sábado, 28 de abril de 2007

"O Uyrangê Hollanda era um homem determinado e obstinado em descobrir a origem do fenômeno que se abatia sobre o litoral do Pará ”. ( Daniel Rebisso Giese).

Ufo — Em algum momento houve a participação ou instruções do comando da Aeronáutica, em Brasília, para que a situação fosse averiguada?
Hollanda — Na época, eu não participava das discussões. Era apenas um capitão e recebia ordens somente. Eu não fiz parte desse trâmite e não sei como as decisões foram tomadas ao certo. Mas, pelo pouco que sei, a decisão foi do comando do COMAR. Se houve envolvimento de Brasília, não tomei conhecimento…

Ufo — Como é que o senhor estruturou a Operação Prato? Quantas divisões, pessoas ou missões teriam que ser empreendidas? Enfim, como o senhor organizou todas as tarefas?
Hollanda — Bem, nós éramos uma equipe, e eu era o chefe dela. Tínhamos cinco agentes, todos sargentos, que trabalhavam na segunda seção do COMAR. Além disso, tínhamos informantes aos montes, gente nos locais de aparição das luzes, em campo, que nos ajudava. Às vezes eu dividia a equipe em duas ou três posições de observação diferentes na mata. Claro que ficávamos constantemente em contato uns com os outros, através de rádio.

Ufo — Qual era o objetivo imediato da Operação Prato? Observar discos voadores, fotografá-los e contatá-los?
Hollanda — Olha, eu queria mesmo é tirar a prova dessa coisa toda. Queria botar isso às claras. Porque todo mundo falava nas luzes e objetos e até os apelidavam com nomes populares, tais como chupa-chupa. E a FAB precisava saber o que estava realmente acontecendo, já que isso se dava no espaço aéreo brasileiro. Era nossa a responsabilidade de averiguar. Mas, no início da Operação Prato, eu queria mesmo era uma confirmação do que estava acontecendo.

Ufo — O que motivou a população local a chamar as luzes de chupa-chupa?
Hollanda — Havia uma série de relatos de pessoas que tinham sido atingidas por um raio de luz. Todas julgavam que o efeito sugava-lhes o sangue. E realmente! Verificamos alguns casos e descobrimos que várias delas, principalmente mulheres, tinham estranhas marcas em seus seios esquerdos, como se fossem dois furos de agulha em torno de uma mancha marrom. Parecia queimadura de iodo. Então as pessoas tinham o sangue sugado, em pequena quantidade, por aquelas luzes. Por isso passaram a apelidá-los de chupa-chupa ou apenas chupa. Era sempre a mesma coisa: uma luz vinha do nada e seguia alguém, geralmente uma mulher, que era atingida no seio esquerdo. Às vezes eram homens que ficavam com marcas nos braços e nas pernas. Na verdade, a cada dez casos, eram mais ou menos oito mulheres e dois homens.

Continua

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