quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

A Hora do Encontro

Um Universo cheio de extraterrestres

Todos os cientistas concordam que estimar a quantidade de civilizações existentes no Universo não é brincadeira. Os mais otimistas, como os astrônomos do Seti, acreditam que pode haver até quarenta espécies desenvolvidas apenas na nossa Galáxia, a Via Láctea.

É um cálculo ponderado se pensarmos que existem mais de 100 bilhões de estrelas na Via Láctea, e ela é somente uma entre as 100 bilhões de galáxias que giram pelo espaço. Ou seja, deve haver 10.000 quintilhões de astros. Sobre uma estimativa assim, não há como ter certeza.

Mas não devemos ser os únicos seres vivos dessa multidão de mundos.

É assim que o problema é visto pela astrônoma americana Jill Tarter, diretora do mais importante projeto do Seti, chamado Fênix.

“A única maneira de saber se existem ou não é procurar por eles", disse ela à SUPER. Lúcida e serena, ela argumenta que deve demorar até serem captados indícios certos de uma mensagem alienígena.

Apesar disso, afirma ter esperança de que isso vai acontecer nos próximos 100 anos. "Sim, achar um ET inteligente é uma possibilidade concreta", confirma a pesquisadora.

O mesmo pensa o biólogo Christian de Duve, Prêmio Nobel de Medicina em 1974. "É possível que esse encontro se dê no século que vem", afirmou à SUPER. Para ele, a existência de ETs é quase obrigatória no Cosmo.

"Acredito que, onde houver as condições adequadas para o surgimento de seres vivos, eles irão aparecer, de um jeito ou de outro”.

Essas condições são, basicamente, água em forma líquida e calor, como a Terra tinha ao se formar há 4,5 bilhões de anos. O entusiasmo de Duve deve-se ao fato de que esses ingredientes são muito abundantes no Universo.

Trata-se de um dado novo, que está alterando a visão da ciência de maneira radical, de acordo com o americano Alan Dressler.

"Há menos de duas décadas, acreditava-se que pouquíssimos lugares do Cosmo seriam convenientes ao desenvolvimento de organismos”.Vários achados recentes contribuíram para mudar essa avaliação.

Um dos mais convincentes é o de que pode existir um vasto oceano em Europa, uma das luas que circulam Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar. Embora tenha o tamanho da Lua, Europa pode conter mais água do que todos os oceanos da Terra somados.

A surpresa fica por conta de que Júpiter e seu satélite estão incrivelmente longe do Sol, a mais de 1 bilhão de quilômetros. Assim, não deveriam ter calor suficiente para manter a água em estado líquido. De fato, o planetão é mesmo gelado.

Mas, como é muito grande, ele aperta Europa com uma imensa força gravitacional. O resultado é que as rochas subterrâneas do satélite se esfregam umas nas outras, gerando atrito e calor suficiente para manter as moléculas de H2O em forma fluida.

A conclusão é simples: se até essa lua distante apresenta boas condições para o desenvolvimento de criaturas, então elas não devem ser tão raras no Cosmo, dentro ou fora do Sistema Solar.

Ainda mais que dentro da família do Sol há outros quatro mundos que também podem ter água e calor. Três deles são luas de planetas gigantes, como Europa. Titã gira em torno de Saturno, Io à volta de Júpiter e Tritão de Netuno (veja as fotos abaixo).

O quarto mundo é Marte, que Dressler considera o mais promissor de todos. "Há grandes chances de o primeiro micróbio fora da Terra ser encontrado no subsolo marciano. Isso pode acontecer dentro de apenas vinte anos", diz ele.

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