sábado, 26 de maio de 2007

Mistérios Amazônicos

A ARTE MARAJOARA
Vaso em formato cilíndrico, pintado em vermelho e trabalhado pelo método de excisão da cultura Marajoara.

Simbologia e arte nas culturas Marajoara e Tapajônica

Apesar de ter havido quase que um saque arqueológico na Amazônia, esta continua sendo uma região onde muitos mistérios ainda persistem resistindo ao tempo. A rica arte ceramista dos povos desaparecidos da ilha de Marajó e de Santarém, próximo à foz do rio tapajós é testemunho vivo de que algo de muito importante aconteceu naquele estranho mundo selvático, que não foi ainda totalmente compreendido pelos pesquisadores.

Por J. A. FONSECA
De Barra do Garças /MT
Para Via Fanzine

Arte e bom-gosto - As mais esplêndidas cerâmicas Marajoaras que sobreviveram ao inexorável passar do tempo e à corrida especulativa de mercadores da arqueologia não se encontram sob a guarda de organismos culturais no Brasil, mas, estranhamente, em museus europeus e norte-americanos. As peças remanescentes desta arte excepcional foram encontradas mais recentemente e catalogadas pelo pesquisador suíço Emílio Goeldi, a serviço do governo brasileiro. Estão depositadas no museu arqueológico de Belém, que recebeu o nome deste notável pesquisador.

Se observarmos com cuidado a rica cerâmica Marajoara, suspeitaremos que ela tenta registrar vários arquétipos de formas originais, muito antigas, que se perderam no decorrer do tempo, podendo estar relacionadas não somente a cultos destes povos, mas também a uma linguagem desconhecida usada por seus ancestrais. É notório, como podemos ver nas ilustrações, que esses povos detiveram um grande conhecimento que foi, no decorrer do tempo, misteriosa e gradativamente, sendo diluído nas brumas do esquecimento pelos seus próprios descendentes.

Suspeita-se que até mesmo a rica mitologia dos indígenas norte-americanos tenha exercido influências na cultura desses povos e na vasta simbologia e arte aprimorada em cerâmica que deixaram para trás antes de desaparecerem. A aplicação de cores, inclusive, é algo em destaque em sua cultura. Em geral estes se utilizavam das cores vermelha e preta para decorar suas variadas peças: a primeira delas retirada do urucum e a segunda, do genipapo ou do carvão vegetal, segundo os pesquisadores.

Através de datações pelo método C-14 os arqueólogos chegaram a propor que a cultura Marajoara teria surgido por volta do ano de 1.100 a.C. Estas conclusões foram emitidas pelo professor Mário F. Simões e sua equipe, pertencente ao Museu Emílio Goeldi de Belém, Pará.

Continua


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