segunda-feira, 11 de junho de 2007

FALSO CHOQUE ASTRONÔMICO CRIA ALERTA NA WEB

No pé da página falsa, em letras miúdas, o internauta pode ler que aquele é um informe publicitário. No entanto, de forma bem mais visível, está divulgada na área superior a informação de que o site é associado a um suposto International Astronomy Center (IAC, ou Centro Internacional de Astronomia). Assim, é provável que os menos atentos se detenham à falsa parceria e ignorem o fato de aquela ser uma página publicitária.

Esse tipo de campanha -- também chamada de marketing viral -- tem como objetivo fazer com que os próprios internautas repassem as informações para seus contatos da web, aumentando a atenção sobre um determinado produto ou acontecimento, como no caso do asteróide. Uma alternativa que facilita muito a propagação dessas campanhas é a ferramenta “enviar por e-mail”, já que muitos dos visitantes da página clicam nesse ícone para repassar a informação, criando assim uma corrente.

Em março deste ano, o senador Arthur Virgílio (PSDB) foi vítima de uma campanha desse tipo e chegou a protagonizar uma
gafe no Senado. Em meio a um discurso, ele afirmou aos demais senadores que tinha uma notícia, "da maior gravidade", citando a página de internet de uma empresa que, supostamente, defendia privatização da Amazônia. Tratava-se, na realidade, de uma campanha do Guaraná Antarctica.

Um dos casos mais célebres sobre notícias falsas consideradas verdadeiras pelo público aconteceu em 30 de novembro de 1938, quando Orson Welles narrou pela rádio a “Guerra dos Mundos”. A história de ficção científica tinha o estilo de um boletim de notícias e, por isso, causou pânico entre milhares de ouvintes. Cerca de 70 anos depois, diversos internautas enviaram mensagens ao G1 perguntando se a história do asteróide Pallas era verdadeira.

Sem chances
No mundo real, não há a menor chance de que o 2 Pallas venha a colidir com a Terra. Sua localização longínqua, no cinturão de asteróides entre Marte e Júpiter, torna muito difícil que algum cataclismo o desvie para a nossa vizinhança. Para se ter uma idéia, o asteróide está a 415 milhões de quilômetros do Sol, enquanto a Terra está a “apenas” 150 milhões de quilômetros dessa estrela.

Ao contrário do que diz a falsa notícia, o 2 Pallas é o terceiro, e não o segundo maior asteróide do cinturão, com cerca de 500 km de diâmetro. Se o impacto acontecesse mesmo, ele seria definitivamente devastador: o corpo celeste que acabou com os dinossauros há 65 milhões de anos tinha apenas 10 km de diâmetro.

http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL50412-6174,00.html

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