sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Astrônomos: Em 1bi de anos,O Sol engolirá a Terra

No final de julho o Sol atingiu o "solar minimum", período em que o astro esteve com as mais baixas atividades dos últimos 11 anos

Josep Corbella

Um dia, o Sol se expandirá e engolirá a Terra. De acordo com os cálculos de alguns astrônomos, nosso pequeno oásis será incinerado no grande forno solar, e suas cinzas terminarão aspergidas pelo espaço, convertendo-se em sementes de novas estrelas e planetas.

Será possível antever o que o futuro reserva ao Sol observando, esta noite, a estrela Arcturus, a mais brilhante nas noites de verão do hemisfério norte, que pode ser localizada com facilidade seguindo o arco da Ursa Maior. Arcturus é uma das estrelas da categoria "gigante vermelho!" - ainda que sua cor pareça mais alaranjada do que vermelha; isso significa que, depois de esgotar todo o hidrogênio disponível em seu núcleo central, o sol começou a queimar o hidrogênio que existe em sua periferia, o que gera refrigeração, uma cor mais avermelhada e uma expansão de um milhão de vezes em seu volume.

Por ter massa semelhante á do Sol, embora seja muito mais velha, Arcturus mostra como será nosso astro quando se aposentar e terminar se transformando em gigante vermelho. Mas Arcturus é um gigante menor, como será o Sol quando chegar seu dia - ainda que o Sol deva atingir diâmetro maior.

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O fato de que consigamos perceber tão claramente o brilho da estrela deriva de sua proximidade - apenas 37 anos-luz a separam da Terra. Para ver um gigante realmente grande, a melhor opção é Antares, que este mês se encontra logo acima do horizonte, ao sul, sob o farol branco de Júpiter.

Situada no centro da constelação de Escorpião, os antigos astrônomos árabes costumavam designar essa estrela como Coração do Escorpião devido ao vermelho intenso de sua coloração - uma cor que se exibe com mais clareza em observação prismática ou telescópica do que a olho nu.

Os cálculos indicam que reste ao Sol hidrogênio suficiente para continuar queimando por mais cinco bilhões de anos, antes de se converter em gigante vermelho. Mas, para uma estrela surgida há 4,6 bilhões de anos e um universo surgido há 13,7 bilhões de anos, é possível dizer que ele ainda tem muito a viver.

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Astrônomos: Em 1bi de anos,O Sol engolirá a Terra

Mas a vida na Terra se extinguirá muito antes que o Sol esgote o hidrogênio disponível em seu núcleo central, alerta Jordi Isern, diretor do Instituto de Estudos Espaciais da Catalunha. E a culpa não será da humanidade, que é capaz de acabar os seres humanos mas dificilmente exterminará outras formas de vida, tais como bactérias e insetos.

O Grande Exterminador será o Sol mesmo, que ganhará brilho à medida que consome seu hidrogênio e dará a morte à Terra da mesma maneira que lhe deu a vida. Dentro de menos de um bilhão de anos, chegará um ponto em que toda a água dos mares e oceanos terá evaporado, e a água da atmosfera escapará para o espaço.

"Enquanto restar água em forma líquida no planeta, ele continuará habitável", diz Ignasi Ribas, colega de Isern. "Mas, quando acabar a água... Adeus". Algum dia será preciso pensar em sair daqui.

Tradução: Paulo Migliacci ME
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1804832-EI302,00.html

Astrônomos contam númerosde estrelas visíveis no céu

Josep Corbella

Por volta da uma da madrugada da quinta-feira, no observatório astronômico de Roque de los Muchachos, localizado em altitude de 2,4 mil metros na ilha de La Palma, onde o céu está protegido por lei para facilitar as pesquisas astronômicas, parece que a noite tem mais estrelas do que uma pessoa seria capaz de contar.

No entanto, existem astrônomos que se dedicaram exatamente a contá-las, e o resultado de seu trabalho indica que existem 8.479 estrelas no céu - o total aumentaria em um, se acrescentarmos o Sol - que uma pessoa dotada de boa vista poderia distinguir sem o uso de telescópios.

O cômputo inclui tanto as estrelas visíveis no verão quanto as que se pode ver no inverno, e tanto as que são visíveis no hemisfério norte quanto as que se pode ver no hemisfério sul. Por isso, o número de estrelas que se pode avistar, na prática, de um observatório real, é cerca de quatro vezes menor.

Na melhor das hipóteses, de qualquer dado ponto de observação só existiriam 2,5 mil estrelas visíveis, em uma noite sem lua e em lugar sem contaminação atmosférica ou de luz artificial. Esses cálculos se baseiam em medições do brilho das estrelas.Antes da invenção do telescópio, os antigos astrônomos gregos dividiram as estrelas em seis categorias, às quais designaram magnitudes. As mais brilhantes integravam o grupo de primeira magnitude, e as mais tênues que ainda assim podiam ser distinguidas a olho nu eram os astros de sexta magnitude.

Astrônomos posteriores adotaram o mesmo sistema de classificação, se bem métodos mais precisos viessem a ser empregados para determinar o brilho de cada estrela. Isso criou uma situação paradoxal, e muitas vezes desconcertante, para as pessoas que começam a se interessar pela astronomia: o fato de que as estrelas mais brilhantes sejam agora de magnitude zero ou negativa.

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Astrônomos contam númerosde estrelas visíveisno céu

Vega, por exemplo, a mais brilhante que se vê nos céus de verão, tem magnitude zero. As estrelas mais tênues que uma pessoa com boa vista pode enxergar sem telescópio são as de magnitude 6,5. Há poucos lugares nos quais o céu seja escuro o bastante para permitir a apreciação de estrelas tão tênues.

É possível determinar de modo genérico a qualidade do céu para a astronomia observando a Ursa Menor, a constelação da estrela polar, visível durante os 12 meses do ano. As quatro estrelas do retângulo da Ursa Menor tem magnitudes dois, três, quatro e cinco.

Basta determinar quantas delas estão visíveis para avaliar a qualidade do céu em termos de observação. Caso a estrela de magnitude cinco esteja visível, poderíamos definir o céu como sendo "cinco estrelas", se bem que, na Catalunha, tenhamos dificuldades para encontrar locais onde seja possível avistar estrelas com magnitude inferior a três.

Apesar de tudo, mesmo que tenhamos a maior escuridão possível e o céu mais limpo, as 8.479 estrelas visíveis da Terra não são mais que uma porção insignificante das estrelas da galáxia, a qual, por sua vez, não é mais que parte insignificante das galáxias do universo; para cada estrela que se pode ver da Terra, existem 20 milhões de estrelas na galáxia cujo brilho é tênue demais ou que estão distantes demais para que se possa vê-las.

Tradução: Paulo Migliacci ME
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1807185-EI302,00.html