sábado, 28 de fevereiro de 2009

Dr. Luciano Stancka: a psiquiatria na Ufologia -III

Procedimentos com muita responsabilidade e cuidados

UFO — Como funciona o procedimento médico em casos em que há suspeita de abdução por extraterrestres?
Stancka —
Assemelha-se ao procedimento médico clássico de abordagem de um paciente psiquiátrico. Primeiro se faz uma anamnese no paciente, que é o interrogatório clínico que visa coletar todos os dados relevantes sobre a atual situação e deve conter diversos itens essenciais.

Todos os dados pessoais e antecedentes do indivíduo devem ser anotados. A anamnese também busca saber se a pessoa tem algum histórico de doenças anteriores, se já fez alguma cirurgia, se já teve algum episódio convulsivo, fez transfusão de sangue, tem algum tipo de alergia etc.


UFO — Quer dizer que o tratamento de um possível abduzido é basicamente idêntico ao que se aplica a um paciente que chega ao seu consultório com histórico de distúrbio psiquiátrico?
Stancka — Praticamente sim. Porque se trata de um ser humano necessitando de auxílio e a conduta médica é padrão. Inclusive, registramos muito mais dados sobre o paciente, como seus antecedentes familiares, por exemplo. Se ele tem algum membro diabético ou hipertenso na família, se seus filhos são saudáveis, coisas assim. Tudo ajuda a determinar um quadro clínico. Precisamos saber o máximo sobre a pessoa, desde as questões mais simples até as mais complexas.

UFO — E qual é o passo seguinte, então?
Stancka — É o interrogatório psíquico. Nessa fase da anamnese observamos a aparência geral do paciente, seu modo de andar, postura, fala, vestimenta, expressão facial, idade aparente, atividade motora e sua atitude em relação ao examinador, que anota suas impressões. Também se avalia o estado de afeto ou humor do paciente, sua expressão geral, tendências e pensamento. É importante saber se o paciente tem algum tipo de bloqueio ou preocupações incomuns, se demonstra ter idéias delirantes ou crenças fixas, ou ainda se sente controlado por forças estranhas. Fazemos isso em pacientes comuns e pacientes “ufológicos”.


UFO — Algum sintoma em especial pode chamar a atenção do médico?
Stancka — Tudo tem que ser levado em consideração e examinado. O que pode parecer um sintoma para um paciente, pode não ser para outro. Igualmente, coisas comuns a muitas pessoas têm interpretações diferentes de indivíduo para indivíduo. Por exemplo, se têm medo do escuro e dorme de luz acesa, se tem sonhos freqüentes e repetitivos, se acordam subitamente à noite com pesadelos e se esses fatos, quando se dão, ocasionam reações físicas, tais como fome, diarréia, marcas no corpo, hemorragias etc.

UFO — Você já tratou vários casos de pessoas que adquiriram algum tipo de trauma decorrente de encontros com alienígenas. Você vê risco nestas experiências?
Stancka — É importante salientar que já tratei de vários casos de pessoas que alegaram ter tido encontros com aliens, que, na maioria das vezes, tinham seqüelas que perduraram por meses ou até anos, como medo, sonhos, perturbações no pensamento, insônia, perda do apetite, diarréia e emagrecimento. Na maioria desses episódios é necessária a prescrição de medicamentos, como ansiolíticos e antidepressivos, a fim de a pessoa voltar a suas atividades normais.

UFO — Há diferenças entre os abduzidos clássicos daqueles indivíduos que julgam estar em contato permanente com ETs?
Stancka— Na grande maioria dos casos, sim. Esses supostos contatados se sentem “escolhidos” pelos seres extraterrestres e não apresentam os sintomas físicos descritos. Mas demonstram uma grande insistência em impor suas convicções aos outros. Alguns chegam a abandonar suas antigas religiões e passam a ser pregadores de uma nova era. O risco é de que essas pessoas não consigam se adaptar a sua nova forma de vida, alienando-se.

Daí perdem seus amigos, empregos e até mesmo a família por causa dessas novas convicções. Pesquisei um caso assim, de um guarda noturno de Rondonópolis (MT) que, após ver uma luz muito forte, passou a se sentir conhecedor de grandes segredos e a acreditar ter poderes que ninguém mais tinha. Só que esses poderes, na prática, não existiam e os tais conhecimentos nada diziam. Essa experiência o fez batizar seu filho de Ovenis Homis Terraquius.


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