sábado, 7 de abril de 2007

O Céu Austral na Primavera


Por: Ulisses Capozzoli


Se existe uma constelação identificada com a primavera é o Pegasus, ou Cavalo Alado. Este é um asterismo relativamente fácil de se reconhecer pelo quadrado formado por quatro estrelas muito brilhantes: Markab (Alfa), Sheat (Beta), Algenib (Gama) e Alpheratz (Delta), nos limites com a constelação de Andrômeda.


Pegasus, o Cavalo Alado, está longe da mancha esbranquiçada formada pela Via Láctea (ou Caminho de Santiago) e por isso suas estrelas aparecem com destaque contra o fundo escuro do céu.

Outras constelações do céu da primavera são Capricórnio, Aquário e Peixes. Em Capricórnio, constelação associada ao maior recuo aparente do Sol em direção ao Sul (devido à inclinação do eixo da Terra) no Solstício do inverno, a estrela principal é Deneb Algiedi, uma das mais brilhantes do céu. Sua luminosidade é 10 mil vezes superior à do Sol e seu significa "a cauda da galinha", nome com que os árabes se referiam à constelação do Cisne.


As estrelas mais brilhantes de Aquário são Sad al Melik (Alfa de Aquário, 10 mil vezes mais luminosa que o Sol) e Sad al Sud ("estrela de bons augúrios", em árabe, por indicar o fim do inverno) também uma supergigante.


Em Peixes, ao lado de Aquário e situado quase inteiramente no hemisfério celeste norte, a estrela mais brilhante é Fomalhaut ou Al Rischa ("a boca do peixe"). As estrelas que formam essa constelação são de brilho bastante esmaecido.

Galileu mais uma vez.

Entre as formações que atraem a atenção no céu noturno ainda se destacam outras três. A primeira é formada por pontos luminosos difusos. São os aglomerados estelares. Um deles o aglomerado 47 Tucano, na constelação que tem esse nome, e visível mesmo com pequenos telescópios.


A constelação austral do Tucano, nas proximidades do Cruzeiro do Sul, também abriga boa parte da Pequena Nuvem de Magalhães que, com a Grande Nuvem de Magalhães, são duas galáxias satélites da Via Láctea.


Finalmente, a mancha leitosa que percorre o céu e é conhecida popularmente por Via Láctea ou Caminho de Santiago. Trata-se do bojo da Galáxia visto de um de seus braços, onde está localizado o Sistema Solar (a 30 mil anos-luz do núcleo).


Nossa galáxia, que também é chamada Via Láctea, assemelha-se a um polvo luminoso, com os tentáculos ligeiramente retorcidos pelo movimento de rotação que consome 230 milhões de anos para uma volta completa.

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