terça-feira, 13 de março de 2007

A "Transfiguração"

São Lucas diz em seu Evangelho:

"Sucedeu que, oito dias depois destas palavras (o evangelista se refere à próxima vinda do Reino), tomou (Jesus) consigo a Pedro, a João e a Tiago, e subiu ao monte a orar. E, estando ele orando, transfigurou-se a aparência de seu rosto, e seus vestidos eram de uma brancura fulgurante, e eis que falavam com eles dois varões, que eram Moisés e Elias; os quais apareciam com glória, e falavam de sua par­tida, que havia de cumprir-se em Jerusalém.

Pedro e seus companheiros estavam carregados de sono; e quando des­pertaram viram sua glória e dos varões que estavam com ele. E sucedeu que, quando se separaram dele, disse Pedro a Jesus: ‘Mestre, é bom estarmos aqui. E façamos três ten­das, uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias’.

Pe­dro não sabia o que dizia. E, dizendo isto, veio uma nuvem que os cobriu com sua sombra; e, entrando eles na nuvem, se encheram de temor. E veio da nuvem uma voz que dizia: 'Este é meu amado Filho; escutai-o'. E tendo soado aquela voz, Jesus se viu só. Eles se calaram, e por aqueles dias não disseram a ninguém nada do que tinham visto".

De acordo com o relato evangélico, por aqueles dias Jesus devia estar nas imediações do mar da Galiléia, talvez em Betsaida ou na região de Magadan. Partindo dessa área até as montanhas de Hermon, ao norte, ou às suas verten­tes, podia-se chegar em questão de horas ou, no máximo, em uma ou duas jornadas.

Para mim, a decisão do Nazareno de afastar-se dos núcleos de povoamento e "subir uma montanha alta" – como diz São Marcos nesta mesma passagem da Transfiguração – tinha toda uma clara finalidade.

Ele "sabia" que ia haver um "contato" com parte de sua "equipe" – Santo Deus, como limitam as palavras! – e o lógico era que o "encontro" se desenrolasse num lugar adequa­do, longe de olhares curiosos, de povoados ou aglomera­ções humanas.

Afastados, enfim, de certas pessoas que não tinham condições de entender e que, na melhor das hipóteses, seriam tomadas de pânico ou confusão.

E que melhor cenário para um "contato de terceiro grau" do que o cume de um monte?! Nós que temos acorrido dezenas de vezes ao que se de­nomina "avistamento de OVNIs ou de naves, previa cita" entendemos muito bem, essa vontade de querer distância da cidade, essa busca de solidão...

Jesus podia ter esperado a noite cair e ter este "con­tato" em qualquer paragem do mar da Galiléia, onde an­dava pregando naqueles dias. Mas não foi assim. Con­vocou seus três mais destacados discípulos e subiu uma montanha.

Talvez a forte luminosidade destas naves – quase sem­pre especialmente aumentada na escuridão das noites – ti­vesse alarmado e despertado as numerosas aldeias que se alinham em torno do lago. Para que correr riscos, desnecessários?

E de forma mental ou por algum procedimento que não podemos saber agora Jesus soube da necessidade dessa "en­trevista" com seus "anjos" ou "astronautas"... Nem eu tampouco acredito na gratuidade ou casuali­dade na hora de celebrar esses "encontros". Precisava ter um sentido, uma justificativa importante que tornava de todo necessário o contato físico...

continua...

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