quarta-feira, 2 de maio de 2007

Grupo acha planeta extra - solar habitável.


Outra Terra a 20,4 anos - luz de distância
Caça aos dados

O estudo dos planetas fora do Sistema Solar -- já são mais de 200 os conhecidos hoje -- ainda é uma tarefa delicadíssima. Como eles estão muito distantes, é impossível, com as técnicas atuais, visualizar o planeta -- o brilho da estrela-mãe o acaba ofuscando. A estratégia mais comum para detectá-los é observar a estrela ao longo do tempo, tentando detectar, em sua luz, sinais de movimento.

A idéia é que, enquanto os planetas giram em torno da estrela, eles a atraem para um lado e para o outro, produzindo um bamboleio estelar. A detecção desse bamboleio permite deduzir que planetas seriam necessários para produzi-lo. Foi essa a técnica usada por Mayor e seus colegas para detectar o primo mais próximo da Terra até hoje.
O problema é que os dados, obtidos com um telescópio do ESO (Observatório Europeu do Sul) no Chile, não dizem tudo que há para saber sobre esse astro. Por exemplo, é possível estabelecer a massa, mas o diâmetro (grosso modo, a "largura") do planeta ainda depende do chutômetro. Os cientistas estimam que o astro recém-descoberto tenha cerca de uma vez e meia o diâmetro terrestre (o que daria pouco menos de 20 mil quilômetros).

Dúvidas cruéis

Tudo mais sobre esse planeta permanece em aberto. O que inclui, naturalmente, as características mais essenciais sobre esse mundo. "Nós acreditamos que ele seja um planeta rochoso, parecido com a Terra, com alguns oceanos", disse ao G1, por telefone, Mayor. "Entretanto, alguns modelos sugerem que ele pode ser o que se chama de 'planeta-oceano', com muito mais água do que a Terra".

No Sistema Solar, não existe nenhum exemplo de planeta-oceano. "Mas os modelos teóricos mostram que ele poderia existir em outros lugares", explica Mayor. O segredo para isso era que o planeta se formasse mais distante da estrela, onde há mais gelo, e depois migrasse para o interior do sistema. Uma bela porção da massa total criaria um oceano global, com muitos quilômetros de profundidade.
Com base nas informações disponíveis, é impossível dizer se o astro recém-descoberto é mais parecido com a Terra ou com um planeta-oceano, mas o fato é que, em ambos os casos, a presença de água líquida estaria garantida. Para a maioria dos cientistas, essa é a pré-condição básica para a evolução da vida.

Continua

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