sábado, 26 de maio de 2007

Mistérios Amazônicos

Tigela decorada Marajoara

Mistérios ilhados - É estranho que a Ilha de Marajó, onde esta raça se desenvolveu, não possui quase nenhum relevo e está a cerca de apenas 100m acima do nível do mar. Porém, foi neste território que foram encontrados restos deste povo antigo, que pela variedade e sofisticação de seu método de vida, ofereceram aos pesquisadores elementos para os classificarem em um nível bem elevado junto às culturas mais antigas, especialmente entre as pré-colombianas da América Central e Andina.

Suas aldeias eram construídas sobre aterros que chegavam a ter de 3 a 12m de altura e cerca de 250m de comprimento por 30m de largura que, eles elevavam para se protegerem das cheias, comuns na Ilha de Marajó. Os primeiros arqueólogos que exploraram esta região foram Carl Friederick Phillip von Martius, em 1867, Ferreira Pena, em 1870, W. S. Barnard, em 1870 e Orville A. Derby, em 1876.

Antes da cultura marajoara que surgiu de maneira súbita, foram detectados pelos pesquisados, outras culturas inferiores, mas que jamais poderiam se comparar com sua forma de vida e arte, que vem até hoje admirando o mundo inteiro. Isto pode ser observado na sua tradicional arte cerâmica: na decoração de seus objetos de uso, na uniformidade de suas formas e tamanhos, e habilidade na execução de suas incisões e excisões, produzindo um conjunto harmonioso e simbólico, além de belo.

Porém, somente em 1871 é que começou a ser mostrada para o mundo a cultura desse povo antigo, quando o pesquisador norte-americano Charles Frederick Hartt, em contato com o brasileiro Domingos Soares Ferreira Penna, tomou conhecimento de algumas peças de sua rica arte em cerâmica. Hartt publicou um artigo sobre esta cultura nos EUA e este fato, desencadeou uma verdadeira corrida àquela região do Brasil, passando a ser brutalmente saqueada em centenas de peças de arte, por leigos, aventureiros, comerciantes e pesquisadores de várias partes do mundo.


Consta que, ao ser notificado desses acontecimentos o então imperador brasileiro D. Pedro II determinou a interdição da Ilha de Marajó aos estrangeiros e que toda pesquisa só poderia ser feita com autorização do governo do Império do Brasil. Tal atitude, se não resolveu definitivamente os problemas dos saques, pelo menos reduziu-os bastante.


Em 1957 os arqueólogos Cliford D. Evans e Betty J. Meggers, estudando a cultura de Marajó, estimaram a duração de sua fase completa entre os anos de 1350 e 1450 d.C. Entretanto, pesquisas realizadas na Amazônia posteriormente têm revelado que aquela região já teria sido habitada por povos muito antigos e alguns deles bem mais avançados do que os indígenas que aqui foram encontrados quando da descoberta do Brasil.

Estudando a seqüência arqueológica dos povos de Marajó iremos encontrar uma série de culturas independentes, sem relação umas com as outras, que da mesma forma que apareciam, também desapareciam, deixando apenas como vestígios de sua presença, restos artísticos em cerâmica. Os arqueólogos acreditam que esta cultura tenha vindo de outra região e se instalado na Ilha de Marajó com seu povo numeroso, para em seguida desenvolverem-se espetacularmente, tanto em relação ao aumento populacional, quanto no aspecto social e artístico.

Por isto, estes insistem na tentativa de encontrar maiores traços dessa notável cultura, apesar da escassez de elementos que possam dar suporte às suas conclusões e elucidação de sua vasta simbologia. Sabemos que é preciso ter paciência diante desta perspectiva de assustadora complexidade para compreender o por quê de seu desaparecimento.

Porém, não devemos inibir idéias sob uma outra ótica a respeito deste insólito acontecimento amazônico, que poderiam contemplar, até mesmo, possibilidades não muito bem aceitas pelo academismo oficial. Muitas coisas acontecem e aconteceram debaixo do sol, sem que as possamos explicar pelos métodos exclusivos da razão. Neste caso, ousaríamos emitir a idéia de que possuiriam um conhecimento muito antigo, anterior ao tempo dos descobridores e que os levaram consigo, onde quer que tenham ido.

Continua


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