sexta-feira, 13 de abril de 2007

A abordagem científica da vida extraterrestre

Entrevista Luiz Augusto Leitão Silva


O professor e astrônomo Luiz Augusto Leitão da Silva é docente na área de Exatas e Tecnológicas da Unisinos. É bacharel e mestre em Física pela UFRGS com ênfase em Astrofísica. Leitão é fundador e coordenador das oficinas de astronomia, do curso de Licenciatura em Física da Unisinos e divulgador científico por meio de jornais, rádio, TV e Internet. È o coordenador e fundador do Curso Vida Extraterrestre II: Ufologia, Ciência ou Pseudociência?, que acontece de 16 de março de 2006 a 27 de julho de 2006, na Unisinos.

Por e-mail Luiz Augusto falou à IHU On-Line que, apesar de casos como o “Roswell, da possível queda de um disco voador nos Estados Unidos, cuja tripulação haveria sido capturada pelos militares” e do “casal Betty e Barney Hill, “seqüestrados” por uma nave alienígena no início dos anos 1960
”, não há nenhuma ocorrência inerente à casuística ufológica conseguiu trazer à lume uma evidência inegável da presença de alienígenas na Terra”. Confira essas e diversas outras informações na entrevista que segue.


1- IHU On-Line - É possível estudar cientificamente a ufologia? Como e a partir de quando a vida extraterrestre se transformou em tema de abordagem científica?

Luiz Augusto Silva - Sem dúvida pode-se proceder a uma abordagem científica das questões pertencentes ao domínio da ufologia. Talvez o ápice científico da ufologia tenha acontecido em meados dos anos 1960, quando a Universidade do Colorado recebeu generosas verbas governamentais para efetuar uma extensa pesquisa conduzida por cientistas civis, sem qualquer envolvimento de militares. Mas o que transparece desta abordagem é que a mania moderna de ver discos voadores e ETs desembarcando aqui na Terra é um fenômeno muito mais humano do que autenticamente extraterrestre, refletindo medos, angústias e esperanças de uma sociedade humana vulnerável às crises que ela mesma cria.


Isso fica especialmente claro quando se estudam as primeiras grandes ondas de aparições de discos voadores, principalmente do pós-guerra, em que fica evidente uma paranóia coletiva insuflada pela guerra fria entre o sistema capitalista e “os vermelhos”. Entretanto, há que se separar ufologia do estudo científico da possibilidade de existência de vida fora da Terra. Tal disciplina chama-se bioastronomia, ou ainda astrobiologia, e se trata de campo de investigação que começou a se consolidar nos últimos 50 anos.
Aliás, diga-se de passagem, a Unisinos foi a primeira universidade brasileira a criar a disciplina optativa de graduação Introdução à Bioastronomia, que ocorre no segundo semestre de cada ano, e que mostra como se conduz uma autêntica pesquisa científica a respeito do problema da vida extraterrestre. Alunos de qualquer curso da Universidade podem requerer matrícula nesta cadeira, que não possui pré-requisitos.

2- IHU On-Line- Qual é o limite entre uma abordagem científica e outras abordagens do tema?

Luiz Augusto Silva - O limite é imposto pela própria metodologia de investigação científica. Quando passamos do concreto e do objetivo para visões místicas ou que envolvem experiências puramente pessoais, introspectivas e subjetivas (como, por exemplo, um “iniciado” que alega manter contatos exclusivos com seres alienígenas que não aparecem para mais ninguém), a ciência pára. Entramos, então, nos domínios da pseudociência, que é onde parece se situar atualmente a ufologia.

3- IHU On-Line - A que conclusões a ciência chegou com o estudo da vida em outros planetas?

Luiz Augusto Silva - Rigorosamente falando, só temos conhecimento da existência de vida aqui na Terra. Bem, pelo menos até o instante em que estas linhas estavam sendo escritas... É claro, a qualquer momento poderão surgir as evidências de vida extraterrestre que tanto aguardamos. Ignoramos solenemente os pormenores da provável história da vida em nossa galáxia, assim como as de outras galáxias.


Entretanto, alguns limites já podem ser estabelecidos, permitindo isolar cenários prováveis, mas ainda não provados. Por exemplo: é consenso muito grande entre astrônomos e biólogos que provavelmente existam formas de vida elementares em muitos outros planetas, talvez até mesmo em outros lugares do próprio sistema solar, como na lua Europa de Júpiter, e talvez em Marte.


Com relação à outra extremidade do espectro da vida, ou seja, as formas bastante complexas (genericamente referidas como metazoárias), as opiniões se dividem. Ainda não está claro se o aparecimento da inteligência é uma vantagem, do ponto de vista evolutivo. Assim, há os que apostam que, apesar do tamanho imenso do universo, talvez estejamos praticamente sozinhos.


Outros, mais otimistas, sustentam que poderia haver, neste preciso momento, milhões de civilizações avançadas só em nossa galáxia, sem falar nas demais. Pessoalmente, compartilho da opinião segundo a qual provavelmente existem pouquíssimas civilizações na Via Láctea. Pode bem ser que, hoje, nós sejamos os únicos seres inteligentes autoconscientes, residindo em nosso sistema estelar doméstico. Mas ciência não é questão de acreditar ou não acreditar. É preciso provar e demonstrar. Daí a evidente necessidade de continuidade das pesquisas.

4- IHU On-Line - Quais são as evidências, do ponto de vista arqueológico?

Luiz Augusto Silva - Até o momento, nenhuma, apesar do clamor de autores visivelmente desonestos, que, no afã de enriquecerem vendendo livros de qualidade duvidosa, defendem, por exemplo, que as grandes pirâmides do Egito foram construídas com a ajuda de tecnologia alienígena avançada. O grande expoente nesta escola é o autor suíço Erich von Däniken[1], que já foi publicamente desmascarado há muitos anos, o que não o impediu de ficar rico, e de ainda vender seus livros hoje...

Erich von Däniken (1935): escritor suíço, mais conhecido por seus trabalhos sobre a influência extra-terrestre na cultura humana desde os tempos pré-históricos. Escreveu o livro Eram os deuses astronautas? 48 ed. São Paulo: Melhoramentos, 2001, originalmente lançado em 1968, no qual especula sobre a possibilidade das antigas civilizações terrestres serem resultados de alienígenas que para cá teriam se deslocado. Von Däniken apresentou como provas as confusas coincidências entre as colossais pirâmides egípcias e incas, as quilométricas linhas de Nazca, os misteriosos moais da Ilha da Páscoa, entre outras maravilhas do planeta. Ele também cria uma certa teoria de cruzamentos entre os extra-terrestres e espécies primatas, gerando a raça humana. Dizia o autor também que esses extra-terrestres eram considerados divindades pelos antigos povos: daí vem a explicação do título do livro. Por seu incrível poder de persuasão, unido à época lançada, um ano antes do homem ir à Lua, von Däniken conseguiu vender milhares de livros e convencer muitos leitores. Aos poucos, os cientistas foram desvendando os segredos do livro e suas teorias acabaram sendo demolidas pela realidade. Maiores informações a respeito do autor no sítio www.daniken.com. (Nota da IHU On-Line)

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A abordagem científica da vida extraterrestre

5- IHU On-Line - Quais são os aspectos mais polêmicos na abordagem do tema?

Luiz Augusto Silva - Na ufologia moderna, um dos tópicos mais confusos e polêmicos diz respeito às abduções, ou seja, raptos sistemáticos de pessoas, promovidos por ETs, que estariam interessados em nosso material genético, por alguma razão ainda desconhecida. Nos últimos anos, o tema tem conquistado vigor, mas nada existe de conclusivo a respeito, falando do ponto de vista rigorosamente científico.

6- IHU On-Line - Quais são os “estudos de caso” que resultam mais interessantes para a ciência?

Luiz Augusto Silva - Desde 1947, aconteceram muitos casos interessantes. Nenhum, entretanto, foi capaz de acrescentar evidências científicas tangíveis. Ficou famoso o caso Roswell, da possível queda de um disco voador nos Estados Unidos, cuja tripulação haveria sido capturada pelos militares. E também o caso do casal Betty e Barney Hill, “seqüestrados” por uma nave alienígena no início dos anos 1960, que rendeu muito material para estudos de psicologia.


Mas até o momento, nenhuma ocorrência inerente à casuística ufológica conseguiu trazer à lume uma evidência inegável da presença de alienígenas na Terra. E, como dizia o falecido astrônomo norte-americano Carl Sagan, “fatos extraordinários requerem evidências extraordinárias”. Até o momento, destarte os esforços de alguns ufólogos e investigadores que poderiam perfeitamente ser incluídos na ala das pessoas sérias, tais evidências extraordinárias ainda não apareceram.

É de acrescentar ainda que as conclusões mais interessantes de qualquer estudo científico a respeito da ufologia surgem, não da análise de casos individuais, e sim dos grandes estudos estatísticos, que reúnem as características de milhares de ocorrências.

7- IHU On-Line - Como é tratada a vida extraterrestre no cinema de Hollywood?

Luiz Augusto Silva - Este vai ser o assunto específico do próximo curso de extensão universitária da série Vida Extraterrestre, que estamos desenvolvendo aqui na Unisinos, desde o semestre 2005/2. Vai se chamar Os Extraterrestres no Cinema, estando previsto para o semestre 2006/2. Vamos assistir a uma seleção dos grandes clássicos de ficção científica que abordaram a temática nos últimos 60 anos, na tentativa de traçar o perfil médio do “extraterrestre hollywoodiano”, além de verificar como ele se enquadra (se é que se enquadra!) nos conhecimentos científicos atualmente disponíveis.

8- IHU On-Line - Há algum outro aspecto que não foi perguntado e que considere importante acrescentar?

Luiz Augusto Silva -
Gostaria de frisar que a proposta do curso de extensão sobre ufologia é, antes de tudo, corajosa e ousada, além de inédita nos meios acadêmicos do País. Entretanto, isso não significa que estaremos pondo de lado todo o rigorismo da investigação científica. Aliás, o objetivo do curso é justamente este: ponderar os prós e os contras das diferentes interpretações, mas sem impor nada, ou seja, permitindo que cada participante escolha, após os elementos que forem apresentados e discutidos, que opinião prefere adotar.


Rumo a uma comunidade galáctica?


Entrevista com David Grinspoon

Para o curador de astrobiologia do Departamento de Ciências Espaciais no Museu da Natureza e Ciência de Denver, no Colorado, EUA, e consultor da Nasa para estratégias espaciais, o astrônomo David Grinspoon, é bem provável que existam espécies mais inteligentes do que nós. Grinspoon é cientista planetário do Southwest Research Institute, em Boulder, Colorado (EUA). Em seu livro, Planetas Solitários - A Filosofia Natural da Vida Alienígena. São Paulo: Globo, 2005, Grinspoon recapitula a História da humanidade na busca pelos "irmãos de outros planetas". O cientista concedeu a entrevista a seguir a IHU On-Line, por e-mail.

1- IHU On-Line - Quando e como a vida extraterrestre se transformou em objeto de pesquisa científica?

David Grinspoon - A questão tem interessado aos cientistas desde quando há cientistas. Mas, claro, as coisas mudaram quando percebemos, 400 anos atrás, que os planetas, as outras luzes em movimento no céu, eram realmente outros mundos. Então pudemos começar a imaginar como eram aqueles mundos e se eles poderiam ter criaturas vivas. Enquanto aos poucos ganhávamos mais informações a respeito daqueles mundos, pelos telescópios, pensamentos sobre uma possível vida em outra parte tornaram-se mais sofisticados. Isso também ajudou a focar nosso estudo sobre a vida na Terra. O que realmente é incomum a respeito da Terra, como planeta, é onde mais encontrar as qualidades que permitem a existência de vida. As coisas mudaram de novo quando, no início dos anos 1960, começamos a mandar espaçonaves para outros planetas e a ver seu ambiente mais detalhadamente. Então a exobiologia[1] realmente nasceu como ciência associada à exploração de planetas, mas também com o estudo da origem e evolução da vida na Terra.


Também nos anos 1960 percebemos que podíamos procurar por sinais de outras civilizações com rádio-telescópios, e a primeira SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence) começou. Finalmente, nos últimos anos, o campo foi renomeado “astrobiologia” enquanto recebeu nova energia de descobertas muito importantes que encorajaram pensamentos a respeito da vida extraterrestre.

Descobrimos que existem outros oceanos de água líquida em nosso sistema solar debaixo de superfícies lunares congeladas em torno de Júpiter e Saturno. Esses são lugares que devem ter vida. Aprendemos que Marte e Vênus tiveram oceanos no passado. Achamos que a vida na Terra pode sobreviver em uma inacreditavelmente larga gama de condições. Então a vida pode existir em mais lugares no universo que já tenhamos imaginado. E aprendemos que muitas, muitas estrelas, até mesmo a maioria delas, têm planetas em suas órbitas. Então há muitos lugares em nosso universo que podem estar habitados.

2- IHU On-Line - Como caracterizaria o conhecimento científico existente sobre ufologia?

David Grinspoon - Os cientistas têm boas razões para acreditar que existam outras civilizações fora daqui, apenas pelo argumento estatístico acerca de quantas estrelas e planetas existem lá fora, e sobre o quão velho o universo é. Mesmo que a vida inteligente seja um fenômeno raro, muito improvável em cada planeta individualmente, ainda assim há tempo e espaço suficientes de modo que em algum lugar “eles” estão lá fora. E em algum lugar, eles aprenderam a viajar pelas estrelas. É um argumento muito lógico, mas não temos prova alguma.

Há alguns relatórios intrigantes acerca de diversos fenômenos celestiais, que algumas pessoas interpretaram como evidências para visitantes de outros planetas. Esses relatórios são geralmente rejeitados pela principal corrente científica, pois são cômicos, necessitam de confiança em uma testemunha ocular, e não há evidência clara de que possa ser colocada em um laboratório e estudada, ou observações que foram repetidas e não têm nenhuma outra explicação.

Não ainda, pelo menos! É fácil ver como as pessoas podem enganar-se acreditando no que elas querem crer, vendo aquilo que querem ver. Mas isso funciona dos dois jeitos, e às vezes eu me preocupo com o fato de a ciência não estar preparada para aceitar tal evidência.

3- IHU On-Line - Que conseqüências sociológicas e filosóficas traria o fato de sabermos que não somos o "centro" do universo?


David Grinspoon - Mesmo com os argumentos estatísticos que eu mencionei acima, sugerindo que nós provavelmente não estejamos sozinhos, não temos prova alguma desse fato. É possível ainda que haja algo extremamente incomum a respeito da Terra e sua história evolutiva.

Mas isso seria bem diferente de saber, de ter sólidas evidências de que realmente não estamos sozinhos. Essa poderia ser uma descoberta fundamental a respeito de nossa relação com o resto do Universo, sobre o que significa estar vivo. O Universo está cheio de outras entidades que são realmente, no sentido cósmico, nossos irmãos? Eu acho que sim, mas ainda não sabemos. Nós somos muito jovens ainda.

Temos telescópios há apenas 400 anos, radio- telescópios e espaçonaves há menos de 50 anos, em um universo que tem bilhões de anos de idade. É hora de conhecer a vizinhança. Eles terão algumas das mesmas questões profundas que nós a respeito da vida. Talvez eles tenham algumas das respostas.

4- IHU On-Line- Recentemente saíram declarações suas nos jornais defendendo a possibilidade de haver vida em Titã? Como o senhor justifica essa afirmação?

David Grinspoon-
Recentemente aprendemos muito sobre a estranha lua de Saturno, Titã, graças à espaçonave Cassini. Titã é um lugar com líquido fluido, chuva e evaporação. Não um ciclo da água, mas um ciclo do metano similar ao ciclo da água da Terra. No meu ponto de vista, esse ciclo energético, com corpos de líquido, é um atributo que faz um planeta ser promissor para a vida. Titã também é cheia de moléculas orgânicas. E nós somos basicamente moléculas orgânicas dissolvidas em água líquida.

É muito frio lá, mas existem vulcões, e provavelmente, portanto, lençóis de líquido quente. E, finalmente, parece que há fontes químicas de energia lá, em outras palavras – alimento para possíveis vidas. Ainda não sabemos o suficiente para confirmar ou rejeitar a idéia de que há vida em Titã hoje. Há algumas qualidades promissoras, e eu acho que vale a pena manter a mente aberta.

A exobiologia é um campo interdisciplinar que combina aspectos da astronomia, da biologia e geologia, e que considera a origem da vida na Terra e em outros lugares. (N. da T., fonte:
www.wikipedia.org). No português, ficaria como BIET (Busca por Inteligência Extraterrestre). Para quem compreende inglês, há um site sobre o projeto: <http://setiathome.berkeley.edu>. (N. da T.). Cassini: A sonda Cassini-Huygens é um projeto colaborativo entre a ESA (agência européia da qual Portugal faz parte) e a NASA para estudar Saturno e as suas luas através de uma missão espacial não tripulada. A nave espacial consiste de dois elementos principais: a Cassini orbiter e a sonda Huygens. Foi lançada a 15 de outubro de 1997 e entrou na órbita de Saturno em de julho de 2004. É a primeira sonda a orbitar Saturno. (Nota da IHU On-Line)
continua

Continuação

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5- IHU On-Line - Qual seria seu "mapa" da vida? Quais os planetas que poderiam ter "zonas habitáveis" e os que não?


David Grinspoon
- Qualquer lugar com água líquida é um ótimo lugar para se procurar. Isso significa que planetas semelhantes à Terra, rochosos, que estejam a certa distância de suas estrelas, podem ser bons lugares para se viver. Não tão perto ou será um forno, como Vênus. Não tão longe ou será um freezer, talvez como Marte (apesar de que Marte possa ter alguns lençóis de água quente, e Vênus possa justamente ter um estranho tipo de vida nas nuvens).

Também aprendemos por meio da exploração, que luas geladas afastadas de suas estrelas podem ter água líquida no subterrâneo se forem aquecidas por marés de outras luas e de planetas gigantes. Então esses lugares são de interesse. Finalmente, apesar de assumirmos isso freqüentemente, não sabemos se vida requer água líquida. Essa é uma premissa muito conservadora baseada no limitado exemplo da vida na Terra. Então qualquer lugar com fonte de energia química interessante e provavelmente algum tipo de líquido para que as coisas sejas dissolvidas nele, vale considerar para a vida.

6- IHU On-Line- O senhor acha que realmente há possibilidades de formar uma comunidade galáctica, algum dia?

David Grinspoon- Sim. Não apenas algum dia, mas talvez já exista. Como eu disse antes, somos muito jovens, e o universo tem bilhões de anos para que coisas interessantes aconteçam. Se a vida inteligente pode se formar aqui, porque não em outro lugar? Parece natural que essas criaturas tenham achado um ponto onde, como nós, tenham curiosidade sobre outros. Tentarão achar uns aos outros, e pode ser que alguns já tenham achado.

A história do universo, evolução cósmica, mostra uma progressão de formas mais simples que se combinam para fazer formas mais complexas. Partículas > átomos > moléculas > polímeros > vida > células > vida pluricelular > organismos complexos > sociedades, culturas e civilizações > cultura global > ??? > ??? > civilização pluriplanetária ??? Por que não?


7- IHU On-Line - Como o senhor avalia a forma em que a vida extraterrestre é representada no cinema?

David Grinspoon-
Geralmente bastante desapontadora e sem imaginação. Aliens de filme comumente parecem ligeiramente com seres humanos deformados, com cabeças engraçadas e orelhas pontudas. Aliens reais serão provavelmente bem mais estranhos. Vários filmes foram realmente criativos, como 2001: Uma Odisséia no Espaço, e a versão original de Solaris . Mas é difícil imaginar com o que a vida extraterrestre se parecerá, e ainda mais difícil retratar isso dentro das convenções de Hollywood.

8 -IHU On-Line- Gostaria de acrescentar algum outro aspecto que não foi perguntado?

David Grinspoon- Eu simplesmente acho que é muito importante continuar explorando, manter nossos olhos e mentes abertos. Podemos especular o quanto quisermos, mas aprenderemos a verdade quando sairmos e acharmos essa verdade, ou talvez quando ela venha aqui e nos encontre. Alien: Abreviação de alienígena. O significado original da palavra alienígena é estrangeiro, mas pode ser usada ao se refererir a algo que se mostra estranho ou desconhecido. Entretanto, ao longo do século XX esse termo passou a cada vez mais designar qualquer ser vivo, inteligente ou não, proveniente de outro planeta, devido ao seu uso em obras de ficção do cinema e literatura. Este significado foi incorporado à cultura popular e à língua oficial. (Nota da IHU On-Line) -Filme de 1968, dirigido por Stanley Kubrick, norte-americano. (N. da T.). Filme russo de 1972, dirigido por Andrei Tarkovsky. (N. da T.)