quinta-feira, 7 de junho de 2007

Ufologia Brasileira - Entrevista com Pepe Chaves

2- Como você vê a ufologia brasileira no contexto da ufologia mundial?
Pepe: A brasileira, vejo-a hoje, de uma forma diferente da que a via há alguns anos, quando era apenas um leitor-expectador dos fatos que eram colocados diante de mim. Talvez, por ter me envolvido intimamente agora, vejo a Ufologia nacional como um terreno pantanoso ou um campo minado, onde você pode afundar ou ir para os ares se pisar no lugar errado. Muitos preferem fantasiá-la de loas e benesses, mas este não é o meu caso.

A Ufologia brasileira, atualmente, isso, exclusivamente dentro de minha ótica pessoal anda tão desfigurada, que é difícil você apontar alguém em atividade que esteja fazendo um bom trabalho, propondo algo inovador ou vindo esclarecer o seja o que for (e eu não me excluo nisso). É tanta a falta de recursos, de pessoas acertadas e dispostas para fazer o processo evoluir...

Tudo isso, excetuando as baixarias: desavenças de todos os quilates; um ameaçando a processar o outro por inveja; egos brigantes, desafiando uns aos outros e, assim, a verdadeira Ufologia vai ficando para outros planos... Isso ainda ocorre muito, infelizmente.

Vejo determinados grupos ufológicos, como verdadeiras caixas de marimbondos, ali, um quer aparecer mais que o outro para o chefe do grupo e por isso, quebram o pau entre si, foi assim na velha guarda da nossa Ufologia e ainda é assim para muitos dos seus escudeiros remanescentes.

Todos que atualmente estão em atividade, salvo raras exceções, têm pouca harmonia entre si, pouco companheirismo, pouco corporativismo, pouco afeto e poucos ouvidos, pois, todos querem é falar, mas ninguém quer ouvir e dar atenção às idéias do outro. Isso, porque se forem boas tais idéias, acabam por atacarem diretamente àquelas de quem ouve, pois estas podem cair por terra. Assim, então, melhor é relutar em saber as novidades e nem dar ouvidos ao colega!

Poucos são os grupos onde não há disputas de ego, lutas por sobreposição de nomes e outras ações dignas de atores de Hollywood, mas nada condizente com os verdadeiros desígnios (ou os que deveriam ser) da boa Ufologia. Bom, esta é a Ufologia brasileira que vejo, e querendo eu ou não, é disso que tenho feito parte, já por bons anos. E agora, tudo isso dentro do contexto mundial, pode não parecer assim, tão chulo como coloquei aqui, pois as roupas sujas, lavamos em casa (salvo em casos excepcionais...), lá fora, tudo é mais nobre, polido, amortecido por nossas vitrines ufológicas ? vide casos ocorridos no Brasil que foram sucesso lá fora tudo é mais nobre, polido, amortecido por nossas vitrines ufológicas ?

Vide casos ocorridos no Brasil que foram sucesso lá fora. Porque, em verdade, temos em diversos Estados do Brasil, talentosos autores, pesquisadores, ilustradores, investigadores e pessoas de boníssima fé, envolvidas e altamente aptas a produzirem dos melhores trabalhos de Ufologia no mundo. Conheço muitos que estão nisso, atrás da verdade, de respostas e não da enganação, dinheiro ou sensacionalismo. São estes fiéis buscadores que evoluem a Ufologia, de fato, no Brasil e não a estaciona no ponto de vista em que podem somente faturar financeiramente com ela.

Contudo, o fato de termos um idioma que nos mantém meio que isolados do resto do mundo, faz com que esse mesmo mundo perca diversas maravilhas brasileiras, e isso, não somente quanto à Ufologia. Então, a verdadeira Ufologia brasileira lá fora, é pouquíssimo conhecida. O pouco que se conhece, são trabalhos de ufólogos mais antigos, abordando casos clássicos de décadas passadas.

Mas, eu conheço aqui no Brasil contemporâneo, na pesquisa e na abordagem, determinadas pessoas que considero, genuínos, raros e conceituadíssimos valores ufológicos brasileiros, mas que, infelizmente (e certamente), o mundo não conhecerá. Então a verdadeira Ufologia brasileira lá fora, não é conhecida, nem 10% do que veria ser e, em grande parte, creio, por culpa deste saco de gatos que citei acima, efeito de toda ignorância ecológica de seus co-participes, onde um pisa no outro para chegar a lugar nenhum e onde não há parceria, mas somente defesa de interesses pessoais ou grupais fechados.

Mas, se os gringos querem ver, além de bananas, temos no Brasil, casos ufológicos originalíssimos, investigadores altamente tarimbados, autores precisos, talentos incríveis que, a meu ver, mereciam maior atenção de toda a mídia e até de pesquisadores de outras plagas, mas para isso, precisam de uma imediata organização e de urgentemente, exorcizarem-se, uns dos outros.

Continua

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