sexta-feira, 27 de julho de 2007

O geólogo dos 32 cometas

Colisão dos fragmentos do cometa Shoemaker-Levy com Júpiter, em 1994 (visão artística)

O seu trabalho fez com que ele mesmo e outros cientistas se apercebessem da importância deste tipo de fenômenos na história geológica da Terra. E o registro de milhares de milhões de anos de bombardeamento cósmico estava bem evidente na superfície do satélite natural da Terra. Era preciso explorá-la – era preciso conhecer a geologia da Lua. Gene Shoemaker queria estar envolvido nessa tarefa, tão de perto quanto possível; queria ser o primeiro geólogo na Lua.

Mas o seu corpo não o permitiu: um problema médico afastou-o desse sonho que alimentava desde os 20 anos. Sem desanimar, veio a desempenhar um papel fundamental na aceitação pela NASA de objetivos científicos para as missões lunares (que ele próprio ajudou a definir), treinou os astronautas no campo e estudou as amostras lunares que eles trouxeram para a Terra, ajudou a fundar a secção de Astrogeologia do USGS (Serviços Geológicos americanos), envolveu-se a fundo em várias missões de exploração dos corpos do Sistema Solar, e dedicou-se ainda à busca telescópica dos asteróides e cometas que cruzam a órbita da Terra (o que o levou, em 1993, à co-descoberta do Shoemaker-Levy, cujos impactos em Júpiter teve ocasião de testemunhar, vendo assim amplamente confirmadas as suas idéias sobre a energia libertada em impactos deste gênero).

E nunca deixou de estudar as crateras na Terra, por todo o planeta. Acompanhado, como sempre, pela sua esposa e colaboradora, Carolyn. Era isso o que fazia na Austrália, no dia 18 de Julho de 1997

Continua

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