiu isso, tampouco houve a iniciativa de expor os arquivos à sociedade.

A França deu um passo decisivo para a opinião pública mundial encarar essa questão”, disse a ISTOÉ o internacionalmente conceituado ufólogo e químico brasileiro Ademar Gevaerd, que há duas décadas estuda o assunto em
39
países. Para ele, o universo está repleto de civilizações avançadas, com emprego de tecnologias ainda por nós desconhecidas. “No arquivo francês existem desenhos que mostram qual a trajetória de vôo adotada pelas naves.

Os discos voadores utilizam meios de navegação e propulsão que nem imaginamos”, diz ele. Os anos de estudo e a intensa pesquisa levaram Gevaerd à conclusão de que os seres extraterrestres podem manipular simultaneamente espaço e tempo: “A distância entre um planeta e outro é imensa. É evidente que esses ETs não viajam através do espaço, mas sim através do tempo. Estão muito à frente de nós".

Continua

Os arquivos secretos dos Ets no mundo

Garagem de ets
A especulação sobre possíveis programas secretos governamentais criados para investigar seres extraterrestres também estourou em todo o mundo, nos últimos dias, com as incisivas declarações do físico nuclear americano Robert Lazar. Ele afirma ter trabalhado de
1988 a 1989 na famosa Área 51, base secreta americana localizada a 190 quilômetros a noroeste de Las Vegas, no deserto de Nevada.

Segundo Lazar, essa região (que não consta dos mapas oficiais de Nevada) tem esse nome pelo fato de os EUA serem divididos em
50 Estados e esse local, com área equivalente à da Suíça, seria uma espécie de 51º
Estado. Nele haveria um complexo subterrâneo que já cumpriu a função de “garagem” para naves alienígenas.

“Quando fui trabalhar lá não sabia do que se tratava. Eu e outros
22
engenheiros estudávamos o sistema de propulsão das naves e a princípio pensei estar lidando com uma tecnologia terrestre altamente desenvolvida. Conforme fui analisando as máquinas, notei que aquilo não tinha sido feito por um ser humano. Ainda não temos tanto conhecimento”, diz ele.

Lazar assegura que suas suspeitas se confirmaram quando encontrou um memorando no qual havia muitas informações, segundo ele, sobre a presença de óvnis. “Fiquei impressionado com o que li. Falava sobre a existência de seres cinzas com grandes cabeças calvas, que vieram da galáxia Zeta Reticuli.

Também estava citado um incidente ocorrido em
1979, em que os alienígenas mataram militares e cientistas da base”, diz Lazar. Recentemente questionado sobre essas revelações, o Departamento de Defesa dos EUA, oficialmente, não admitiu, mas também não negou o funcionamento da Área 51
. Já a Nasa prefere não se manifestar.

Continua

Os arquivos secretos dos Ets no mundo

Fatos e fraudes
Os relatos agora divulgados pelo governo francês também evidenciam que, se o assunto não deve ser ignorado, também há fraudes que devem ser desmascaradas. “Há casos que não passam de invenções e de mentiras”, diz Patenet. “Mas também temos evidências de pouso de óvnis na Terra e é preciso ter critério para distinguir ciência e fraude.

Para isso, é necessário apurar tudo.” É isso que o Grupo de Estudos e Informações de Fenômenos Aeroespaciais Não-Identificados vem fazendo. Com a iniciativa do governo da França, inicia-se assim um novo ciclo para pesquisas referentes à ufologia. Mais: daqui para a frente haverá menos mistério e menos temor acerca desse assunto porque, certamente, virão a público novos relatos em outros países.

Talvez o homem não seja mesmo o único ser inteligente a habitar o espaço, mas para se decifrar essa questão é preciso que as informações não sejam escondidas – o que não significa fazer delas sensacionalismo nem deixar de analisá-las com critério. Esse é o mérito do Geipan na França.

http://www.terra.com.br/istoe/1955/ciencia/1955_arquivos_secretos_ets.htm

Perguntas freqüêntes sobre Ufologia

Prof. Laércio Fonseca

Quando foi criada a ufologia? Por que?
Em
1947 começaram a ocorrer muitas aparições de ÓVNIS por todo o mundo e isso obrigou a busca de explicações para esses fenômenos impares. Assim foi criada a Ufologia, ou seja o estudo dos objetos voadores não identificados por uma necessidade fundamental de enfrentar esses mistérios profundamente reais, fotografados e filmados pelas próprias autoridades militares em todo mundo.

A ufologia pode ser considerada uma ciência? Por que?
Como a ufologia está sendo atualmente desenvolvida por muitos grupos leigos e sem conhecimentos científicos, ela passa a ser conduzida de uma forma extremamente amadorística e sendo assim não pode ser considerada uma ciência. No entanto, estamos desenvolvendo modelos altamente científicos para poder teorizar e dar explicações mais claras para esses fenômenos. Por isso lancei o Livro Física Quântica e Ufologia que traz uma abordagem nunca vista até então no mundo sobre esse tema. Essa minha abordagem consiste nas mais modernas teorias da física quântica para explicar a fenomenologia Ufo.

A ufologia é marginalizada? Por que?
Ela é marginalizada porque é feita de forma extremamente amadorística e em muitos casos por grupos religiosos que misturam muito suas crenças pessoais com a fenomenologia ufo, no entanto estamos procurando mudar essa conotação e trazer cientistas sérios para essa área de investigação discutindo ufologia de uma forma bastante avançada. Eu mesmo tenho levado minhas idéias para universidades e estamos começando a fazer discussões muito serias sobre o tema.

Continua

Perguntas freqüêntes sobre Ufologia

O que é preciso para se tornar um ufólogo?
Como não é uma ciência oficial, qualquer um que goste do tema e comece a estudá-lo já se considera um ufólogo e sai dando palestras e assim por diante. Por isso não há critérios rígidos e estabelecidos para ser um ufólogo.

No Brasil, a ufologia ocupa que lugar de destaque?
Junto às instituições cientificas ela não ocupa lugar nenhum. Poucos cientistas se interessam pelo tema. Por isso desenvolvi uma metodologia altamente cientifica para tratar esse tema para que possa ser de interesse de grandes cientistas. Atualmente meu livro de Física Quântica e Ufologia é quase incompreensível pelos ditos ufólogos, pois a maioria não possue conhecimentos de física avançada para acompanhar as idéias exposta nessa obra.

Existe um avanço na aceitação da ufologia no Brasil? Por que?
Os obstáculos são muitos. Existe muito ceticismo e é muito difícil convencer as pessoas de algo que ela não pode apalpar e pegar e colocar em um laboratório. No entanto, estamos trabalhando para que a ufologia se torne mais objetiva e com modelos matemáticos e físicos aceitáveis pela comunidade de céticos. Meu livro é exatamente uma obra para convencer os céticos de plantão e mostrar a todos eles a possibilidade teórica da possibilidade real da presença extraterrestre entre nós.

Quais os principais obstáculos para a aceitação da ufologia?
Exatamente uma linguagem e um tratamento altamente cientifico que os ufólogos amadores não conseguem fazer. Minha proposta de uma nova Ufologia desenvolvida nesse livro foi lançada apenas a alguns meses e estamos pouco a pouco penetrando nos meios acadêmicos e convencendo muitos céticos sobre esse tema. Em breve creio que poderemos mudar o cenário brasileiro e quem sabe o mundial sobre a ufologia.

Os discos voadores existem? Quais as evidências?
Atualmente as evidencias ufológicas consiste de fotos, casos reais de avistamentos, de abduções e contatados de vários níveis, relatos feitos por autoridades militares brasileiras e estrangeiras por todo mundo.

Por que ninguém acredita em discos voadores?
Isso não é verdade. Uma pesquisa séria feita nos Estados Unidos comprovou que cerca de
70% da população acredita em discos voadores. No Brasil uma pesquisa assim nunca foi feita.

O que foi o caso Roswel? E o caso Varginha?
Do meu ponto de vista uma grande fraude ufológica sem precedentes e com interesses altamente pessoais nesses casos. Nunca me convenceram até hoje destes casos.

O que são contatos de primeiro, segundo e terceiro graus?
Contato de primeiro grau consiste de apenas um avistamento de objetos nos céus.
Contato de segundo grau seria quando o ufo deixa marcas físicas no local, como marcas de pouso ou queimaduras em pessoas ou plantas.
Contato de terceiro grau é quando a nave pousa e os tripulantes dessa nave têm um contato com um humano fora da nave.
Contatos de quarto grau é quando um humano é levado para o interior de uma nave extraterrestre.
Contatos de quinto são todos os contatos psíquicos que possam ocorrer com essas inteligências que podem ocorrer sem a presença de naves próximas.

Continua

Perguntas freqüêntes sobre Ufologia

Estima-se que quantas pessoas já tenham tido contato com extraterrestres?
Um pesquisador americano Bud Hopkins estima-se que cerca de
5
milhões de pessoas já tiveram algum tipo de contato.

O que é abdução?

Abdução seria o rapto de seres humanos realizados pelos seres extraterrestres sem o consentimento do humano.

Qual a relação da ufologia com a religião?
É aqui que reside a grande confusão entre as diversas facetas da ufologia atual. Muitos fenômenos ufológicos envolvem mecanismos paranormais e quando são analisados por grupos ou pessoas com tendências religiosas especificas esse fato produz uma conexão inevitável com temas religiosos. Muitas pessoas não conseguem separar as coisas e tudo se processe envolvendo as crenças pessoais de cada um.

O que é a arte ufológica? O que ela representa?
Muitos sensitivos, ou até mesmo artistas plásticos “normais” costumam realizar obras com temáticas ufológicas e isso inspira o ser humano a refletir mais sobre esses temas. Muitos filmes são realizados sobre esse tema, muitos quadros são pintados, novelas da rede globo já encenaram temas ufológicos, enfim de uma maneira geral essas formas de expressão podem colaborar ou em alguns casos até atrapalhar a verdadeira compreensão e facetas reais do fenômeno em questão.

http://www.laerciofonseca.com/artigos/docs/28-03-2006/perguntas_ufologia.doc

E a Nave Vem



Pelo menos na imaginação de muita gente, os objetos voadores não-identificados são naves de outros planetas. A ciência não leva isso a sério, mas algumas aparições nunca foram bem explicadas.

Das
21 horas da segunda-feira, 19 de maio de 1986
, aos dez minutos do dia seguinte, os radares da Aeronáutica registraram a presença de um objeto luminoso não-identificado nos céus do eixo Rio São Paulo. O objeto se deslocava a velocidade supersônica e fazia manobras absolutamente impossíveis para um avião.

Tão logo foi percebido, seis caças da FAB levantaram vôo para observar o estranho fenômeno. Os pilotos disseram depois ter visto focos de luz irradiados nas cores verde e vermelha. Eles não fizeram contato com o objeto nem conseguiram explicá-lo. De uma coisa tiveram certeza: não se tratava de qualquer tipo de aeronave conhecida.

Mais tarde surgiram as costumeiras hipóteses: era o planeta Vênus, era um satélite reentrando na atmosfera, era uma sonda. E, como sempre, houve quem jurasse: os sinais luminosos pertenciam a uma nave espacial de outro planeta, um disco voador.

Continua

E a Nave Vem

Desde 1947, quando o piloto norte-americano Kenneth Arnold lançou a expressão disco voador, essas naves têm freqüentado, senão o espaço real, pelo menos as histórias contadas por aviadores, funcionários de aeroportos e os mais variados tipos de pessoas.

Tanto que o misterioso objeto visto nos céus do Brasil em 1986 não foi um caso único no país. No dia
8 de fevereiro de 1982
, uma esquadrilha da FAB tentou, sem sucesso, descobrir que objeto perseguiu um Boeing da VASP durante boa parte da viagem de Fortaleza ao Rio. A aparição foi também testemunhada pelas tripulações de dois outros jatos.

Episódios como esses entram para o alentado anedotário dos OVNIs, os objetos voadores não-identificados, que nesses últimos quarenta anos conquistaram um lugar seguro na imaginação popular, até porque tem mais graça supor que existe vida inteligente em outros planetas e que uma luz diferente no céu é uma nave cheia de marcianos do que um reles fenômeno meteorológico.

Por outro lado, como nem sempre as pessoas tomam conhecimento das explicações afinal encontradas para uma aparição misteriosa, sobrevive no ar a atraente idéia de que um OVNI é produto de alguma civilização extraterrestre. As histórias em quadrinhos, a literatura e o cinema só fizeram reforçar essa crença.

Continua
Segundo os ufologistas palavra que veio do inglês UFO (Unidentified Flying Object) já foram registrados 200 mil casos de objetos voadores não-identificados no mundo todo, dos quais 10 mil apenas no Brasil. Eles próprios, no entanto, tratam de separar bem as coisas.

"Cerca de
90
por cento dos casos não são fenômenos ufológicos, mas fraudes ou erros de interpretação", calcula o engenheiro Claudeir Covo, fundador do Centro de Estudos e Pesquisas Ufológica de São Paulo, um dos vários grupos formais e informais de interessados no assunto existentes no país.

Claudeir, um ufologista com os pés no chão, baseia suas contas nas constatações atribuídas ao ATIC (Air Technical Intelligence Center), o serviço de contra-espionagem aérea dos Estados Unidos encarregado de localizar e identificar qualquer aparelho que sobrevoe o país.

O Projeto Blue Book, ou Livro Azul, do ATIC, mostrou que quase todos os
13
mil casos de OVNIs relatados em vinte anos de estudo são na verdade fenômenos astronômicos e meteorológicos. Entre os astronômicos estão o brilho de planetas, meteoros, estrelas cadentes.

Continua

E a Nave Vem

Entre os meteorológicos estão os casos de auroras, fogos-de-santelmo, descargas elétricas em tempestades. Mais prosaicamente ainda, há pessoas que enxergam OVNIs onde só há aviões, balões, reflexos de holofotes, gases poluidores, satélites artificiais, mísseis ou a combinação de qualquer um desses elementos com fenômenos da natureza. Radares, por exemplo, podem ser enganados por interferência eletrônica, reflexos de nuvens ionizadas, chuvas e diferenças de temperatura.

Outra explicação que não pode ser desconsiderada tem a ver com a mente humana. Num estudo de
1958, o psicanalista suíço Carl Jung (1875-1961)
afirmou que os discos voadores seriam alucinações provocadas por ansiedades coletivas que ocorrem em períodos de crise ou tensão internacional.

Seriam portanto uma versão moderna das visões de santos e demônios tão comuns na Idade Média. Segundo essa interpretação, o homem da era espacial espera ser salvo de seus problemas cotidianos não por anjos, como antigamente, mas por seres extraterrestres.

Talvez por isso, muitos ufologistas acreditam que ETs estiveram presentes quando o profeta Elias, como conta a Bíblia, subiu aos céus numa carruagem de fogo; ou quando os egípcios veneravam o Sol, representado como um disco de ouro com asas; ou, ainda, quando os persas acrescentaram a essa representação uma cauda e duas patas que, com alguma boa vontade, podem ser comparadas a trem de aterrissagem. Os ufologistas também encontram ETs nos livros da mitologia hindu que falam de discos destruidores, dotados de raios de fogo.

Continua

E a Nave Vem

Com tudo isso, compreende-se por que ver um OVNI é fácil o difícil é fazer com que alguém acredite. No Brasil, os únicos que levam tais visões a sério são os grupos de estudos ufológicos. "De cada dez pessoas que fazem parte desses grupos, treze são piradas", brinca o engenheiro eletrônico Ricardo Varela, do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), referindo-se à salada de místicos, curiosos e visionários de todo tipo que se abrigam nas sociedades ufológicas.

O engenheiro Varela, que trabalha no lançamento de balões à estratosfera, até que se interessa pelos OVNIs uma exceção no meio científico. Pois, sob o argumento de que não trata de fatos comprovados, a discussão do assunto passa ao largo das universidades e instituições de pesquisa.

Os cientistas reagem com impaciência, até mesmo com desagrado, às sugestões de estudos ufológicos. "Qualquer coisa que se disser sobre o assunto é puro chute ou crença pessoal", afirma o astrofísico Roberto Boscko, da USP. Ele acredita que boa parte dos astrônomos pensa em disco voador "como sinônimo de pilantragem".

Mas por que os OVNIs despertam uma reação tão violenta? Afinal, ver um deles não significa automaticamente entrar de sócio no fã-clube dos discos voadores indica apenas alguma coisa incompreendida. E numa época em que satélites humanos se afastam dos limites do sistema solar com mensagens do planeta Terra, seria natural que a ciência estudasse a possibilidade de algo parecido "do lado de lá" até para derrubar, uma a uma as histórias de discos, se for o caso.

Continua

E a Nave Vem

O mistério dos OVNIs surgiu logo depois da Segunda Guerra Mundial, quando Estados Unidos e União Soviética trocavam ameaças e xingamentos cada vez mais ferozes e as pessoas comuns, escaldadas pela invenção da bomba atômica pouco antes, desconfiavam seriamente que os dois lados tinham verdadeiros arsenais de armas secretas.

Em junho de
1947, o piloto norte-americano Kenneth Arnold contou ter sido perseguido por uma esquadrilha de naves em formato de pires (flying saucers, ou pires voadores), quando sobrevoava o pico Rainier, de 4300
metros, no extremo noroeste dos Estados Unidos.

Não tardou para a imprensa sensacionalista projetar na imaginação popular um clima de paranóia ou eram os russos que estavam chegando, ou eram mesmo os marcianos. Dos Estados Unidos, a publicidade sobre os OVNIs correu mundo e animou visionários de todas as cores, credos e nacionalidades.

No Brasil, os pires voadores tornaram-se discos, embora algumas vezes fossem avistados sob a forma de charutos, sondas ou bolas. Em junho de
1952
, a revista O Cruzeiro eletrizou o público com relatos de supostos discos voadores fotografados na Barra da Tijuca, no Rio.

Os marinheiros do navio Almirante Saldanha contaram ter visto, em
1958
, vários OVNIs sobre a ilha de Trindade, na costa do Espírito Santo, quando faziam pesquisas para o Ano Geofísico Internacional. E até hoje existem pessoas que juram ter conversado com ETs, viajado em discos e ouvido mensagens telepáticas de outros planetas.

Continua

E a Nave Vem

Um dos casos mais célebres em todo o mundo foi o chamado Incidente de Roswell, sobre um disco voador que teria sofrido um acidente no Estado do Novo México, nos Estados Unidos, em 1947. No acidente, teriam morrido os tripulantes, cujos corpos teriam sido levados em segredo pela Força Aérea para estudos.

No começo do ano passado, ufologistas fizeram o maior alarde exibindo documentos antigos do governo dos Estados Unidos confirmando o episódio. Na verdade, provou-se meses depois que os documentos eram falsos de cabo a rabo.Bem antes, em
1968
, um estudo da Universidade de Colorado, revisto pela Academia de Ciências dos Estados Unidos, declarou oficialmente que não existem discos voadores.

O astrofísico norte-americano Allen Hynek, que participou do Blue Book, não se conformou com o resultado e declarou que as pesquisas de Colorado tinham sido dirigidas a fim de apresentar uma explicação tranqüilizadora para o público. Hynek, que morreu no ano passado, era diretor do Centro de Estudos Ufológicos dos Estados Unidos, sendo considerado um dos maiores especialistas em OVNIs.

Depois, os fãs dos OVNIs como que passaram para a clandestinidade. Atualmente, eles se concentram nas sociedades de ufologistas que funcionam como verdadeiras seitas. Alguns ainda tentam explicar os fenômenos dentro dos limites da ciência acadêmica, aproveitando os conhecimentos sobre a origem da vida e as leis da natureza, com as quais os discos estariam relacionados.

Outros ligam o aparecimento dos discos a fenômenos paranormais e às tradições orientais.E, por menos que a ciência e o bom senso lhes dêem crédito, a crença em que os discos existem vai bem, obrigado. No ano passado, três livros sobre o assunto foram lançados nos Estados Unidos. Venderam como pão quente.

http://super.abril.com.br/super2/superarquivo/1988/conteudo_111029.shtml

O fascinante mistério da estrela de Belém

As hipóteses dos astrônomos para o aparecimento da estrela de Belém.

Tendo pois, nascido Jesus, em Belém de Judá, em tempo do rei Herodes, eis que vieram do Oriente uns magos a Jerusalém, dizendo: "Onde está o Rei dos Judeus, que é nascido? Porque vimos no Oriente sua estrela e viemos adorá-lo".

Esse primeiro versículo do capítulo II do Evangelho de São Mateus tem provocado uma enorme discussão teológica e astronômica sobre a natureza do corpo celeste descrito pelos Reis Magos. Os mais diversos fenômenos astronômicos e meteorológicos foram sugeridos, no passado, para explicar a natureza da estrela de Belém: auroras, meteoro globular (bola de fogo), luz zodiacal, meteoros, chuvas de meteoros, o planeta Vênus (estrela vespertina ou matutina), estrelas variáveis (especialmente as do tipo semelhante a Mira Ceti), a estrela Canopus, cometas, novas e supernovas.

A hipótese de que a estrela de Belém foi um cometa parece ter sido proposta pela primeira vez pelo teólogo e perito cristão Orígenes
(183-254)
, que supõe ter sido o que viria a ser conhecido como cometa de Halley, o astro visto pelos magos. Analisando-se os registros chineses de cometas, verificou-se que a tese do Halley é inaceitável.

Continua

O fascinante mistério da estrela de Belém

De fato, tal hipótese exigiria um erro de onze anos na data atualmente atribuída ao nascimento de Jesus, pois a passagem desse cometa no início da Era Cristã deu-se em 25 de agosto do ano 12 a.C., quando astrônomos chineses assinalaram a sua presença na constelação de Gêmeos.

Por outro lado, os outros dois cometas registrados nos anais chineses apareceram, respectivamente, em março do ano
5 a.C., na constelação de Capricórnio, e em abril do ano 4 a.C.,
na constelação de Águia. Muito tarde, portanto. É pouco provável que a estrela de Belém tenha sido um cometa.

Aparentemente, apenas duas hipóteses - a de uma supernova ou de uma configuração planetária especial - sobreviveram dentro do contexto misterioso que envolve a mais bela das festas cristãs. Em
11 de novembro de 1572, o astrônomo Tycho Brahe (1546-1601)
descobriu uma brilhante estrela próxima ao zênite, na constelação de Cassiopéia.

Sua cintilação e magnitude atingiram uma intensidade que foi visível a olho nu mesmo à luz do dia. Ela permaneceu observável durante mais de
17
meses. Neste período, inúmeras hipóteses surgiram para explicar o aparecimento dessa nova estrela, uma vez que a imutabilidade dos céus era dogma aceito como divino e jamais posto em dúvida.

Continua

O fascinante mistério da estrela de Belém

Um tal aparecimento abalou totalmente os alicerces de um céu perfeito, fixo e imutável. Hoje se sabe que as novas são estrelas que se tornam bruscamente muito luminosas. Elas aparecem subitamente, brilham intensamente por alguns dias e vão enfraquecendo lentamente, até voltar ao seu brilho primitivo.

Em virtude de sua aparição brusca, elas são chamadas de estrelas novas. Mas o vocábulo é impróprio, pois elas existiam antes da explosão que as tornou visíveis à vista desarmada. Conhecem-se dois tipos de estrelas explosivas: as novas e as supernovas.

A luminosidade das novas é multiplicada por um fator de 10 mil vezes, durante dois ou três dias. As supernovas se tornam ainda mais luminosas: seu brilho é multiplicado por um fator de 100 milhões de vezes. Em cada ano são descobertas na nossa galáxia cinco novas, em média. As supernovas são muito mais raras: aparece uma a cada 300 anos, em média.

Até o momento apenas quatro foram observadas e registradas: a estrela de Tycho Brahe (
SN 1572), a de Kepler (SN 1604), a SN 1054, que os chineses e japoneses registraram, e a SN 1987-A, a menos brilhante de todas. Em 10 de outubro de 1604, Brunowski, aluno de Kepler, descobriu uma estrela supernova na constelação de Ofiúco (SN 1604 Ofiúco
).

Continua
Seu brilho máximo, segundo as estimativas da época, foi equivalente ao dos planetas Júpiter e Vênus. Em fins de março de 1605, após sete meses durante os quais apresentou oscilações de brilho, deixou de ser visível. O surgimento da estrela nova foi antecipado em 17 de dezembro de 1603 por um belo e raro fenômeno de grande importância astrológica:

A conjunção tríplice dos planetas Júpiter e Saturno, que, além de ter fascinado a mente mística de Kepler, lhe sugeriu a idéia de que a estrela de Belém estivesse relacionada com uma conjunção análoga. De fato, após longos cálculos, Kepler concluiu que no ano
748 de Roma, ou seja, no ano 6
a.C., ocorreu um fenômeno astronômico semelhante, que poderia ter anunciado o aparecimento da Estrela.

Uma conjunção tríplice não é, como a princípio sugere o nome, uma a aproximação de três planetas, mas a sucessão de três conjunções de dois planetas num curto período. Durante a conjunção de dois astros, as suas coordenadas celestes atingem valores quase idênticos num determinado instante.

Numa linguagem popular poderíamos dizer que a conjunção é a aproximação aparente de dois astros. Para Kepler, a grande conjunção não substituiu na realidade a estrela dos Magos, como lhe atribuem vários autores. Segundo as concepções aceitas na época, os fenômenos celestes influenciavam os acontecimentos terrestres ou eram sinais dos mesmos.

Continua

O fascinante mistério da estrela de Belém

Dessas idéias participava Kepler, que acreditava ter sido a tríplice conjunção um evento destinado unicamente a chamar a atenção dos Magos para aquela região do céu, onde brilhou a estrela anunciadora da chegada do Messias. Essa explicação de Kepler para o problema da estrela de Belém encontrou vários opositores, assim como não lhe faltou o apoio de eminentes cientistas, entre eles o famoso cronologista alemão Christian Ludwig Ideler (1766-1842).

Ao refazer os cálculos de Kepler com auxílio das tábuas de Delambre, editadas no início do século XIX, Ideler deduziu que a tríplice conjunção ocorreu na realidade do ano
748 da fundação de Roma, ou seja, com maior precisão, respectivamente: a primeira, em 20 de maio; a segunda, em 27 de outubro; e a terceira, em 12 de novembro do ano
7 a.C..

Seria conveniente lembrar que a máxima aproximação entre esses planetas foi de cerca de
1 grau, ou seja, o dobro do diâmetro aparente da lua cheia. Era impossível portanto observá-los com os aspectos de um único astro, como está relatado na Bíblia (São Mateus, capítulo 2, versículo 9).

Atualmente, um dos maiores defensores da idéia de que a estrela de Belém foi essa conjunção tríplice é o astrônomo David W. Hughes, da Universidade de Sheffield, na Inglaterra. A questão, porém, permanece aberta, cercada de hipóteses mas nenhuma certeza - sequer a data do nascimento de Jesus pôde ser comprovada. Tudo indica que jamais se encontrará confirmação de que a estrela citada na Bíblia tenha sido este ou aquele astro.

http://super.abril.com.br/super2/superarquivo/1987/conteudo_110989.shtml