quinta-feira, 12 de julho de 2007

Corot inicia busca de planetas extra-solares

Em órbita polar, telescópio Corot perscrutará até 100 mil estrelas na busca de um mundo que, como a Terra, também possa abrigar a vida

Além das pesquisas relacionadas à astro-sismologia e à busca de exoplanetas, o Corot também selecionou projetos paralelos. No Inpe, em São José dos Campos, Walter González lidera um estudo das emissões de ondas de rádio por planetas, caso de Júpiter, em interação com partículas emitidas pelo Sol, o vento solar.

Os elétrons do vento solar atingem o campo magnético jupiteriano em cerca de dez dias e mergulham em espiral, emitindo ondas de rádio. Em exoplanetas, há possibilidades de recepções muito mais intensas, devido à maior proximidade desses corpos com suas estrelas-mães. “Nesta área ocorrem muitas surpresas. Às vezes temos boas teorias, mas as medições podem dar resultados diferentes”, diz Francisco Jablonsky, também envolvido com o projeto.

O grupo brasileiro deve utilizar o Corot para prever interações de ventos estelares e exoplanetas. As emissões identificadas, a partir das alterações ópticas nas estrelas, orientarão o direcionamento de radiotelescópios, na Índia, para investigar a interação com planetas já identificados. Os pesquisadores brasileiros trabalham em cooperação com equipes do Giant Meter Radio Telescope (GMRT), na Índia.

Eclipses estelares.
Adriana Silva, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, utiliza as imagens do telescópio para estudar manchas estelares, tirando partido da passagem de planetas à frente das estrelas. Outros grupos estão envolvidos com os eclipses estelares causados por sistemas planetários em formação, com estudos detalhados da rotação de estrelas parecidas com o Sol e sua pulsação, entre outros.

Pesquisas brasileiras na área de exobiologia também devem beneficiar-se das descobertas do Corot, embora não estejam ligadas diretamente ao programa. A partir da detecção de planetas semelhantes à Terra, os pesquisadores poderão identificar os que possuem atmosfera e estudar a composição em busca de traços de vida.

“O Corot fará a seleção de alvos para trabalhos futuros, com o auxílio de telescópios como o Keppler, Darwin e TPF, previstos para serem lançados a partir de 2008”, diz Carlos Alexandre Wuensche, pesquisador da área de astrofísica do Inpe. O Brasil tem cinco pesquisadores co-investigadores do Corot, com direito a acessar e analisar informações levantadas pelo telescópio.

Continua


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