sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A diferença entre o que queremos ver e o que realmente vemos -II

Por isso, quase sempre, a grande dificuldade em se conseguir discernir algo em Ufologia está totalmente relacionada com a enorme dificuldade que nós temos em perceber (e viver) a nossa própria vida de maneira equilibrada e sensata. E assim poder separar com clareza na nossa mente o que estamos vivendo.

O cidadão moderno, escravo do consumismo e com os seus sentidos embotados pelo ruído das propagandas e pela ambição social e financeira, está constantemente fabricando novos desejos para tentar satisfazer a sua ânsia de “ser”, traduzida na conjugação do verbo ter.

Assim, por mais “espiritualizada” que seja uma pessoa, se ela está inserida na sociedade moderna, não tem jeito: necessariamente viverá este processo em maior ou menor grau. E a grande conseqüência deste desequilíbrio crônico para a Ufologia é que raramente somos bem sucedidos nestes dois pontos que são fundamentais para uma compreensão mais ampla do fenômeno:

1- O que cada um de nós entende como “mundo trivial” - e conseqüentemente o que entendemos aceitável e verossímil; 2- A capacidade de discernir entre o que a gente vê e o que se quer ver.

Tanto no aspecto físico – a pesquisa ufológica tradicional – quanto no aspecto espiritual – um tipo de pesquisa ufológica mais recente –, estes dois pontos demarcam a capacidade (ou não) que temos de fazer progressos na compreensão da fenomenologia.

E com muito mais intensidade ainda nesta última facção do estudo, aonde a projeção das nossas expectativas sobre uma realidade transcendente não encontra as limitações do mundo físico, e muda de forma livremente, colocando-nos, sem que sequer consigamos perceber, a serviço de forças, egrégoras, perniciosas ao crescimento harmônico do ser.

Portanto, uma primeira conseqüência deste pensamento que eu apresento seria o fato de que a Ufologia não começa no céu ou nas “histórias de ETs”, mas sim dentro de nós mesmos, na maneira como vemos o mundo e nos relacionamos com ele.

Fabricando ETs
Muitos detratores da Ufologia e céticos em geral acusam os ufólogos de “fabricarem ETs”, de verem discos voadores e extraterrestres aonde só existem manifestações físicas perfeitamente explicáveis. Já os ufólogos acusam os céticos de não “quererem” olhar as evidências, acusam-nos de serem incapazes de aceitar algo que esteja fora do sistema de crenças deles.

Muitas vezes, para um observador mais neutro, ambos os lados representam pontos extremos da discussão, e muitas vezes também (por mais paradoxal que possa parecer), ambos os lados estão certos ao mesmo tempo! Isto acontece porque estamos aplicando constantemente o item
1 (definição prévia do verossímil) e o item 2 (ver o que se quer ver) a tudo o que vivemos.

E esta tendência se torna ainda mais forte, inevitável mesmo, quando o componente emocional se mistura à afirmação apresentada. Aí chega-se ao momento em que não mais se está discutindo idéias ou evidências, mas somente tentando impor o desejo de cada um. Uma situação deveras comum em Ufologia. Então, como sair desta armadilha? Como superar estas nossas limitações e conseguir avançar na pesquisa ufológica?

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