quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Jung e a Pesquisa Psi

Partindo da discussão sobre o princípio de causalidade, Jung definiu que a sincronicidade consiste de eventos acausais, aparentemente sem conexão. Em seu livro Sincronicidade diz: "O princípio da causalidade nos afirma que a conexão entre causa e efeito é uma conexão necessária. O princípio da sincronicidade nos afirma que os termos de uma coincidência significativa são ligados pela simultaneidade e pelo significado".

Desta forma, a ênfase é dada ao estado psíquico da pessoa que experimenta o fenômeno. A coincidência não se dá apenas entre fatos objetivos, mas tem relação profunda com a afetividade (e portanto com a manifestação de um arquétipo, que é o que provoca o afeto). Aliás, para Jung, sem a presença do fator afetivo nada disso ocorre, o afeto é "uma das condições com base nas quais o fenômeno pode mas não deve acontecer".

Além de considerar os fenômenos psi mais comumente discutidos, Jung também ocupou-se com a união mente-corpo como o principal acontecimento sincronístico. E há ainda a questão da relatividade psíquica do tempo e do espaço em que a sincronicidade nos coloca. Jung remonta ao surgimento da noção de tempo, inexistente em alguns povos primitivos.

Trata-se de uma construção de nossa consciência – que podemos inclusive observar ao acompanhar o crescimento de uma
criança. Não vou me alongar nestas questões, embora sejam importantes, nosso tempo só permite este breve e enxuto resumo.

Termino com a definição do conceito. Os eventos sincronísticos são coincidências de um estado psíquico do observador com um acontecimento externo objetivo e são basicamente de três tipos:

• Simultâneo
• Mais ou menos simultâneo e fora do campo de percepção do sujeito,ou seja, espacialmente distante
• Distante no tempo, ou seja, acontecimentos futuros.

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