sexta-feira, 30 de março de 2007

Estudo contesta ligação entre fim de dinossauros e evolução de mamíferos

Folha Online

A extinção dos dinossauros há 65 milhões de anos não produziu um "surto" de surgimento de novas espécies ancestrais dos modernos mamíferos, afirma um estudo que será publicado na "Nature" desta quinta-feira.

A visão aceita até agora é a de que depois do desaparecimento dos dinossauros, os mamíferos de repente se viram livres para explorar novas fontes de alimentos e habitats, o que teria resultado em uma "explosão" de novas espécies.
Os cientistas envolvidos no estudo construíram uma grande árvore genealógica evolucionária dos mamíferos, com 4.150 espécies. Porém, não encontraram sinais de que tal profusão de novas espécies que deram origem ao mamíferos de hoje tenha ocorrido na época.

Algumas espécies chegaram a passar por um desenvolvimento rápido após a extinção dos dinossauros, mas elas acabaram desaparecendo, sem deixar descendentes. Em contraste, nenhuma "explosão" foi encontrada entre os ancestrais dos mamíferos atuais, como roedores, gatos, cavalos, elefantes e homens.

"Fiquei abismado",disse Ross MacPhee, co-autor do estudo e curador de zoologia de vertebrados do Museu Americano de História Natural, em Nova York.

Segundo a pesquisa, houve dois momentos em que aconteceram uma profusão de novas espécies entre os ancestrais dos mamíferos de hoje: entre 100 milhões e 85 milhões de anos atrás e entre 55 milhões e 35 milhões de anos atrás.
O momento do primeiro período de desenvolvimento evolucionário está de acordo, em geral, com as conclusões de estudos anteriores, feitos com o DNA de mamíferos, que apontam para a origem de algumas linhagens muito antes do que indicam registros fósseis. O segundo surto aparece registrado em fósseis, afirmou MacPhee.

Novos desafios.

O estudo desafia os paleontólogos a encontrarem novos fósseis que possam trazer luz à história dos mamíferos, disse Greg Wilson, curador de paleontologia de vertebrados do Museu Natural e de Ciência de Denver. William J. Murphy, da Universidade A&M do Texas, que trabalha em projeto similar, disse que nenhuma análise anterior incluiu tantas espécies de mamíferos.
No entanto, Murphy afirmou que a proposta do estudo de definir datas foi relativamente crua. Algumas datas que foram produzidas para algumas linhagens não estão de acordo com as que foram obtidas por outros métodos mais atualizados, analisou. "Não tenho certeza se a conclusão está bem fundamentada", disse.

John Gittleman, co-autor do estudo e diretor do Instituto de Ecologia da Universidade da Geórgia, disse que as conclusões gerais não foram significativamente afetadas pelas datas escolhidas.

Os pesquisadores deveriam agora estudar o surgimento de plantas e o esfriamento do clima para explicar por que os ancestrais dos mamíferos modernos se desenvolveram antes da extinção dos dinossauros, disse Gittleman. O motivo do segundo surto também é um mistério, afirmou.

Árvore genealógica.

A árvore genealógica do estudo contém 4.510 espécies, mais de 99% de uma lista publicada em 1993. Desde então, 300 espécies foram incluídas na lista, mas os pesquisadores afirmam que isso não afeta as conclusões da pesquisa.


Para construí-la, levou-se em conta trabalhos publicados anteriormente que se baseavam em análises de DNA, fósseis, anatomia e outras informações. Blair Hedges, biólogo da Universidade Estadual da Pensilvânia, disse que o fim dos dinossauros pode ter influenciado a evolução dos mamíferos em características como tamanho. Tais mudanças, porém, não foram avaliadas pelo novo estudo, afirmou. Com Associated Press.

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u16188.shtml

A origem cósmica do carnaval

Astrônomo brasileiro reconta origens da festa em artigo exclusivo para o G1. "Foliões não sabem que estarão fazendo apelo a uma reminiscência de origem solar."
Ronaldo Rogério de Freitas Mourão


A vida humana está associada a fenômenos astronômicos e a ciclos naturais, tais como o ano e o dia que permitiram a elaboração dos calendários civis e religiosos, onde as grandes festas universais, como a Páscoa, o Natal etc., constituem lembranças astronômicas de grande importância histórica e econômica para a época em que foram instituídas.


Muitas dessas tradições de origem pagã foram absorvidas pelas religiões atuais do mundo ocidental. A grande maioria dos foliões do nosso carnaval, ao se divertir, não sabe que estará inconscientemente fazendo apelo a uma reminiscência astronômica de origem solar.

De fato, na Antigüidade a importância dos astros era enorme na vida econômica e social. Como não possuíssem um calendário preciso que lhes permitissem prever com segurança a ocorrência do início das estações e, portanto, a época da semeadura e colheita -- eram os povos primitivos, em especial os camponeses, obrigados a observar o céu. Em função de determinadas estrelas muito brilhantes, sabiam com antecedência quando iria ocorrer a chegada da primavera, do verão, do outono e do inverno.

Por outro lado, a observação astronômica, além de ser motivada pela sua principal atividade econômica -- a agricultura --, era estimulada também pela ausência de luz nas grandes metrópoles da época, o que facilitava muito a observação dos astros. Com efeito, a feérica iluminação das grandes cidades modernas tem afastado o antigo hábito de observação do céu. Assim, ofuscados pelas luzes, não vemos os astros, que regem a nossa vida social em virtude de toda uma série de tradições de origem astronômica que foram estabelecidas pelas civilizações que nos antecederam.

Desde as mais recuadas eras, os diferentes povos estabeleceram algumas festas de grande alegria. Assim, encontram-se entre os egípcios as festas de Ísis – deusa antropomórfica da magia e da ressurreição, e do Touro Ápis – deus da fecundidade e do renascimento, representado por um touro branco com um disco solar entre os chifres ; as dionisíacas – danças e festas em homenagem ao deus Dionísio ; festa em honra de Baco, deus do vinho, entre os romanos; entre os gregos; as lupercais – festas ao Luperco ou Pã, deus protetor dos pastores e dos rebanhos comemorado em 15 de fevereiro, na Roma Antiga; e as saturnais – festas a Saturno, deus da agricultura, celebrado entre os dias 17 e 19 de dezembro, quando se comemorava a semeadura da safra, entre os romanos.


Todas envolviam festins, danças e disfarces. Embora seja muito difícil caracterizar a origem verdadeira do Carnaval, parece que os nossos atuais festejos estão intimamente associados às duas últimas festas romanas.

Logo após o início do Ano Novo, os romanos, nas calendas de janeiro, comemoravam as saturnais, festas instituídas por Janus em memória do deus Saturno que, segundo a lenda, teria transmitido a arte da agricultura aos italianos. Durante as saturnais, as distinções sociais não eram levadas em consideração. Os escravos ocupavam os lugares dos seus patrões, que os serviam à mesa. Nesse período não funcionavam os tribunais e as escolas.


Os julgamentos eram suspensos e os condenados não podiam ser executados. Interrompiam-se toda e qualquer hostilidade. Os escravos percorriam as ruas cantando e se divertindo na maior desordem. As casas eram lavadas e purificadas. As pessoas de um certo nível social preferiam se retirar para o campo, durante as saturnais, o que permitia ao povo celebrar com maior alegria esse período de liberdade.


Numa seqüência lógica aos excessos libertários, os romanos procediam à sua purificação pelas comemorações das lupercais, festas celebradas em 15 de fevereiro, em homenagem ao deus Pã, matador da loba que aleitara os irmãos Rômulo e Remo, fundadores de Roma segundo a lenda.


Nesses festejos celebrava-se o princípio da fecundidade. Durante as comemorações das lupercais, untados em sangue de cabra e lavados com leite, os lupercos nus, com uma pele de um bode sobre os ombros, saíam pelas ruas batendo nos pedestres com uma correia de couro.


As mulheres grávidas saíam às ruas e se ofereciam aos golpes das correias na esperança de escaparem às dores do parto. Por outro lado, as mulheres com desejo de possuírem um filho também procuravam ser atingidas pelas correias dos lupercos na esperança de virem a engravidar.

Como todos esses festejos, que consistiam essencialmente em mascaradas, disfarces e danças, já estivessem de tal modo implantados nos costumes quando do aparecimento do cristianismo, a Igreja só teve uma saída: adotou-os e, ao mesmo tempo, procurou santificá-los.

De fato, o Carnaval parece ter tido origem nessas antiquíssimas comemorações pagãs, em geral de grande alegria e liberalidade, que eram celebradas durante a passagem do ano e com o objetivo de anunciar a próxima chegada da primavera. Com efeito, o atual carnaval era o tempo de regozijo, que ia desde a Epifania (6 de janeiro). até a quarta-feira de Cinzas.


Com o tempo, essa festa acabou limitada aos últimos dias que antecediam o início da Quaresma, período de 40 dias que vai da quarta-feira de Cinzas até o domingo de Páscoa, e durante os quais os católicos e ortodoxos fazem sua penitência.
O período carnavalesco variou e ainda varia segundo as tradições de cada país. Assim, parece que ele se iniciava primitivamente na Idade Média em 25 de dezembro, incluindo a festa de Natal, o dia do Ano Novo e a Epifania. Mais tarde, passou a ser comemorado desde o dia de Reis até um dia antes das Cinzas.


Em alguns lugares da Espanha, sua comemoração inclui também a quarta-feira de Cinzas. Em alguns países só se comemora na terça-feira, ao passo que no Brasil é festejado no sábado, domingo, segunda e terça-feira.

Esses festejos de janeiro e fevereiro, ligados às antigas festas pagãs de abertura do ano, estão associados, como já demonstraram os peritos em folclore cristão. Não eram simples rituais desprovidos de significações mais profundas, como se podia supor inicialmente.


Na realidade essas festas populares cíclicas dos países cristãos, que serviam para abrir o ano e anunciar a vinda da primavera, estão todas elas intimamente associadas ao fenômeno astronômico do solstício de inverno no hemisfério Norte, de onde surgiram todas essas práticas.

As igrejas católica e ortodoxa herdaram tais festas ou rituais do mundo greco-romano, que, por seu lado, as teria recebido do Oriente. Assim, na realidade, todos os festejos cíclicos, tais como o próprio carnaval, estariam associados aos antigos rituais pagãos referentes às mudanças de estação, quando então se adoravam os deuses naturais da fecundidade, do crescimento, da colheita e da abundância, praticando-se penitências ou até mesmo o sacrifício de seres vivos.



Essas festas continuaram tradicionalmente a ser respeitadas mesmo nas regiões que não apresentam as mesmas mudanças meteorológicas. Assim, as festas do carnaval comemoradas durante o inverno no hemisfério Norte são celebradas, no hemisfério Sul, em pleno verão.

Micareta, o carnaval alternativo


Nos primeiros decênios do século XX, o jornalista Francisco Guimarães – o conhecido Vagalume , percebendo que o sábado de Aleluia se distanciava muito do período carnavalesco, introduziu no Rio de Janeiro a Mi-Carême (Meia Quaresma), importada da França. Essa festa parisiense foi comemorada no Rio, nos anos de 1920 até 1922, anualmente.
O vocábulo Mi-Carême foi abrasileirado em Micareta ou Micarema, cuja comemoração é muito comum nas cidades do nordeste, principalmente em Feira de Santana. De fato, nessa cidade baiana, comemora-se a Micareta, anualmente, na quinta-feira da terceira semana da Quaresma.


Ao contrário, do que ocorreu no Rio, a festa carnavalesca realiza-se 15 dias após a Páscoa. Ela surgiu, em Feira de Santana, em 1937, quando choveu muito durante o período do Carnaval e foi decidido que a festa de Momo fosse transferida para o mês de maio daquele mesmo ano. Em virtude do grande sucesso é habito até hoje, em Feira de Santana, comemorar um segundo carnaval também após a Páscoa.

Conclusão
Finalmente, convém lembrar este texto pouco conhecido de Albert Einstein: “Os homens não vivem só de pão. É possível que as pessoas não versadas nas ciências atinjam uma parcela da beleza e virtudes inerentes ao pensamento, com a condição de que este pensamento lhes seja tornado assimilável. Não devemos exigir que a ciência nos revele a verdade. Num sentido corrente, a verdade é uma concepção muito vasta e indefinida.


Devemos compreender que só podemos visar à descoberta de realidades relativas. Além disso, no pensamento cientifico existe sempre um elemento poético. A compreensão de uma ciência, assim como apreciar uma boa música, requer em certa medida processos mentais idênticos.


A vulgarização da ciência é de grande importância, se proceder duma boa fonte. Ao procurar-se simplificar as coisas não se deve deformá-las. A vulgarização tem de ser fiel ao pensamento inicial".

A leitura desse pensamento seria suficiente para eliminar um pouco a incompreensão da importância da divulgação científica, mas Einstein continua:

“A ciência não pode, é evidente, significar o mesmo para toda a gente. Para nos, a ciência é em si mesma um fim, pois os homens de ciência são espíritos inquisidores. Mas não devemos esperar que todos comunguem das nossas concepções, e assim os profanos em matéria de ciência devem constituir objeto de uma especial consideração. A sociedade torna possível o trabalho dos sábios, alimenta-os. Tem o direito, portanto, de lhes pedir por seu lado uma alimentação digestiva".


Assim como Einstein acreditou que a sociedade pede aos que guardam segredos a sete chaves, sejam científicos ou de natureza política, que liberem-na de uma forma algo bem digestível.

Fonte:
http://www.ronaldomourao.com/jornal/NewsClip/DefaultNewsShow.asp

Ruínas peruanas são observatório solar de 2.300 anos

Uma civilização peruana, anterior aos Incas, construiu há 2.300 anos o mais antigo observatório solar das Américas, indicou um novo estudo dos arqueólogos Ivan Ghezzi, da Pontifícia Universidade Católica de Lima, e Clive Ruggles da Universidade de Leicester, na Inglaterra.

A espetacular estrutura, feita de 13 torres perto de uma montanha na região desértica de Chankillo, era usada como espécie de calendário solar, segundo os especialistas. Eles acreditam que as torres, que há muito tempo intrigavam cientistas do mundo todo, marcavam os movimentos de nascimento e poente do Sol.


Artefatos de cerimônias foram encontrados perto de estruturas ao leste e oeste dessas torres, que podem ter sido locais de Registros de adoração do Sol pelos Incas datam do século 16. Mas estima-se que os primeiros estados complexos no norte do Peru tenham surgido com a civilização Moche, por volta do ano 400.

Observação.
Registros de adoração do Sol pelos Incas datam do século 16. Mas estima-se que os primeiros estados complexos no norte do Peru tenham surgido com a civilização Moche, por volta do ano 400.


No entanto, segundo um estudo publicado esta semana na revista norte-americana Science, as estruturas de Chankillo tiveram sua idade datada entre 200 e 300 a.C. Isso significa que as construções foram feitas cerca de 600 anos antes dos Moches existirem.


As torres são parte de um complexo de construções e praças de quatro quilômetros quadrados, cercado por paredes de árvores. Anteriormente foi sugerido que a estrutura fosse um forte, um templo, ou mesmo uma construção para batalhas cerimoniais.

Fonte: http://revistagalileu.globo.com/Galileu/0,6993,ECT1475376-1717,00.html

Dois terços das grandes cidades estão em áreas costeiras de risco, diz estudo

Folha Online.

Um estudo científico publicado no jornal "Environment and Urbanization" identifica pela primeira vez as áreas costeiras baixas e vulneráveis à elevação do nível do mar provocada pelo aquecimento global. No total, 634 milhões de pessoas moram nas zonas de risco --regiões com menos de 10 metros de altitude-- e esse número está crescendo, diz o estudo, divulgado nesta quarta-feira.

Dos mais de 180 países com população vivendo em regiões costeiras de baixa altitude, cerca de 70% possuem áreas urbanas com mais de 5 milhões de pessoas, incluindo Tokyo, Nova York, Mumbai (Índia), Xangai (China), Jacarta (Indonésia) e Dacca (Bangladesh).

A Ásia é particularmente vulnerável, e em geral as nações mais pobres correm maior perigo. O estudo não diz exatamente o que deve ser feito para evitar tragédias. O que tiver de ser feito, porém, não custará pouco e poderá envolver a retirada de muitas pessoas e a construção de estruturas de proteção. Além disso, acrescenta o estudo, os países deveriam considerar parar ou diminuir o crescimento populacional nas áreas de risco.
"A migração para longe da zona de risco será necessária, porém custosa e difícil de implementar, então os assentamentos costeiros também precisarão ser modificados para proteger os moradores", disse o co-autor do estudo, Gordon McGranahan, do Instituto Internacional para o Ambiente e o Desenvolvimento, em Londres.
Enchentes
Em fevereiro, o IPCC (Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas) alertou que o nível do mar subirá entre 18 e 59 centímetros até o final deste século, tornando as populações costeiras mais vulneráveis a enchentes e a tempestades mais fortes.

O novo estudo afirma que cerca de 75% das pessoas que vivem em áreas costeiras de risco estão na Ásia, e que nações como Bangladesh e pequenos Estados insulares como as Maldivas deveriam receber ajuda para lidar com o problema. Entre 1994 e 2004, cerca de um terço dos 1.562 desastres com enchentes ocorreram na Ásia. Metade das 120 mil pessoas que morreram nesse tipo de tragédia viviam na região. As áreas ameaçadas hoje abrigam cerca de 2% da terra mundial e 10% da população.

Ações para responder ao perigo, porém, não serão muito fáceis. "Mudanças relativamente pequenas na localização de assentamentos, de uma planície costeira para áreas mais elevadas, podem fazer uma grande diferença", afirma o estudo. Isso é especialmente verdadeiro na China, um país com uma economia orientada para a exportação, que criou áreas econômicas especiais em regiões costeiras.

Ranking
O estudo fez um ranking da vulnerabilidade dos países de diferentes maneiras. Os cinco países com mais pessoas vivendo em áreas de risco são China, Índia, Bangladesh, Vietnã e Indonésia. As cinco nações com a maior proporção de terras em zonas de risco são Bahamas, Holanda, Bangladesh, Polinésia Francesa e Gâmbia.


Na semana que vem, o IPCC deve alertar o mundo de que regiões costeiras já sofrem o impacto da elevação do nível do mar e do aquecimento global, e que a situação deve piorar. Por volta de 2080, cerca de 100 milhões de pessoas poderão sofrer com enchentes a cada ano devido à elevação do nível do mar.

Portugal inaugura maior planta de energia solar do mundo

Folha Oline

A maior planta de energia solar do mundo foi inaugurada nesta quarta-feira em Portugal. A planta, que custou US$ 78,5 milhões e tem capacidade para produzir 11 megawatts de energia, é um projeto conjunto das empresas americanas GE Energy Financial Services e PowerLight Corporation e da companhia de energia renovável portuguesa Catavento.

Os painéis para captar a energia solar espalham-se por uma área de 60 hectares em Serpa, 200 km a sudeste de Lisboa, em uma das regiões mais ensolaradas da Europa, com 3.300 horas de luz solar por ano. A nova planta deve produzir energia suficiente para 8.000 casas e também deve prevenir a emissão de 30 mil toneladas de gases de efeito estufa por ano, quando comparada a combustíveis fósseis.

A planta, que começou a ser construída em junho de 2006, produzirá 20 gigawatts de energia por hora na fase inicial. "Esta é a planta de energia solar mais produtiva no mundo, e produzirá 40% mais energia do que a segunda maior, em Pocking, na Alemanha", disse Howard Wenger, da Powerlight.

Portugal depende quase totalmente de energia importada, mas está desenvolvendo projetos de energia solar, eólica e de ondas. O país planeja investir US$ 10,8 bilhões em projetos de energia renovável nos próximos cinco anos. Em janeiro, o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, disse que o governo quer que 45% do consumo de energia do país venha de fontes renováveis em 2010.

Com Associated Press.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u16185.shtml

Brasil constrói "espião atômico" até 2010

EDUARDO GERAQUE.
Folha de S.Paulo.




A física brasileira está se armando para ajudar no controle do uso militar da energia nuclear. Nos próximos três anos, a 40 metros do reator da usina de Angra 2, o Brasil verá entrar em funcionamento o seu primeiro detector de neutrinos, partículas elementares que podem revelar, como se fossem uma impressão digital, o que se passa dentro de um reator atômico."
O equipamento será instalado a 10 metros de profundidade, em um laboratório subterrâneo", afirma à Folha João dos Anjos, pesquisador do CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas) e um dos responsáveis pelo projeto.
A construção do novo detector, que será financiada pelo governo federal via Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), vai custar R$ 1 milhão. "Esse é um projeto que visa colaborar com a criação de salvaguardas nucleares", explica João dos Anjos.
Com o mundo cada vez mais preocupado com o uso militar da energia nuclear --e até com a utilização pacífica dessa energia--, ter mais um método de monitorar o que se passa nas mais de 400 usinas nucleares do mundo é essencial, segundo o pesquisador do CBPF. A vantagem desse tipo de detector é que ele pode, em tese, ser usado mesmo em países que fechem as portas de suas usinas aos inspetores da AIEA.

"No caso do Brasil, que assinou o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, essa é uma sinalização clara para a comunidade internacional". Além da questão política --e a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) está dando aval ao projeto brasileiro--, o vigia nuclear nacional tem muito a ver com o desenvolvimento científico. Afinal, a física dos neutrinos é ainda bastante nova e misteriosa.

"O detector é feito com um cintilador líquido. Os neutrinos que saem do reator nuclear, por serem pouco reativos, atravessam tudo. Eles chegam ao equipamento, interagem com os prótons que já estão lá e, depois de outras reações, geram pulsos luminosos", diz Dos Anjos. A energia dos espectros de luz, explica, é que será analisada.
Por meio desses espectros é possível saber então qual a mistura de elementos combustíveis (plutônio ou urânio) que está sendo "queimada" na fissão nuclear que ocorre ali, a algumas dezenas de metros.

"Isso é possível em teoria, por enquanto, porque podemos comparar os espectros já conhecidos, das misturas-padrão, com os que serão gerados. Além disso, esse detector permite medir a potência térmica real do reator e a taxa de neutrinos normalmente produzidos" (veja quadro acima).

No caso de Angra 2, cuja potência é de 1,4 gigawatts, a taxa de produção de neutrinos pode chegar a 1020 por segundo (o número 1 seguido de 20 zeros). Tanto pela mistura dos combustíveis quanto pelo monitoramento da potência, o uso de um reator nuclear para fins não-pacíficos, pelo menos em tese ainda, poderá ser flagrado.

Como a única coisa que interessa na construção da bomba é o plutônio, e ele se forma a partir da fissão nuclear, o roubo desse elemento de dentro da usina para o lugar onde se constrói a arma vai acabar aparecendo nos espectros obtidos no detector.

Haverá menos energia proveniente do plutônio nos dados científicos. A retirada das barras enriquecidas com plutônio, na maior parte das vezes, não pode ser feita sem o reator ser desligado. Essa queda de potência também ficará facilmente estampada nos espectros do "espião atômico".

quinta-feira, 29 de março de 2007

Composição química dos enxames abertos conta a evolução da nossa Galáxia.

Enxame aberto Collinder 261. Crédito: Digitized Sky Survey.

A formação e evolução das galáxias, em particular da Via Láctea.



Via Láctea - é a galáxia de que faz parte o nosso Sistema Solar. Trata-se de uma galáxia espiral gigante, com um diâmetro de cerca de 160 mil anos-luz e uma massa da ordem de 100 mil milhões de vezes a massa do Sol , é ainda uma área que requer grande estudo, sendo imprescindível juntar esforços no que diz respeito a observações, teorias e simulações computacionais. Uma das formas de abordar a evolução da nossa Galáxia é estudando a composição química das
estrelas .



Estrela - é um objeto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reações de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objeto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efetivas, cores, idades e composição química da Via Láctea. Este foi o método usado pela equipa liderada por G. da Silva (
ESO).



European Southern Observatory (ESO).
O Observatório Europeu do Sul é uma organização europeia de Astronomia para o estudo do céu austral fundada em 1962. Conta atualmente com a participação de 10 países europeus e ainda do Chile. Portugal tornou-se membro do ESO em 1 de Janeiro de 2001, no seguimento de um acordo de cooperação que durou cerca de 10 anos, que estudou detalhadamente três enxames abertos. Os enxames abertos contêm entre umas dezenas a poucos milhares de estrelas que estão gravitacionalmente ligadas. Supõe-se que todas as estrelas dum enxame nasceram da mesma
nuvem molecular.



Nuvem molecular - As nuvens moleculares são nebulosas constituídas predominantemente por hidrogênio molecular , logo, com uma composição química semelhante, e na mesma altura, ou seja, a idade das estrelas é aproximadamente a idade do enxame. Uma das vantagens em estudar enxames abertos é ser possível determinar, com razoável precisão, a sua distância e idade - parâmetros geralmente muito difíceis de estimar para as estrelas da nossa galáxia.

Conhecem-se enxames de estrelas de todas as idades, desde os mais jovens, com apenas alguns milhões de anos, até os mais velhos, com 10 mil milhões de anos. A equipa analisou estrelas de três enxames abertos e concluiu que cada enxame apresenta um elevado grau de homogeneidade na composição química das suas estrelas e uma assinatura química muito forte. Este é um forte indício que a informação química sobreviveu milhares de milhões de anos e os astrônomos podem associar as estrelas de cada enxame à mesma nuvem.


Um dos enxames abertos estudados foi Collinder 261, a 25 000 anos-luz.
Ano-luz (al) - é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano do centro da nossa Galáxia, que é um dos enxames mais velhos que se conhece. Este enxame foi observado utilizando o espectrógrafo UVES num dos telescópios de 8,2 m do
VLT



Very Large Telescope (VLT) - é um observatório operado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO) e localizado no Cerro Paranal, no deserto de Atacama, no Chile. O VLT é composto por 4 telescópios de 8,2 m de diâmetro que podem trabalhar simultaneamente, constituindo um interferómetro óptico, ou independentemente. (ESO), no Observatório do Paranal (Chile). A comparação da composição química das suas estrelas com as estrelas dos outros dois enxames, mais jovens, mostrou que os mesmos
elementos químicos.



Elemento químico - Elemento composto por um único tipo de átomos. Os elementos químicos constituem a Tabela Periódica estão presentes em proporções diferentes. As nuvens a partir das quais se formaram os enxames tinham composições químicas diferentes, referentes a diferentes períodos na evolução da Galáxia. Este estudo mostrou que a observação de
estrelas gigantes.

Estrela gigante - é uma estrela que terminou o processo de fusão de hidrogênio no seu núcleo e, por isso, arrefeceu e expandiu-se. As estrelas gigantes são o estado evoluído das estrelas anãs. Terminada a fusão de hidrogênio em hélio no núcleo, pode ocorrer um dos seguintes processos, ou os dois: a fusão de hidrogênio em hélio numa camada à volta do núcleo, ou a fusão de hélio em carbono e oxigênio no núcleo.



As estrelas gigantes são muito luminosas: num diagrama Hertzsprung-Russell, o ramo das estrelas gigantes é mais luminoso do que a seqüência principal. Exemplo de estrelas gigantes próximas de nós: Aldebarã, Arturus e Capela em enxames abertos permite determinar a composição química do enxame. Para obter resultados sobre a evolução da nossa Galáxia, será necessário alargar a amostra de enxames estudados.



Sonda Hinode revela pormenores do Sol

Imagens obtidas pelo Hinode da cromosfera solar. Crédito: JAXA /NASA.

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Imagens obtidas com a sonda Hinode, um projeto liderado pela Agência Espacial Japonesa e que conta com a colaboração da Nasa.
NASA - National Aeronautics and Space Administration (NASA) - Entidade norte-americana, fundada em 1958, que gere e executa os programas espaciais dos Estados Unidos da América.
ESA. - European Space Agency (ESA) - A Agência Espacial Européia foi fundada em 1975 e atualmente conta com 15 países membros, incluindo Portugal e PPARC, revelam pormenores incríveis da atmosfera.
Hinode, que significa nascer do Sol


Sol - é a estrela nossa vizinha, que se encontra no centro do Sistema Solar. Trata-se de uma estrela anã adulta (dita da seqüência principal) de classe espectral G. A temperatura na sua superfície é aproximadamente 5800 graus centígrados e o seu raio atinge os 700 mil quilômetros. Em Japonês, foi lançada em Setembro de 2006 com o objetivo de estudar o
campo magnético


Campo magnético - é a região em torno de um corpo na qual é detectada uma força magnética. Os campos magnéticos atuam apenas em partículas eletricamente carregadas. Campos magnéticos fracos são por exemplo gerados por efeito de dínamo no interior dos planetas e luas, enquanto que campos magnéticos mil milhões de vezes mais fortes podem ser gerados em estrelas e galáxias. Os campos magnéticos são capazes de controlar o movimento de gás ionizado e até moldar a forma dos corpos por eles atuados do Sol e como a sua energia se propaga ao longo das camadas da atmosfera solar. Os três instrumentos principais a bordo do Hinode observam em diferentes
comprimentos de onda.


Comprimento de onda - Designa-se por comprimento de onda a distância entre dois pontos sucessivos de amplitude máxima (ou mínima) de uma onda.

Raios-X - A radiação X é a radiação eletromagnética cujo comprimento de onda está compreendido entre o ultravioleta e os raios gama, ou seja, pertence ao intervalo de aproximadamente 0,1 Å a 100 Å. Descobertos em 1895, os raios-X também são, por vezes, chamados de raios de Röntgen em homenagem ao seu descobridor. A radiação X é altamente penetrante, o que a torna muito útil, por exemplo, para obter radiografias.


Utravioleta - a banda do espectro eletromagnética que cobre a gama de comprimentos de onda entre os 91,2 e os 350 nanômetros. Esta radiação é largamente bloqueada pela atmosfera terrestre. extremo. Esta capacidade permite recolher informação sobre as diferentes camadas da atmosfera solar desde a fotosfera até à
coroa solar.


Coroa solar - é a região mais exterior da atmosfera do Sol, imediatamente acima da cromosfera. É composta por gás pouco denso, a uma temperatura acima de um milhão de graus (1-2x106 K). Este gás estende-se por milhares de quilômetros acima da superfície solar e pode ser observado na luz visível durante os eclipses solares, ou com o auxílio de aparelhos especiais, os coronógrafos. Ao realizar medições com os três instrumentos, os investigadores podem verificar como alterações no campo magnético na atmosfera mais baixa se propagam pela atmosfera até à coroa solar e até ao espaço interplanetário. As imagens agora publicadas permitem que se observem detalhes dos pequenos
grânulos.


Grânulo solar - é uma célula conectiva, com cerca de 1000 km de diâmetro, na fotosfera solar. Cada grânulo dura, em média, cerca de 5 a 10 minutos e tem uma temperatura 3000 °C mais elevada que as zonas escuras à sua volta. Em determinada altura, os grânulos podem cobrir mais de um terço da fotosfera solar do gás quente que sobe e desce na atmosfera do Sol. As imagens revelam evidências irrefutáveis da presença de processos de turbulência que trazem campos magnéticos, em todas as escalas, à superfície do Sol, resultando numa
cromosfera.


Cromosfera solar - é a região da atmosfera do Sol imediatamente acima da fotosfera e abaixo da coroa solar. A densidade vai decrescendo e a temperatura vai subindo rapidamente à medida que nos afastamos da superfície do Sol. Na baixa cromosfera, mais densa (10-8 a 10-13 g/cm3), constituída por hidrogênio neutro frio (a 7500 K) e que se estende por cerca de 4000 km; e a alta cromosfera, com uma extensão de 12 000 km, menos densa (10-16 g/cm3) e formada por hidrogênio ionizado quente (106 K). É na cromosfera solar que ocorrem muitos dos fenômenos de atividade solar: as espículas, as regiões ativas, as proeminências e os filamentos, e as fulgurações solares dinâmica. Ao lado, na primeira imagem, temos uma imagem do Sol que revela a natureza filamentar do
plasma.


Plasma - é um gás completamente ionizado, em que a temperatura é demasiado elevada para que os átomos existam como tal, sendo composto por electrões e núcleos atômicos livres.
É chamado o quarto estado da matéria, para além do sólido, líquido e gasoso que faz a conexão das regiões de polaridade magnética diferente. A sonda capta o dinamismo desta camada da atmosfera, a cromosfera.

A segunda imagem revela a estrutura do campo magnético solar que se ergue verticalmente numa mancha solar (uma região onde o campo magnético é muito forte). Na borda da mancha solar, as linhas do campo magnético dobram-se para fazerem a conexão com o campo de polaridade oposta.

A última imagem mostra detalhes da cromosfera, que se estende para o exterior, acima das células convectivas, os grânulos, da esfera.

Cosmic Vision : o futuro da ESA até 2025

2007-03-23

Atravesso uma zona do espaço onde posso contemplar de muito perto o que resta da Supernova de Kepler, uma estrela que explodiu na nossa galáxia em 1604 e que foi amplamente estudada pelo astrônomo alemão Johannes Kepler. O que resta desta supernova pode ser facilmente observado da Terra, mas os restos de supernovas mais antigas que explodiram noutras galáxias são mais difíceis de observar.

Para descobrir e estudar estes verdadeiros objetos arqueológicos do Universo recorre-se a telescópios sensíveis a radiação invisível aos nossos olhos (ex: raios X ou raios gama) emitida com muita intensidade durante certas fases da propagação dos restos da estrela após a explosão.

São fenômenos como estes que os futuros telescópios da ESA poderão observar, muito para lá do poder de observação dos atuais observatórios espaciais europeus de raios X e de raios gama, os telescópios XMM e INTEGRAL respectivamente. Os futuros telescópios espaciais, bem como as futuras missões planetárias da Agência Espacial Européia (ESA), serão definidas através do
programa Cosmic Vision, programa esse que engloba todas as missões espaciais a lançar entre 2015 e 2025. Há cerca de um mês, a ESA lançou o primeiro concurso para missões do programa Cosmic Vision.

O tempo de preparação de uma missão pode ser da ordem dos 10 anos, por isso as missões espaciais a lançar a partir de 2015 devem começar a ser preparadas agora. Concorrem aos programas da ESA consórcios internacionais que propõem diferentes tipos de missões.

Cada consórcio é composto por várias equipas especializadas, sendo cada uma destas equipas responsável por uma parte da missão: os corpos celestes a estudar (planetas, estrelas, galáxias, etc.), os instrumentos científicos da missão, a estrutura da nave espacial, os foguetões para o lançamento, a eletrônica e sistemas de controlo, o envio e recessão de dados na Terra e a análise dos dados resultantes da missão.

Estes consórcios são constituídos por equipas cujo o número de elementos que podem ir de uma a duas centenas investigadores e engenheiros de diferentes instituições e de diferentes países - na minha
última crônica escrevi-vos a missão proposta pelo consórcio Gamma-Ray Imager do qual fazem parte a Universidade de Coimbra e Universidade de Évora.

Dentro de cada consórcio produz-se um debate científico até se chegar a um consenso sobre as componentes técnicas e científicas da missão. A seguir, o consórcio envia a sua proposta final para a ESA que a avaliará juntamente com as propostas concorrentes, recorrendo para isso a um júri especializado que escolherá as melhores missões.

As missões aprovadas passam depois por várias fazes de estudo e de avaliação até a ESA decidir que a missão está pronta a passar à fase de lançamento. Até esse momento, ardentemente desejado pelos cientistas do consórcio, podem decorrer mais de 10 anos de árduo trabalho.

Não é pois de estranhar que durante o lançamento de missões espaciais se assista a manifestações efusivas dos cientistas nas salas de controlo assim que vislumbram o foguetão que transporta os seus instrumentos científicos a entrar em órbita com sucesso. São muitos anos de trabalho que se podem perder na breve e arriscada operação de lançamento do satélite. O Programa Cosmic Vision 2015-2025 da ESA divide a exploração espacial futura em quatro áreas diferentes consoante a pergunta científica a que devem responder. As missões a lançar entre 2015 e 2025 devem responder às seguintes questões:

1. Quais são as condições para a formação de planetas e para o aparecimento de vida?
2. Como funciona o sistema solar?
3. Quais são as leis fundamentais da física que regem o Universo?
4. Como se formou o Universo e qual a sua constituição?

A observação de restos de supernovas, como esta esplêndida supernova de Kepler que preenche o ecrã da minha nave imaginária, faz parte da exploração do Universo ligada à quarta questão, sobre a constituição do Universo.

Apesar do orçamento modesto definido pelos governos dos países membros para o período entre 2015 e 2025, Oxalá a visão da ESA sobre o futuro da exploração espacial se venha a revelar, de facto, de dimensão cósmica.

China construirá observatório astronômico na Antártida

A China começará a construir um observatório astronômico na Antártida neste ano, informou o jornal "Nova Pequim" nesta terça-feira. O observatório será um dos primeiros do mundo a ser erguido no continente gelado. A expedição que dará início às obras parte em outubro a bordo do navio quebra-gelo Xuelong ("dragão de neve"), que o país comprou da Ucrânia nos anos 1990.

Yang Huigen, subdiretor do Centro de Estudos Polares da China, afirmou que o observatório ficará no alto do Domo A, a massa de gelo mais alta da Antártida, de 4.093 metros. O custo da obra é de cerca de US$ 120 milhões, além de US$ 12 milhões usados para reparos no Xuelong.

Segundo Yang, a baixa umidade do ar e sua pureza e estabilidade fazem da região um dos melhores lugares para observações astronômicas. Yang disse que a China "enfrenta a rivalidade científica de países desenvolvidos", já que países como Austrália e Estados Unidos também estão construindo ou planejam construir observatórios na região.
Com Efe.

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u16171.shtml

domingo, 25 de março de 2007

França revela seus segredos: Dossiê Cometa

Por :Pablo Villarrubia Mauso

O relatório Os UFOs e a Defesa, divulgado ano passado na França, pôs o mundo ufológico em estado de alerta e começa a surtir efeitos para a Ufologia. Polêmico, o dossiê elaborado pelo Comitê de Estudos Avançados (Cometa) aposta na hipótese extraterrestre dos UFOs e pede para que se intensifiquem as investigações.

Também critica a política de desinformação de algumas nações, como a dos EUA. Embora sem vinculação com o governo, o Cometa é composto por militares na ativa e reformados, cientistas de alto escalão e notáveis franceses. A nota manifesta aquilo que já havia sido concluído na Carta de Brasília, firmada em dezembro de 1997, durante o I Fórum Mundial de Ufologia.

O mais importante notícia científica do começo deste século a respeito dos UFOs está gerando uma verdadeira polêmica mundial sem precedentes, entre exclamações de júbilo, elogios, surpresa e perplexidade. Trata-se do documento Os UFOs e a Defesa, expedido por um grupo de militares, cientistas e notáveis franceses conhecido como Comité d’Études Avancés [Comitê de Estudos Avançados], ou Cometa.

Embora não seja um documento assinado ou chancelado pelo governo francês de forma oficial, pela primeira vez em todo o mundo um órgão de tal envergadura admite que os UFOs possam ser uma manifestação material, inteligente e de origem extraterrestre.

O documento foi entregue no dia 13 de julho de 1999 ao presidente Jacques Chirac e ao seu primeiro ministro Lionel Jospin. Inédito neste tipo de situação, a nota circulou por três dias entre prestigiosas autoridades e depois, em 16 de julho, foi publicada na íntegra em edição especial da Revista VSD, uma espécie de Veja francesa.

“Todos já aguardavam este momento há tempos, mas imaginávamos que tal documento viria do GEPAN, que é governamental”, disse o representante da Revista UFO no país, Gildas Bourdais, referindo-se à entidade que a França criou oficialmente em 1976 para pesquisar UFOs.

O Groupe d’Étude des Phénomènes Aérospatiaux Non-Identifiés (GEPAN) foi erigido pelo então ministro da Defesa francês Maurice Gallo, há duas décadas e meia, para investigar ocorrências de UFOs em seu país. Funcionando dentro da estrutura do Centro Nacional de Pesquisas Espaciais (CNES), a entidade existe até hoje, mas com poucos resultados práticos.


"Ninguém imaginava que um relatório com tal impacto viesse de um grupo não oficialmente estabelecido pelo governo”, finalizou Bourdais, insistindo no fato de que era atribuição do GEPAN fazer as revelações que o Dossiê Cometa fez. De qualquer forma, o documento vem recebendo cada vez mais a aceitação popular e colocou a França novamente em posição de vanguarda quanto à questão ufológica.

Com 90 páginas e o subtítulo Para o que devemos nos preparar?, o documento sugere fortemente que se estabeleçam ações imediatas e concretas para conhecermos a fundo a natureza e origem dos discos voadores, que são reconhecidos como de procedência extraterrestre pelo Cometa. Entre seus membros estão antigos auditores militares do Instituto de Altos Estudos da Defesa Nacional (IHEDN) e vários cientistas, alguns do próprio CNES.


Segundo informações recentemente divulgadas pelo grupo OVNI France, um dos mais influentes do país, o documento era originalmente confidencial, pois devia ser lido exclusivamente por Chirac e Jospin. “Não se sabe por que o informe caiu em domínio público”, declarou o ufólogo Thierry Garnier, dirigente da entidade.

Ele também informa que nenhum dos dois políticos fez qualquer tipo de comentário sobre o assunto à Imprensa. Além disso, os meios de comunicação franceses, sobretudo a televisão, não abordaram a revelação imediatamente após vir a público.

“Só houve um breve comunicado da agência francesa France Press”, comentou Garnier. Na época, alguns jornais publicaram artigos sobre o assunto, mas não o fizeram com seriedade. “Este silêncio quase geral por parte de nossa mídia parece uma espécie de auto-censura”, desabafou veementemente o estudioso.

Estudo coloca em dúvida os cálculos do aquecimento global

ORLANDO LIZAMA
da Efe, em Washington




Nos últimos meses, os alarmes em virtude das conseqüências do aquecimento global foram disparados com previsões de desastres naturais, perdas de colheitas e crise de fome em todo o mundo. Desde o sombrio documentário do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, "Uma Verdade Inconveniente", ganhador de dois Oscar neste ano, e uma série de estudos e observações, todos concordam que o aquecimento é causado pelos gases de efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono, que contaminam a atmosfera.

No entanto, segundo o pesquisador Bjarne Andresen, "todo o debate sobre o aquecimento global é uma fantasia". Segundo ele, o método utilizado para determinar o aquecimento global e suas conseqüências "é mais político do que científico".

Em artigo publicado na revista "Journal of Non-Equilibrium Thermodynamics", Andresen --do Instituto Niels Bohr, da Universidade de Copenhague-- afirma que o conceito de "temperatura global" é uma impossibilidade termodinâmica e matemática.

O cientista refere-se aos estudos que afirmam que, como conseqüência do aumento das temperaturas, o planeta sofrerá perdas de massas de gelo polar, aumento dos níveis dos oceanos, aumento das chuvas em algumas regiões e secas em outras, além do aumento da intensidade de furacões e tufões.

O último deles, publicado pela revista "Environmental Research Letters', afirmou nesta semana que o aquecimento global provocou uma perda na colheita de produtos essenciais para a dieta dos seres humanos em todo o planeta.

Segundo pesquisadores do Instituto Carnegie e do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, entre 1981 e 2002, o aquecimento diminuiu a produção de trigo, milho e cevada em cerca de 40 bilhões de toneladas ao ano. Segundo os cientistas, este estudo mostra que a redução é originada no aquecimento causado pela atividade humana no planeta e que seus efeitos são imediatos.

"A maior parte das pessoas acha que a mudança climática é algo que terá um impacto futuro", afirmou Christopher Field, um dos autores do estudo e diretor do Departamento de Ecologia Global do Instituto Carnegie.Além disso, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA revelou que este inverno no hemisfério norte foi o mais quente desde 1880.
O órgão do governo dos EUA divulgou em seu site que, no período de dezembro a fevereiro, a temperatura foi 0,72ºC superior à média do século 20.

No entanto, segundo Andresen e os cientistas Christopher Essex, da Universidade de Western Ontário, e Ross McKitrick, da Universidade de Guelph, também em Ontário (Canadá), "é impossível falar em uma única temperatura em algo tão complexo quanto o clima da Terra".

Andresen afirma que a temperatura só pode ser definida em um sistema homogêneo, e o clima não pode ser determinado por apenas uma temperatura.

"São as diferenças de temperaturas que impulsionam o processo e criam as tempestades, correntes marinhas, trovões, que são as que constituem o clima", afirma.

"Não faz nenhum sentido falar em uma temperatura global para a Terra", porque existem elementos em todo o planeta que, segundo o especialista, não podem simplesmente ser somados e divididos. Segundo os cientistas, existem duas formas de calcular as médias, a aritmética e a geométrica. Ambos dão resultados diferentes e ambos estão corretos.

É necessário um motivo forte para escolher um em demérito do outro e, "por isso, as previsões sobre desastre podem ser uma conseqüência do método usado", acrescentam Andresen e seus colegas. Para eles, são necessários argumentos físicos para decidir pelo uso de um método de análise do estado da Terra, e "não a tradição".

Carl Sagan é fonte de inspiração para cientistas e ufólogos até hoje

Equipe UFOs
Renato
A. Azevedo é engenheiro e escritor, co-editor do site Aumanack [www.aumanack.com], colunista da revista Scifi News [www.scifinews.com.br] e consultor da Revista UFO. Leia abaixo seu texto.

“O cosmos é tudo o que existe, que existiu ou que existirá. Nossas contemplações mais despretensiosas dele nos induzem a um calafrio na espinha, uma perda de voz e sensação de vazio, como em uma memória distante de uma queda a grande altura. Sentimos que estamos próximos do maior dos mistérios”.


Com essas palavras, quase poéticas, se inicia uma das mais importantes obras daquele que é conhecido como o maior divulgador científico de todos os tempos, Carl Sagan.
Ele é freqüentemente lembrado como cético e, infelizmente, sempre mencionado nos meios ufológicos como um “chato” empedernido e sem imaginação, desses que não acreditam em nada e arrumam qualquer argumento, mesmo que absurdo, para desqualificar o que chamam de pseudociências – entre as quais incluem a Ufologia.


Mas é completamente errado pensar assim. É muito preocupante que membros da Comunidade Ufológica Brasileira, além de destratarem o nome e a obra de Sagan, ainda critiquem seu “excessivo cientificismo” quanto ao Fenômeno UFO.
É lamentável que essas pessoas – muitas das quais poderiam ser chamadas de “excessivamente crentes” – não conheçam mais a fundo a obra de Sagan e cometam a injustiça de colocá-lo na mesma categoria de outros indivíduos desqualificados, críticos contumazes da Ufologia.

Sagan, sem dúvida, acreditava na existência de vida extraterrestre. No próprio capítulo inicial de sua premiada série Cosmos [1980], mostrou que existem centenas de bilhões de galáxias, cada uma contendo em média centenas de bilhões de estrelas.

Já na época em que a série para TV e o livro homônimo eram produzidos, no final dos anos 1970, o autor defendia que deveriam existir, talvez, tantos planetas quanto estrelas nas galáxias.



Afirmando que na parte do universo que conhecemos deve existir dez bilhões de trilhões de planetas, Sagan defendia a existência de vida extraterrestre claramente. “Face a esses números esmagadores, qual a probabilidade de que uma única estrela comum, o Sol, seja acompanhada por um planeta habitado?

Por que seríamos nós, aconchegados em alguma esquina perdida do cosmos, tão afortunados? Para mim, parece bem mais provável que o universo esteja repleto de vida”.
Quantos foram os astrônomos, nos últimos anos, mesmo face a tantas descobertas extraordinárias na área de planetas extrassolares e organismos extremófilos [Capazes de viver em circunstâncias onde antes não se acreditava possível], a fazer afirmações como esta? Assim foi Sagan, quase sempre “profetizando” fatos que depois seriam constatados.


Com a descoberta de mais de 200 planetas existentes fora do Sistema Solar e de várias espécies de organismos vivendo na Terra em condições há alguns anos consideradas impossíveis – até o momento em que este artigo está sendo elaborado –, a maioria dos cientistas atuais já aceita tranqüilamente a existência de vida extraterrestre e o fato de que, em nosso sistema, o planeta Marte e os satélites Europa e Titã, respectivamente de Júpiter e Saturno, são fortes candidatos a hospedá-la.


Aliás, Sagan foi um dos primeiros astrônomos a apontar que poderia haver oceanos nestas luas. Hoje, muitos cientistas falam abertamente da possibilidade de vida extraterrestre em planetas e satélites de outros sistemas estelares, e até exoplanetas gigantes já foram descobertos dentro do que chamam de “zona habitável” do espaço, mas Sagan foi o precursor disso.
Se tais planetas possuírem corpos ao redor, é altamente provável que tenham condições para abrigar água líquida, e portanto, serem berços de vida.

Leia a matéria na íntegra adquirindo a Revista UFO 130.
fonte:
http://www.ufo.com.br/index.php?arquivo=notComp.php&id=2672