domingo, 16 de setembro de 2007

Aos interessados por telescópio ou lunetas


Aos interessados por telescópio ou lunetas vai aqui alguma de um amigo:
Sobre suporte de câmeras em telescópios deixa muitos interessados empolgado, 'coçando o bolso' doido para gastar um din-din com os equipamentos que são anunciados por aí ... Por isso, acho importante avisar aos navegantes que não é bem assim que a 'banda toca'.

'Nem tudo que reluz é ouro' e os aparentemente reluzentes telescópios dos anúncios mostrados podem reservar algumas decepções para as pessoas que procuram resultados melhores do que uns borrões escuros e fora de foco.
Não que os telescópios anunciados sejam necessariamente tão ruins assim, mas avaliação da qualidade deste tipo de produto é (por incrível que pareça) muitas vezes subjetiva e depende do tipo de consumidor.

Vou tentar explicar melhor, e para isso, imagine três tipos de compradores de telescópio:

1) O leigo que quer ver a vizinha trocando de roupa.

2) O curioso que quer dar uma 'olhadinha' nas estrelas de vez em quando.
3) O estudante /entusiasta ou profissional de astronomia que procura um instrumento para observar as maravilhas celestes.
No primeiro caso, o cidadão não estará nem um pouco preocupado com aspectos 'esotéricos' como difração cromática,campo de visão, luminosidade, fragmentação da imagem, ampliação real admissível, etc. Desde que ele consiga enxergar alguns detalhes na janela do prédio próximo ao do dele, está tudo certo!

Para este tipo de consumidor, qualquer luneta de
100 ou 200 reais resolve o problema e, desde que os dotes físicos do 'objeto observado' corresponda às expectativas, ele ficará todo satisfeito e dirá que possui um 'excelente telescópio'...
O segundo caso, corresponde aos intrumentos estão ligado para aqueles que querem dar uma 'olhadinha' nas estrelas de vez em quando. É o que os vendedores lá de fora costumam chamar de 'entry level', ou seja, as pessoas que estão começando agora e procuram instrumentos não muito caros que permitam 'ter uma idéia' de como é a observação celeste e o que ela pode proporcionar.

Neste caso, o nível de exigência não é muito alto e ver, por exemplo, Saturno como uma bolinha difusa com um arco colorido em volta é satisfatório. Depois o sujeito abre o CD com as fotos do Hubble e diz "eu vi isto aqui ao vivo" ! Só que estava um pouquinho diferente...

O terceiro caso, é dos (surpresa) telescópios 'amadores' (ATM)! Ué !? Peraí ! Mas como pode ? Telescópio 'amador' para profissional? Bem ... Para entender o problema basta explicar que um telescópio de verdade (com qualidade ótica suficiente para se observar com clareza e nitidez os objetos celestes) são MUITO caros.

Adquirir um modelo básico de um renomado fabricante (estrangeiro) significa gastar no mínimo cerca de U$ 2500 + custos de importação + custo do frete (lembrem-se que estes telescópios pesam vários quilos). Pelo menos para mim, sem chances...

Portanto, a única saída para os bolsos menos afortunados é, ou construir o seu próprio telescópio (não é tão difícil quanto parece à primeira vista e gasta-se geralmente menos de 1000 reais), ou economizar um din-din 'forte' e adquiri-lo de um dos vários fabricantes artesanais nacionais (geralmente em torno de 2500 reais sem o custo de frete).
Enfim: Não sei se o meu texto deu uma idéia correta do problema mas, se o leitor compreendeu que a coisa não é tão simples quanto os anúncios querem fazer crer, estou satisfeito.Seguem uns links sobre montagem de telescópios para quem quiser se aprofundar no assunto.

Estes são somente alguns exemplos e há MUITAS páginas nacionais sobre o tema na net. Basta procurar com calma que o interessado encontrará bastante informação útil. Além disso, o pessoal que constrói telescópios gosta de trocar informações entre si e adora mostrar os resultados obtidos.

Se vc não tem dinheiro para comprar um 'telescópio de verdade', pode ficar tranqüilo, não está sozinho! E este não é, no final das contas, um problema tão difícil assim de ser resolvido!

Para começar a se situar e entender a diferença entre telescópios, lunetas e binóculos:

http://www.cdcc.sc.usp.br/cda/telescopios/escolhendo/
Construção de espelhos e montagem completa:
Mais referências:

O mistério da castátrofe de Tunguska

Tunguska Taiga
Texto do Geóg. Christoph M. Brenneisen; 2001 - Alemanha.
Traduzido, com autorização explícita do autor, por Heinrich Frank

O acontecimento de 30 de junho de 1908

Na manhã do dia 30 de junho de 1908, exatamente às 7.17 horas e 11 segundos (Tempo local, correspondente a 0.17 horas UTC), várias enormes explosões sacudiram o silêncio das infinitas extensões das terras montanhosas da Sibéria Média. Minutos antes mais de 900 testemunhas oculares registradas visualizaram estranhas aparições no céu da região. De importância central foi um objeto cilíndrico luminoso como o sol que passou trovejando de sudeste a noroeste sobre a bacia do rio "Tunguska pedregosa".

Com isto estremeceram as casas do posto comercial Vanavaara e em muitos locais as xícaras nas prateleiras tremeram. Os rios Angara e outros ficaram com altas ondas. O objeto mudou sua direção de vôo várias vezes durante o vôo. Testemunhas confirmam uma mudança de direção destas sobre Keschma em direção leste. Sobre Preobrashenska houve outra mudança de direção destas. A última visualização do objeto foi
60
km ao norte de Vanavaara.

Pouco depois do desaparecimento do objeto do campo de visão das testemunhas "o céu se abriu no horizonte e surgiu uma gigantesca nuvem de fumaça". Imediatamente depois iniciou uma série de detonações que liberou uma quantidade de energia correspondente a
2000 bombas de Hiroshima. A terra tremeu ainda a 1000
km de distância e um maquinista do Ferrovia Transsiberiana acionou o freio de emergência porque acreditava que a caldeira da sua locomotiva tivesse explodido.

Toda a população da região entrou em pânico. Muitas hipóteses giraram sobre um recomeço da guerra russo-nipônica sobre a Mandschuria e que os japoneses atacaram a região de Angara. Os habitantes originais da região, os Ewencos, acreditaram tratar-se de um castigo de seu deus Ogdi, que daria início ao fim do mundo.

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O mistério da castátrofe de Tunguska

Tunguska Queimado
Numa aldeia dos Ewencos a apenas 20 km do local das principais explosões as pessoas, o gado e as tendas deste povo nômade foram atirados pelo ar. A onda da explosão destruiu 2150 km2 de áreas de floresta. 200 km2 destes foram incendiados e destruídos pelos raios que acompanharam a explosão. No inferno que se seguiu manadas inteiras de renas foram queimadas.


A explosão ocorreu com uma intensidade de uma bomba de
15 MT
e originou uma onda de explosão que deslocou-se por todo o planeta, tendo sido identificada nitidamente por observatórios de toda a terra. Os recém-inventados sismógrafos de diversas estações de registro der terremotos, incluídos os de Berlim, Irkutsk, Taschkent e Tiflis, registraram o acontecimento.

Aproximadamente
5 minutos depois do registro do sismógrafo o observatório de Irkutsk, a 1000 km de distância, registrou uma anomalia magnética com 5
horas de duração que se assemelhou a uma tempestade do campo magnético terrestre como as que seguem a explosões atômicas. As agulhas das bússolas giravam como loucas e indicavam as direções mais diversas possíveis.

As noites que se seguiram ao acontecimento não escureceram mais em grandes regiões da Ásia e da Europa. Já a partir de
23
de junho até o início de agosto foram observadas luzes polares incomuns . O acontecimento se deu numa das regiões mais inacessíveis e menos povoadas da terra e não foi inicialmente considerado pela opinião pública mundial.


Isso apesar dos jornais das metrópoles estarem cheias de notícias sobre aparições luminosas estranhas, noites brancas e luzes polares, tudo sendo interpretado como reflexões de poeiras estratosféricas relacionadas a uma erupção na ilha Iwan Bogoslof, nas Aleutas. O jornal "Morgenpost" de Berlin, de
3 de julho de 1908,
suspeitava inicialmente de anomalias magnéticas relacionadas a uma mancha solar especialmente ativa naqueles dias.

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O mistério da castátrofe de Tunguska

Tunguska Floresta

As Terras Montanhosas da Sibéria Média

O epicentro da catástrofe está situado na porção norte da taiga na bacia do rio Podkamennaja Tunguska a 60 graus 53 minutos latitude norte e 101 graus e 54 minutos longitude leste, nas chamadas Terras Montanhosas da Sibéria Média.

Estas Terras situam-se a leste do rio Jenissej que limita a planície siberiana e estendem-se até o curso baixo do rio Lena. É caracterizado por áreas altas extensas e desmembradas, com alturas entre
500 e 700
metros sobre o nível do mar. A leste são delimitadas pela planície das Jakutias na altura dos rios Lena e Wiljui.

O limite norte é formado pelos pântanos da baixada de Taimyr. Seu Sudoeste é limitado pelas montanhas de Altai, ao qual se unem o rio Sajan e as montanhas de Transbaikal. A nordeste do rio Sajan está o lago de Baikal. Com
1620
metros é o lago mais profundo da terra. As vias principais são a Ferrovia Transsiberiana e as rodovias da Sibéria Central no limite do Permafrost, além de aviões.

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O mistério da castátrofe de Tunguska

Nos meses de inverno os rios congelados tornam-se muito importantes, já que servem de linhas regulares para o trânsito de caminhões. A manutenção de pistas e rodovias confiáveis normais não é possível devido ao Permafrost, já que estas afundam na lama no verão. Alguns rios, entre eles o Tunguska Pedregosa, são navegáveis para barcos e barcaças especiais, que se encarregam do transporte de pessoas e bens.

Vanovaara, por exemplo, só pode ser alcançada por barco ou através no ar, naturalmente. O transporte aéreo através de helicópteros e aviões com hélice, mas também por zepelim, tem esta função importante em toda a Sibéria, existindo uma densa rede de campos de pouso e heliportos.

As condições climáticas

O clima das Terras Montanhosas da Sibéria Média é continental. Por isso há poucas precipitações. Os verões são curtos e relativamente quentes com temperaturas médias, em julho, de 15 graus Celsius. A eles seguem-se longos e frios invernos com temperaturas médias de -30º Celsius (o Pólo do Frio do hemisfério norte está em Ojmjakon /Werchojansk com -72 Graus).

Primavera e outono praticamente não são definidos e duram no máximo alguns dias. O solo permafrost na Sibéria só degela superficialmente nos meses de verão, os rios continuam congelados, em parte, até junho. O tempo para vegetação é de 100 dias por ano. A região é ocupada principalmente por taiga. Em alguns pontos ocorrem manchas de tundra.

A taiga é composta pelas espécies arbóreas Betula tortuosa, Betula pubescens, Picea obovata, Abies sibirica, Larix sibirica, Pinus sibirica, Pinus cembra, uma variedade de Arve e de Larix dahurica. A composição muda em direção ao leste. As florestas ocupam na Sibéria
2,5 milhões de km2. Com um crescimento não-perturbado as árvores alcançam uma altura de
25 m.

O Substrato Geológico


A estrutura geológica da região é complexa. O substrato é formado por formações cambrianas a triássicas de natureza magmática e metamórfica. Algumas zonas de falha alcançam comprimentos de até 2000 km. A região em que se deu a catástrofe está situada na Sinclinal de Tunguska, uma bacia paleozóica que se estende até 70 graus de latitude, na qual ocorreram derrames basálticos (trapps) em volumes gigantescos no Triássico inferior.

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Tunguska Relicto

A História das Expedições e da Pesquisa do Fenômeno de Tunguska

Apesar das conseqüências catástrofais a opinião pública mundial não deu atenção ao acontecimento de Tunguska porque as informações sobre o mesmo simplesmente ficaram restritos às regiões muito pouco habitadas da área. Os efeitos geofísicos foram relacionados a manchas solares ou a erupções vulcânicas em outras regiões do planeta.

Guerra, Caos e Revolução

A Rússia daqueles dias era caracterizada por enormes contrastes sociais, conflitos separatistas e tensões pré-revolucionárias. A guerra pela Manchúria transformou-se em um conflito duradouro com o Japão colonial. E nos anos de 1914 a 1918 a Primeira Guerra Mundial abateu-se sobre a Europa e a Rússia.

A este somou-se a Revolução de Outubro que gerou uma guerra civil que durou até 1929. Só 10 anos depois a Segunda Guerra Mundial envolveu a Europa e a União Soviética recém formada. Não é de se admirar que os acontecimentos de Tunguska foram esquecidos gradativamente ao longo do tempo.

No ano de 1911 uma expedição de geólogos russos alcançou por acaso a Região de Schischkow que se situa 120 quilômetros aos sul do epicentro e ficaram admirados sobre o mar de árvores derrubadas. Mas iria demorar mais 19 anos até que a primeira expedição especificamente voltada à pesquisa do mistério de Tunguska se dirigisse ao local.

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Leonid Kulik e a procura pelo Meteorito

O início da pesquisa do fenômeno de Tunguska deu-se ao trabalho do geólogo e especialista em meteoritos Leonid Alexejewitsch Kulik. Kulik era professor para Ciências Geológicas e membro da Academia de Ciências de Moscou. Sem o seu interesse pelo tema este provavelmente teria sido esquecido completamente.

Durante suas atividades para a construção de uma coleção internacional de meteoritos Kulik teve contato, por acaso, com um calendário de
1908 no qual tinham sido coladas reportagens de um jornal siberiano que relatavam o enigmático acontecimento de 30
de junho.

Kulik imaginou que poderia se tratar de uma queda de um meteorito e organizou, em
1927, uma primeira expedição até a região da catástrofe. Após alcançar o Posto Vanavaara, bem 19
anos depois da catástrofe, iniciou com uma inquirição sistemática de testemunhas oculares.

Para estas inquirições Kulik pôde usar as anotações do geógrafo de Krasjonark I. M. Suslow, que já havia realizado questionamentos e pesquisas um ano antes. De acordo com o entendimento de Kulik deveria existir, em algum lugar na região da Sinclinal de Tunguska, uma gigantesca cratera meteorítica, semelhante à cratera de Barrington no Arizona, com
1265 metros de diâmetro e 175
metros de profundidade.

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TunguskaTronco
Como os Ewenkos se negavam a lhe mostrar a região da catástrofe, Kulik dirigiu-se por conta própria, após a realização das inquirições, a região para procurar a cratera meteorítica e o esperado ferro meteorítico. Naquela época não havia disponíveis na região de Tunguska aviões ou balões para a pesquisa aérea da área. Por isso Kulik descobriu o epicentro apenas pouco antes do outono.

De um lado se lhe apresentou uma visão fantasmagórica. Até o perder da vista a floresta estava caída. Como Mikados os troncos estavam dispostos no chão de acordo com uma estranha disposição espiral. Entre estes havia pequenas ilhas nas quais a vegetação ficou preservada incólume. Outras manchas havia onde as árvores ficaram em pé como postes de luz, mas sem galhos.

Outras áreas foram afetadas por incêndios florestais, nos quais as árvores que sobraram mostravam queimaduras em apenas uma direção. Estranhamente estas direções não seguiam uma estrutura uniforme. Kulik estava perturbado. Ao invés da esperada cratera meteorítica mostrou-se-lhe um cenário que não parecia ter lógica. Além disso o inverno se aproximava e ele teve que deixar a região.

A evolução das coisas entretanto deveria ser diferente. Em
1941 a Alemanha invadiu a União Soviética e Kulik foi preso pelos alemães durante a defesa de Moscou. No inverno posterior Kulik veio a falecer, ainda preso. O grande mérito de Leonid Kulik está em ter levantado outra vez a questão de Tunguska no ano de 1927
e ter salvo a mesma do esquecimento certo.

Foi seu merecimento o registro de dados importantes, fotos, fontes e relatos de testemunhas oculares, a descoberta do epicentro da catástrofe de Tunguska e que os levantamentos aéreos por ele determinados nos dão, hoje, uma dimensão exata e também a possibilidade de calcular as destruições daquela época.

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Tunguska Troncos

As Expedições Pós-Guerra na Era Nuclear

A Segunda Guerra Mundial terminou com o lançamento das duas bombas atômicas sobre Hiroschima e Nagasaki e introduziu, com isso, a Era Nuclear. As quatro nações vencedoras esforçaram-se para a construção de uma força de combate atômica própria e nossa terra foi sendo poluída cada vez mais com os produtos de testes atômicos superficiais.

No ano de
1946
o engenheiro siberiano A. P. Kasanez publicou o romance utópico "A Explosão", no qual comparou os acontecimentos de Tunguska com a detonação de bombas atômicas na atmosfera e sustentou que um corpo cósmico gerou em 1908 uma explosão nuclear sobre a taiga da Sibéria Média. O romance estava claramente identificado como de Ficção Científica, mesmo assim gerou um intenso debate entre os cientistas da União Soviética.

A causa disto residia no fato de que Kasanzev era conhecido como cientista talentoso que participava da construção do programa soviético de foguetes.

Além disso ele foi participante de uma comissão internacional que inspecionou as catástrofais conseqüências do ataque atômico a Hiroshima no próprio local da detonação. Era considerado um expert numa época em que o mundo todo, polarizado entre Leste e Oeste, estava sob choque atômico e aparentemente pronto a acreditar em tudo. Notável é o fato de que aproximadamente na mesma época iniciou nos Estados Unidos a histeria sobre os UFOs.

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Tudo indica que o romance de Kasanzev foi interpretado como código para fatos até então secretos e suas opiniões tornaram-se tão populares que publicou, em diversas revistas científicas, artigos de fundo no qual detalhava porque não poderia ser um impacto de um meteorito e porque imaginava que uma explosão nuclear na atmosfera teria sido a causa.

O ponto central de sua argumentação foi a disseminação de ondas de pressão no foco a partir de bombas atômicas detonadas a elevadas alturas, que explicariam as árvores desgalhadas deixadas de pé em alguns locais da catástrofe. Efeitos semelhantes ele pôde observar em Hiroshima pouco antes.

Outro esteio de sua teoria é o surgimento de uma tormenta magnética de duração curta incomum, de apenas
5 horas
. Tais fenômenos realmente só foram observados até agora após a ignição de armas atômicas. O mundo científico, a partir daí, caracterizou-se por vários anos por uma disputa, onde os astrônomos tradicionais continuavam a partilhar das opiniões de Kulik, enquanto que cientistas mais jovens e os cientistas soviéticos inclinavam-se para as teorias de Kasanzev.

Hoje, meio século depois, está claro que o mérito de Kasnazev está na retomada do debate sobre Tunguska e na contribuição para o reconhecimento de que os corpos de Tunguska devem ter explodido no ar a uma altura de mais de
6
quilômetros.

Demoraria ainda até o ano de
1958
até que nova expedição visitasse a região da catástrofe. Foi organizada pelo "Comitê de Meteoritos" da Academia de Ciências e foi dirigida pelo geoquímico K.P. Florenski, chegando à conclusão de que o episódio não poderia Ter como causa um meteorito.

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Florenski era uma reconhecido expert em meteoritos, tendo se destacado no resgate dos fragmentos do meteorito de ferro Sichote-Alinski, cuja queda se verificou na Sibéria do Leste em 1948. Naquele episódio foram encontrados várias crateras, das quais foi resgatado ferro meteorítico, e a região toda estava coberta por gotinhas fundidas do meteorito.

Bem diferente mostrou-se a Florenski o caso de Tunguska: nem uma única grama de matéria cósmica pode ser encontrado. O objeto da explosão portanto queimou ou vaporizou completamente no ar. Tendo por base as deduções de geocientistas que pensavam com ele como W.C.Fesenkow, Schepply, Astapovitsch e P.H.Wipple, Florenski fundou a hipótese, que se mantém até hoje, de uma entrada de um cometa, cujas massas de gelo evaporaram completamente durante o impacto , mas que poderiam explicar a liberação de energia correspondente a
50
megatons de TNT.

A explicação parecia convincente, foram liberadas mapas e publicações e o caso Tunguska parecia poder ser encerrada. A pesquisa sobre o caso de Tunguska teria se dirigido para um beco sem saída se um grupo de jovens cientistas da Universidade Estatal de Tomsk e de Novosibirsk não teria se agregado ao ecólogo G.F. Plechanow, aos geofísicos A.V. Solotov e N.V. Vasiljev e ao engº Felix Siegel, para procurar explicações alternativas para a catástrofe de Tunguska.

Estes cientistas notaram que ocorreram, na região da catástrofe, mutações genéticas e que deve ter havido ali intensa irradiação em grande escala que não poderia ser explicada por uma explosão de um cometa na atmosfera. A noroeste da Sinclinal de Tunguska foram realizados testes atômicos superficiais nas décadas de cinqüenta e sessenta, que poderiam trazer contaminações a toda a Sibéria.

Os detalhes observados em Tunguska devem Ter, entretanto, outros motivos, e não podem estar relacionados a estes testes atômicos. Apesar disso estes dificultaram evidentemente qualquer metodologia. Assim foi possível detectar. Em anéis de árvores de
1908
, uma quantidade mais elevada de isótopos radioativos que ainda não decairam.

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Asteroide

Um total de 33 expedições, praticamente uma por ano, foram realizada por este grupo de trabalho até a dissolução da União Soviética. Apesar das dúvidas destes cientistas em relação à hipótese oficial do cometa, eles agiam em concordância com a Academia de Ciências de Moscou. De outra maneira dificilmente teriam obtido a licença de entrar na região da catástrofe, que foi declarada zona de exclusão em 1958.

Foram organizados trabalhos sobre Anomalias de Elementos e Isótopos (E.M. Kolesnikow, S.P. Golenski), Investigações de Mutações (G.F. Plechanow, B.A. Dragavzev), Mudanças Paleomagnéticas do Solo (A.P. Bojarkinn), Distribuição e Dimensão das Queimaduras por Irradiação (V.G. Fast, D.V. Demin) e Correlação dos Relatos das Testemunhas (L.E. Epiktetova, K.P. Kurbatski, I.K. Dorosehin, S.A. Rasin, A.F. Kovalevski).

Centenas de estudantes conseguiram a façanha de fazer seus trabalhos práticos de campo na região de Tunguska. Os trabalhos destas Universidades siberianas tornaram-se conhecidos e mais uma vez incentivaram a fantasia da opinião pública. Porque estava se trabalhando no assunto, se um cometa poderia comprovar tudo ?

Que mutações eram estas ? Porque a região de Tunguska foi declarada zona de exclusão? Assim, mais uma vez, autores de ficção científica como Stanislaw Lern (Os Astronautas, Solaris, e outros) e os irmãos Strugatzki (Piquenique ao lado do Caminho), bem como diretores como Tarkowski (Der Stalker) usaram o tema para seus trabalhos, aumentando a popularidade do mesmo.

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Estratégias Atuais, Laboratórios definem o caminho

Com a dissolução da União Soviética as regiões individuais ganharam mais autonomia. Como conseqüência o status de zona de exclusão da região de Tunguska foi anulado, de maneira que agora também grupos de cientistas de exterior podem ter acesso ao epicentro. Por isso também nos dias atuais expedições dirigem-se ao epicentro da catástrofe.

Provavelmente apenas poucos participantes e organizadores esperam encontrar em algum lugar um fragmento de meteorito. Mesmo assim continuamente são analisadas no laboratórios amostras de solo e de plantas. Se antigamente a procura era por fragmentos de meteorito, hoje a procura é centrada em elementos traço em concentrações de ppm e ppb para chegar a conclusões sobre o acontecimento.

No repertório do High-Tech incluem-se modelações de computador, o uso de técnicas de GIS,técnica genética e cartorgrafia magnetométrica. Mesmo submarinos tele-guiados são usados para fazer a cartorgrafia por sonar do Lago Tscheka, com 46 metros de profundidade.

Uma expedição italiana da Universidade de Bolonha conseguiu, em
1991
, confirmar aerossóis unusuais no epicentro. Estes precipitaram imediatamente após a catástrofe e foram conservados na resina de árvores sobreviventes. A composição destes aerossóis é estranha, caracterizada por altos teores de cobre, zinco e ouro. Para matérias cósmicas esta é uma mistura muito diferente da usual e permite concluir com mais probabilidade em processos endógenos.

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Tunguska Anomalia

Em 1993 foram descobertos por Kolesnikow, em um laboratório em Leipzig, numa amostra de turfa, concentrações de isótopos C13, que por outro lado permitem cogitar origens cósmicas. E no ano de 1997 Quanlin e Peixue publicaram suas análises de camadas de turfa, nos quais descobriram uma participação de Irídio até 20 vezes maior que o normal. Também este resultado permite deduzir origens cósmicas.

Mas não se deve ficar com a impressão de que a solução do mistério poderia ser encontrada apenas através de análises geoquímicas. Porque em quase qualquer lugar do mundo pode ser encontrada poeira cósmica, com interpretações diferenciadas. Muito importante é uma quantificação das amostras.

De que profundidade elas são? Qual é o horizonte de
1908
? Que acontecimentos (erupções vulcânicas, testes atômicos) poderiam Ter contaminado estas amostras e influenciar nos resultados?

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Tunguska Livro

Muitas Teorias, mas nenhuma resposta

Parece ser uma provocação que até hoje, passados quase cem anos do episódio, ainda não foi possível garantir uma única grama da suposta matéria do objeto de Tunguska. Na catástrofe trata-se, entretanto, de um acontecimento bastante complicado, e aparentemente adeptos de todas as hipóteses encontram sempre alguns indícios para embasar as suas pesquisas.

Numa abordagem isenta deve-se reconhecer que cada uma das hipóteses possui os seus pontos fracos e que uma espécie de trend da moda é responsável pela popularidade da hipótese mais em voga. Adeptos de teorias exóticas como a da explosão de um UFO ou de um experimento de Tesla continuam insistindo que vida inteligente foi o causador da catástrofe.

Astrônomos e geocientistas entretanto concordam que o causador foi um corpo extraterrestre na forma de um asteróide ou de um cometa. Este teria causado uma explosão quando de sua entrada na atmosfera, explosão esta que enviou à superfície terrestre uma gigantesca onde de choque, comparável à onda causada por uma explosão atômica.

Interessantes são também teorias mais novas que foram apresentadas em
1998
no Simpósio Internacional de Krasjonarsk e que partem de origens endógenas com uma explosão de metano ou da formação de um geometeoro.

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O mistério da castátrofe de Tunguska

A Hipótese de Meteorito-Asteróide

Inicialmente a ciência imaginava que um meteorito tivesse caído na região de Tunguska. Exatamente Leonid Kulik foi a pessoa que insistia nesta teoria e que continuava incessantemente a procura pelo meteorito. Diversas observações, entretanto, são contrárias à teoria do meteorito.

O principal problema consiste na ausência de uma cratera e no fato de que até hoje não foi encontrada nenhuma massa meteorítica. Exatamente meteoritos destacam-se dos cometas por uma alta densidade e um alto peso específico, que muitas vezes é devido a um alto teor de ferro.

Se um material destes teria se chocado com a terra não teria havido explosões apenas no ar, mas também na terra. Exatamente como na cratera do Arizona ou também no meteorito de Shikote-Alinski nas vizinhanças de Tunguska. Do ponto de vista semântico a teoria do meteorito está negada de qualquer maneira, porque meteoritos são, por definição, matéria cósmica nas dimensões de cm.

Um meteorito com dimensões de cm não poderia ter provocado um inferno na terra como aconteceu naquela ocasião na Sibéria. Independente de detalhes deste tipo existem, evidentemente, também representantes maiores desta espécie, e estes são chamados então de asteróides ou também planetóides. Estes alcançam tamanhos de poucos metros até
1000
km.

O asteróide Canion Diablo, que gerou a cratera de Barrington, tinha um diâmetro de apenas
30 metros e era formado por 150.000 toneladas de ferro. Entrou na atmosfera terrestre com uma velocidade de 15km/segundo e uma energia equivalente a 4,5
megatons de TNT.

Meteoritos e asteróides podem entretanto estar livres de ferro e chamam-se então de aerólitos. A sua densidade é maior que a dos cometas, mas possuem um potencial de se desfazer quando da sua entrada na atmosfera bem maior que seus parentes de ferro.

Continua
Tunguska Amostragem

No ano de 1996 o cientista russo Vladimir Swetsow conseguiu produzir um golpe contra a hipótese de um cometa, até então a mais aceita. Numa complicada simulação de computador ele chegou à conclusão de que o corpo de Tunguska voou do espaço em direção à terra.

De acordo com seus cálculos, aquele corpo, com
60 metros de diâmetro, entrou na atmosfera terrestre com uma velocidade de 50.000
km/h.

Como conseqüência do imenso atrito com o ar o corpo fragmentou-se, a
25 km de altura, em 4 pedaços. Estes vaporizaram a 10 km de altura, a 30.000
graus, numa única gigantesca bolsa de fogo. Contrário a simulações anteriores Swetsow, membro da Academia, concluiu que uma parte bem maior do corpo do que se imaginava até então se transformou em radiação. Só por isso consegue-se explicar a completa falta de matéria.

Um ano depois, colegas chineses de Swetsow, Quanlin e Peixue também concluíram que o objeto de Tunguska deveria ter sido um asteróide, especificamente um condrito de carbono. De acordo com seus cálculos este tinha um raio de
1,5 km e pesava 2,96 x 1010 toneladas; A energia da explosão foi indicada como sendo equivalente a 3,3x
1010 toneladas de TNT.

Continua

O mistério da castátrofe de Tunguska

Mesmo que estes cálculos e as simulações são convincentes em si, surgem dúvidas porque a hipótese do asteróide não oferece explicação para importantes fatos da catástrofe. As seguintes perguntas nutrem as duvidas:

a) Se toda a matéria do asteróide vaporizou na atmosfera, como se explica então as anomalias de isótopos no epicentro?

b) Onde estão os aerossóis de silicato, na ordem de dezenas de milhares de toneladas que devem ter sido liberadas?

c) Como podem ser explicados os fenômenos luminosos que iniciaram, em parte, já antes do episódio?

d) Como se originou o corredor genético, no qual foram constatados mudanças genéticas em plantas e animais?

e) Como se explica a direção de vôo centrífuga do objeto, contra o sentido dos ponteiros do relógio?

f) Porque houve perturbações do campo magnético, semelhantes àquelas originadas por explosões de bombas atômicas?

g) Como explicar as aparições de termoluminescência no solo como indicador de radiação dura ionisada?

Continua

O mistério da castátrofe de Tunguska

A Hipótese do cometa

A falta de qualquer material sobre ou no solo da região da catástrofe fez surgir a suspeita, no final dos anos cinqüenta, de que no caso do episódio de Tunguska não tinha se tratado de um meteorito ou asteróide, mas sim um cometa de gelo, cujo material teria vaporizado completamente no contato com a atmosfera.


Ao contrário de asteróides ou planetóides trata-se, no caso de cometas, de "Bolas de Neve Sujas", formadas por hidrogênio, gás carbônico, nitrogênio e enxofre com até
100 km de diâmetro. Sua estrutura consiste de 20% cernes minerais relativamente leves na forma de poeiras e pedras, incrustados por uma camada de gelo que forma os outros 80%,
composta de água congelada, nitrogênio, metano, gás carbônico, monóxido de carbono, combinações de cianetos e outros gases.

Durante a sua passagem pelo sistema solar os cometas irradiam um radiação X altamente energética e aparentam ser muito maiores do que seu núcleo
[19b]. O chamado coma fortemente brilhante alcança diâmetros de 20.000
km até vários milhões de km e é causado por sua aproximação com o sol.

Forma-se através de gases derretidos e poeiras que se soltam, que se tornam brilhantes através do efeito ionisante do vento solar. O núcleo do cometa e o coma formam, juntos, a cabeça do cometa. A ele se une uma cauda nitidamente visível de partículas brilhantes.

Devido à grande quantidade de água congelada imaginava-se inicialmente ser fácil explicar a falta de matéria no solo da catástrofe, ainda mais porque os outros elementos formadores de cometas podem ser encontrados em quase todos os lugares no solo da terra.

Mas cometas foram, a esta altura, bem pesquisados e sabe-se de seus núcleos que estes possuem as características de condritos carbônicos, comportando-se de maneira semelhante aos asteróides.. Sim, condritos carbônicos aparentam ser os restos diretos de cometas derretidos.

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O mistério da castátrofe de Tunguska

Por muitos anos a teoria do cometa era um dogma e foi rapidamente encontrado um cometa aceitável, de nome Encke, que foi visto como sendo a causa para o episódio. Encke foi um cometa descoberto em 1786, descrito por Johann Franz Encke. É um cometa com o mais curto de todos os períodos de cometa conhecidos, de apenas 3,31 anos.


A ablação do vento solar e as constantes forças gravitacionais durante sua passagem pelo Sistema Solar fragmentaram ou destruíram partes dele, o que é comprovado pelas correntes de Taurídeos Alpha e Beta que surgem pelo menos duas vezes por ano. As correntes de Taurídeos Beta surgem todos os anos entre
23 de junho e 7
de julho e podem ser facilmente observadas no céu na forma de um aumento das aparições de meteoros.

Nos últimos anos foram sendo publicados resultados de pesquisas que indicam a possibilidade dos cometas servirem de containers para combinações orgânicas na forma de compostos hidrogenados aromáticos e mesmo de albumina.
Algumas abordagens, como o Grupo de Cardiff da Universidade de Cardiff em Wales, Inglaterra, falam inclusive de Panspermas e referem-se a dados geomedicinais que relacionam o aparecimento periódico de coqueluche concomitantemente ao surgimento do cometa Encke.

Com esta abordagem poderiam ser encontradas, possivelmente, algumas explicações para as mutações genéticas verificadas na região de Tunguska. Realmente o episódio de Tunguska deu-se exatamente no meio-tempo dos Taurídeos Beta, e sua ligação com o Encke é uma conclusão lógica.

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O mistério da castátrofe de Tunguska

Mesmo assim a hipótese do cometa não é factível em vários pontos:

a) O maior problema da hipótese do cometa consiste em explicar porque o objeto não explodiu já a 30 km de altura. Porque os cometas, comparados com os asteróides, apresentam uma densidade menor e deveriam, por isso, explodir a alturas maiores.

b) Porque surgiram anomalias do campo magnético terrestre similares àquelas de explosões de bombas atômicas?

c) O que aconteceu com o núcleo do cometa, que deveria Ter sido formado por matéria sólida e cuja existência faz surgirem todas as perguntas limitantes do capítulo 5.1?

d) Onde estão os restos, que deveriam ser reconhecíveis por elevadas anomalias de isótopos?

e) O surgimento de um cometa no céu normalmente se anuncia através de uma cauda brilhante. Mas não existe nenhum relato de cometa daquela época feito por observatórios.

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O mistério da castátrofe de Tunguska

Nonlocal natural Explosions e os canhões de Barisal

Entre as teorias mais interessantes está aquela das explosões naturais não-locais (NNE), desenvolvida a partir dos anos noventa pelo pesquisador russo Andrej Olchowatow do Instituto de Pesquisas para Radiometria de Moscou. Olchowatow pesquisou as explosões e aparições luminosas que surgiram em 1991 e 1992 na cidade de Sasavo, a 350 ao sul de Moscou .

As aparições, que fizeram surgir uma UFO-histeria, foram ocasionadas por processos endógenos cuja mecânica ainda não foi esclarecida. Centenas de testemunhas oculares observaram aparições esféricas luminosas no horizonte e, em parte, sentiram ondas de calor. Imediatamente depois das aparições surgiu um raio, seguido de explosões.

Exatamente na mesma hora entraram em colapso, por perturbações, as ligações de telecomunicação da região inteira (radio, radio e TV). Em residências fechadas explodiram lâmpadas incandescentes e recipientes de plástico. No outro dia foi encontrada uma cratera nas proximidades das aparições luminosas, com
30 metros de largura e 3
metros de profundidade.

Não foi encontrado nenhum meteorito ou outro tipo de material. Apenas um ano depois os acontecimentos se repetiram. Estações de medida, instaladas neste meio tempo, registraram fortes perturbações do campo magnético assim como terremotos leves. No contexto de suas pesquisas Olchowatow registrou vários outros relatos, onde o desenrolar dos acontecimentos e origens dos mesmos era semelhante aos acontecimentos em Savaso.

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O mistério da castátrofe de Tunguska

Assim relata casos em 1974 em Arthurs Table, Wales, 1978 em Bell Island, Canadá, 1986 em Negorsk, Rússia, 1990 em Petrozavodsk, Rússia, 1993 em Banjawarm, Austrália, 1993 em Jermanowize na Polônia, 1994 em Cando, Espanha, 1995 em Perth, Austrália, 1996 em Honduras do Oeste e 1997 na Hudson Bay, Canadá.

Olchowatow compara todos estes e também o episódio de Tunguska com o fenômeno chamado de "canhões de Barisal". Barisal é uma pequena cidade situada no delta do rio Ganges, em Bangladesh. Lá se conhecem, desde tempos históricos, fenômenos naturais que se manifestam como fortes trovões que parecem vir do mar.

Olchowatow notou que todas estas aparições foram relegadas pela ciência sem que se tivessem encontrado explicações satisfatórias para estes fenômenos. Ele catalogou todos os casos e denominou-os de nonlocal natural explosions (NNE). A existência destas aparições, também conhecidas como raios-esfera (Kugelblitz em alemão), não é contestada por ninguém; só sobre suas origens há desconhecimento.

Novas pesquisas, como as da geóloga E.R. Kazankowa do Instituto para Petróleo e Gás da Academia de Ciências, trabalham com processos geológicos de auto-organização dependentes de energias gravitacionais de outros corpos celestes sempre atuantes. Dentro da Terra haveria liberações de energia através de impulsos diferentemente direcionados.

É absolutamente possível que energias organizadas eletromagneticamente constroem-se de acordo com o Princípio do Condutor para descarregar-se através de limites tectônicos ou por intrusões portadores de ferro e por isso mesmo condutoras.

Sumamente interessante também é o fato de que na região de Tunguska já houve outro impacto, muito maior, mesmo que alguns milhões de anos atrás. No ano de
1986
o geólogo russo S.A. Vishnevskii publicou resultados de pesquisas que confirmam sem sombra de dúvida a existência de um astroblema na bacia de Tunguska. Será que há uma relação entre os dois episódios, possivelmente relacionado a causas endógenas ?

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O mistério da castátrofe de Tunguska

- A favor da tese do NNE como explicação para a catástrofe de Tunguska pesa a análise das testemunhas oculares, de que antes da explosão ocorreram aparições luminosas extremamente complexas, totalmente atípicas para a entrada de um meteorito e adequadas muito mais à categoria dos raios-esfera e das chamadas luzes de terremoto.

- Além disso os dados sismológicos não concordam com o impacto de um corpo celeste, mas indicam uma seqüência de terremotos locais diferenciados.

- As anomalias geoquímicas constatadas no epicentro contém deutério demais, o que contradiz a origens extraterrestres, permitindo concluir sobre liberações tectônicas ou vulcânicas de gases.

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As Experiências de Tesla com energia livre

No jornal "The New York Times" de 19 de março de 1907 uma contribuição denominada „Wireless Caused Iena Desaster", versando sobre experimentos tecnológicos bélicos que podem ter sido a causa do afundamento do navio francês "Iena". Neste contexto é citado Nikola Tesla, que acreditava ser possível afundar navios através de torpedos de elétrons dirigíveis.

Naquela época abundavam os relatos sobre armas elétricas direcionadas à distância e raios mortais, que poderiam destruir aviões e matar pessoas. O cronista americano de Tesla Oliver Nichelson supõe no seu relato "Tesla´s Wireless and the Tunguska Explosion" que o físico, em
30 de junho de 1908,
precisava desesperadamente demonstrar o poder de fogo de sua arma energética para conseguir mais verba para pesquisa do grupo Westinghouse.

A sua intenção era a de acertar o Pólo Norte, para enviar ao conquistador polar Peary um sinal com grande impacto de mídia. Sua arma, assemelhada a um torpedo de fótons, entretanto não teve a precisão requerida e por isso o impacto registrou-se na região de Tunguska.

Correntes de Tesla caracterizam-se por voltagens muito altas obtidas através de um passo transformador adicional de altas voltagens normais.. Mesmo experiências escolares com o uso de um transformador de Tesla clássico permitem observar efeitos luminosos esquisitos.

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O mistério da castátrofe de Tunguska

Tesla direcionou suas experiências com energia numa direção oposta àquela da técnica eletrônica e de energia atuais. Suas idéias voltavam-se ao reconhecimento e ao direcionamento das leis dos campos de força terrestres. Ele pretendia usar as Forças de Coriolis, responsáveis pelos jetstreams, para a fabricação de climas artificiais, e qualquer ponto da terra deveria ser eliminável através de descargas tesláticas.

No seu laboratório em Long Island Tesla conseguiu, repetidamente, iluminar artificialmente regiões inteiras com suas correntes. Ele foi um concorrente sério para os planos de iluminar as metrópoles da terra através do uso maciço das lâmpadas incandescentes de Edison. Tesla foi incentivado pela indústria, que esperava a telegrafia sem fio.

Depois da concretização desta telegrafia através da modulação e da invenção dos tubos eletrônicos Tesla não recebeu mais verbas para pesquisa. Na época em que fazia experiências, habitantes de Long Island freqüentemente relatavam aparições luminosas, raios esfera e trovões ribombantes, semelhantemente aos relatos de NNEs.

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Uma reação de Antimatéria como causa

Já do ano de 1936 é a teoria dos dois americanos Whipple e Lapace que, após estudarem os resultados das pesquisas de Kulik, concluíram que possivelmente uma reação de antimatéria poderia ser considerada como causa da catástrofe de Tunguska. Esta teoria foi posteriormente detalhada pelo cientista russo Konstantinov.

Desde que foi possível aos integrantes do centro Europeu de Pesquisas Nucleares - CERN, em
1996
, produzir o anti-Hidrogênio, muitos consideram a possibilidade um anti-mundo, mesmo de um anti-universo. Realmente astrônomos consideram viável a existência de antimatéria no cosmo, sendo possível que esta se movimente pelo espaço como a matéria regular, formada por meteoritos e cometas.

Já nos primeiros contatos com os átomos de nossa atmosfera, seguindo o modelo dos dois americanos, seriam possíveis gigantescas liberações de energia, que poderiam explicar as destruições na Tunguska Pedregosa.

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Sobre Buracos Negros, UFOs e Utopias

Existe uma centena de interpretações diferentes, freqüentemente muito geniosas, para a causa da catástrofe de Tunguska. Citar a todas extrapola os limites deste texto. Algumas das interpretações mais exóticas são citadas aqui com fins representativos:

- Uma abordagem interessante foi apresentada pelos americanos Jackson e Rainer, que estabeleceram a tese de que um "buraco negro microscópico" com massa muito elevada e dimensões extremamente reduzidas atravessou nosso planeta em junho de 1908, tendo-o abandonado ao sul da Groenlândia.

Buracos negros são uma realidade no nosso universo e a ciência estuda a sua física há muito. Buracos Negros com circulação livre são potencialmente possíveis, mas não há ainda indicações que ratificam este tipo de comportamento. · Uma interpretação plenamente pensável foi apresentada pelos russos Dimitriev e Schuravljov, que desenvolveram um modelo no qual o sol lançava uma pedaço de plasma, que alcançou a nossa atmosfera e produziu a catástrofe.

A favor desta tese estão as manchas solares observadas no mesmo período. Mas a existência destes energofóros ainda não foi comprovada até agora e é duvidoso se um plasma solar destes não explodiria em zonas mais elevadas da atmosfera. Além disso esta hipótese não pode explicar as anomalias isotópicas comprovadas na região.

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Sobre Buracos Negros, UFOs e Utopias

Existe uma centena de interpretações diferentes, freqüentemente muito geniosas, para a causa da catástrofe de Tunguska. Citar a todas extrapola os limites deste texto. Algumas das interpretações mais exóticas são citadas aqui com fins representativos:


- Uma abordagem interessante foi apresentada pelos americanos Jackson e Rainer, que estabeleceram a tese de que um "buraco negro microscópico" com massa muito elevada e dimensões extremamente reduzidas atravessou nosso planeta em junho de 1908, tendo-o abandonado ao sul da Groenlândia.

Buracos negros são uma realidade no nosso universo e a ciência estuda a sua física há muito. Buracos Negros com circulação livre são potencialmente possíveis, mas não há ainda indicações que ratificam este tipo de comportamento. · Uma interpretação plenamente pensável foi apresentada pelos russos Dimitriev e Schuravljov, que desenvolveram um modelo no qual o sol lançava uma pedaço de plasma, que alcançou a nossa atmosfera e produziu a catástrofe.

A favor desta tese estão as manchas solares observadas no mesmo período. Mas a existência destes energofóros ainda não foi comprovada até agora e é duvidoso se um plasma solar destes não explodiria em zonas mais elevadas da atmosfera. Além disso esta hipótese não pode explicar as anomalias isotópicas comprovadas na região.

O mistério da castátrofe de Tunguska

- Desde as suposições sobre um objeto tecnológico de Kasanzev e Siegel, que segundo eles explodiu na terra, existe uma comunidade estabelecida de adeptos dos UFOs cujos principais argumentos são a anomalia magnética semelhante à que ocorre com bombas atômicas e a anomalia isotópica comprovada. Obviamente este fenômeno também se constituiu, como todos os NNEs, também por unknown objects par exellence. Visto assim, os adeptos dos UFOs já teriam solucionado o caso.

- H. Mason do Orbital Research Exploration Ltd. em Armstrong/Australia pesquisou geometeoros e raios esfera e, neste contexto, também se interessou por causas militares. Ele exige que a ciência deva considerar a hipótese de que diversos governos estejam testando canhões de Tesla e outras armas de alta energia.

Quem sabe até onde foi a evolução do conhecimento nos institutos militares herméticamente fechados do mundo todo, em comparação com a vida civil. Não foi exatamente o caso dos aviões norte-americanos à prova de radar, com tecnologia Stealth, que foram considerados positivamente como UFOs durante os conflitos da América Central entre
1979 a 1986, até que sua existência foi admitida durante as incursões na guerra do golfo ? Seria possível que um departamento de pesquisas secreto, russo-alemão, tivesse testado a bomba atômica já 38
anos antes de sua invenção oficial ?

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A interpretação dos Ewenkos

Os Ewenkos são os legítimos habitantes originais da região e eram chamados antigamente também de Tungusos. Pertencem à família de povos asiáticos e possuem hoje uma autonomia limitada para a região. Osa Ewenkos foram as principais vítimas daquela catástrofe.

Na sua religião anímica-schamanística há lugar para diversas divindades, assim também para Agdy, o Senhor do Trovão, que é responsável pelo episódio de Tunguska.Agdy vem à terra na forma de pássaros de ferro, grandes como "Birkhähne" (ave silvestre nativa do tamanho de um galináceo. N.d.T.) e com olhos de fogo.

Quando de seu vôo sobre a terra origina-se o trovão e seus olhos faiscam como raios. Os pássaros Agdy vivem normalmente no mundo inferior Khergu. Como lá também estão as almas dos feiticeiros das tribos, estes estão em contato com os pássaros de Agdy e podem pedir-lhes serviços.

Quando da inquirição dos Ewenkos pelo etnólogo russo Innokentiy Kikhaylovich Suslow entre os anos de 1926 e 1928 os Ewenkos evitavam as perguntas sobre o episódio de Tunguska. Já Kulik tinha notado que nenhum dos Ewenkos estava disposto a lhe acompanhar ao epicentro.

Depois de muito insistir Suslow conseguiu finalmente obter a informação dos Ewenkos. Era de que no ano de
1908 haviam ocorrido rivalidades entre tribos e um velho feiticeiro tinha instado, em 30 de junho de 1908
, um grupo inteiro de pássaros Agdy a voarem sobre a região da tribo de Shabyagir.

Lá então formaram-se rachaduras na terra e tudo tinha sido destruído. Agora nenhum Ewenko mais poderia penetrar a região porque ali agora só reinavam os Agdys. Uma tribo de Ewenkos vizinha, não diretamente atingida pela catástrofe, possuía outra versão, que falava de um pedaço de sol que tinha se soltado e caído na taiga.

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