terça-feira, 13 de março de 2007

A "Transfiguração

Mas prossigamos com o texto evangélico:

"E estando ele orando, transfigurou-se a aparência do seu rosto, e seus vestidos eram de urna brancura fulguran­te...”.

Mateus, por seu turno, acrescenta um dado mais a esta "mudança": “... seu rosto ficou brilhante como o sol e seus vesti­dos se tornaram brancos corno a luz."

E o "repórter" Marcos dá uma volta completa e faz o seguinte comentário: “... e seus vestidos se tornaram resplandecentes, mui­to brancos, tanto que nenhum lavadeiro na terra os poderia branquear.”

Os três evangelistas utilizam palavras muito similares: "brancura fulgurante", "brancos como a luz", "resplan­decentes"...Mas o que significa "fulgurante"?

Segundo a Real Academia da Língua, fulgurar é "brilhar ou emitir raios de luz”. Quanto à "resplandecer", o sentido vem a ser muito parecido: "emitir luz ou brilhar muito uma coisa".

Está claro, portanto, que as três testemunhas – Pedro, João e Tiago – viram como as vestimentas de seu mes­tre brilhavam ou emitiam luz, tal qual o rosto.

E embora eu reconheça que Jesus, como Filho de Deus, pudesse ter o poder de fazer sair luz de todo o seu corpo, como se fosse urna lâmpada viva, por outro lado não vejo sentido prático nesta "transformação".

Seu corpo não experimentou a grande "mudança" – ­o "corpo glorioso" – até a Ressurreição. Por que então variar essa natureza humana no alto de um monte? Eu pe­lo menos, não acho isso muito lógico...

Para mim, outra explicação se encaixa melhor. Como os investigadores de OVNIs têm comprovado, há inúme­ros casos – tanto de dia quanto de noite – em que estas naves emitem uma formidável luminosidade.

Se Jesus e os discípulos subiram ao monte e tiveram este "contato" quando ainda era dia – circunstância mais do que lógica e que os próprios evangelistas descobrem quase sem querer ao falar da "sombra" que fazia a "nuvem" – ­é justo pensar que a fortíssima radiação luminosa da nave na qual se haviam deslocado os dois "homens" do relato, pode ter sido a causa direta daquele resplendor ou brilho nos vestidos de Jesus.

Se o "contato" tivesse ocorrido à noite ou ao entarde­cer, com mais razão ainda. E falo de "nave" porque, tal como ocorre em muitas outras passagens dos Evangelhos, esta aparece onde quiser, em forma de "estrela", "glória", "nuvem" ou "lumino­sidade".

Era, em definitivo, a única forma daquelas pessoas de dois mil anos atrás descreverem o que podiam assimilar e que, repito, associavam de imediato com o "sagrado", "des­conhecido" ou "sobrenatural".

Os dois "homens" da "transfiguração" – cujas ves­timentas brilhavam também como as de Jesus – deviam ter chegado de alguma forma até o alto daquela montanha. E o fato de os evangelistas não citarem, desde o início do relato, a aproximação ou a presença da nave, não significa que não estivessem ali mesmo ou nas proximidades.

Pouco depois, inclusive, os evangelistas se referem a uma estranha "nuvem" que "os cobriu com sua sombra".

Se a nave se encontrava sobre as cabeças das testemu­nhas, pairava em silêncio, como é habitual nestes objetos, e, além disso, tinham um formato lenticular ou fusiforme – ­como é típico também nos casos de OVNIs – os pescado­res só podiam identificar aquela "coisa" como uma nuvem...

Como podiam imaginar que uns seres – infinitamen­te mais evoluídos que eles – tivessem conseguido dominar a força da gravidade, construir máquinas de ligas metálicas insuspeitadas e manipular a seu capricho muitas das for­ças da natureza, que para eles, e ainda para nós, são incontroláveis?

Há mais, porém. São Lucas assegura que os discípu­los "entraram na nuvem" e que isto os encheu de temor. E Mateus aborda outro detalhe curioso, em torno des­ta "nuvem". E diz: "... uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra".

Aqui há "pontos" que não se encaixam com o que entendemos por nuvens.Uma nuvem luminosa? Nenhuma formação de nuvens – pelo que sabemos – tem a faculdade de emitir luz.

Quando muito, podem ficar brevemente iluminadas em seu interior caso se vejam cru­zadas ou afetadas pelo resplendor de alguma faísca elétri­ca. Mas este fenômeno tem duração muito curta.

Nem tampouco é a primeira vez que uma "nuvem" com estas características – brilhante ou luminosa "como uma brasa viva" – acompanha o povo de Israel. Recordo, por exemplo, os casos da travessia do mar Vermelho ou da "nuvem" que permanecia quase que permanentemente sobre a Tenda da Reunião, em pleno deserto...

Mas não nos desviemos do tema. Há que supor que, tratando-se de homens que tinham vivido e trabalhado às margens do mar da Galiléia – Pe­dro era um consumado pescador – estavam acostumados a distinguir todo tipo de nuvens, ventos, tormentas e ou­tros fenômenos atmosféricos.

E se isto era assim, por que "sentiram temor" – como diz o Evangelho, ante a aproximidade daquela nuvem? Ou não era uma nuvem?

Se aquilo que os "cobriu com sua sombra" tivesse sido pura e simplesmente névoa – fenômeno, por outro lado, mais do que raro nas ressequidas terras da Palestina – os três apóstolos tampouco teriam se alterado.

Além disso, para "cobri-los" com sua sombra, aquela nuvem teria que oferecer mais do que uma forte oposição à passagem dos raios solares. Para culminar, concordam os evangelistas, "daquela nuvem saiu uma voz...."

É possível, inclusive, que os discípulos tivessem visto realmente uma nuvem. Mas uma nuvem que encerrava luz em seu interior, que se comportava "inteligentemente" e que deveria situar-se a pouquíssima altura acima de suas cabeças.

continua...

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