terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Einstein e Buda

Entrevista do Dr. Fritjof Capra, físico, aJocelyn Ryder-Smith da BBC de Londres

Os físicos que trabalham com as partículas subatômicas e os místicos orientais não têm, aparentemente, nada em comum. De fato, os físicos interessam-se no estudo e na avaliação precisa do mundo material, enquanto os místicos se esforçam por compreender o mundo interior do espírito e tratam de penetrar, assim, na realidade.

Não obstante, o Dr. Fritjof Capra, que dá conferências e dirige, no campo da física, investigações sobre as partículas na Universidade da Califórnia, tem descoberto importantes paralelos entre estas duas visões do mundo. O seu livro “O Tao da Física”, expõe seu ponto de vista sobre este aspecto.

Assim, sem querer diminuir as diferenças que existem entre a física e o misticismo, considera que as investigações nestes dois campos tendem a uma melhor compreensão do mundo, e que os resultados que daí derivam são fundamentais aos mesmos. Certamente o Dr. Capra não é o primeiro cientista a pôr em evidência este tipo de paralelo.

Ele o explica em entrevista a Jocelym Ryder-Smith, durante o Programa “Einstein e Buda”, na BBC de Londres. Dr. Fritjof Capra – Na realidade, cito, no começo do meu livro “O Tao da Física”, três físicos: Werner Heisenberg, Robert Oppenheimer e Niels Bohr. Estes três cientistas, que estão entre os mais eminentes de nossa época, destacam as surpreendentes similitudes que existem entre os conceitos da física moderna e os da filosofia oriental.

Jocelyn Ryder-Smith Evidentemente, estes conceitos vieram completar as visões do mundo dos físicos e dos místicos orientais. Para você, Dr. Capra, a idéia de que temos, cada um de nós, um ponto de vista sobre o mundo, é essencial, pois você considera que o que parece real e importante para cada indivíduo, dá forma a toda sua vida.

Entretanto, todos percebemos com a ajuda de nossos cinco sentidos: vemos, tocamos, gostamos, escutamos e olhamos as mesmas coisas. Podem realmente existir pontos de vista diferentes sobre o que nos comunicam os nossos sentidos? Temos verdadeiramente, em nossa civilização ocidental, um enfoque diferente?

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